Assista ao vídeo primeiro para entender o artigo:

Um dos motivos para a disparada dos juros e a grave crise econômica que atingiram o Brasil no final do governo Dilma foi a adoção de uma “estratégica” imoral conhecida como “contabilidade criativa”.

Naquele tempo, os indicadores econômicos só foram estabilizados depois do impeachment e da emenda constitucional do Teto de Gastos, aprovada durante o governo Temer. O objetivo era atrapalhar a vida dos governos que tentassem gastar mais do que arrecadam, impedindo o forte crescimento da dívida pública.

No vídeo acima temos a declaração do representante máximo do novo governo sobre a volta da contabilidade criativa. No vídeo, o eleito, fala sobre “mudar algumas nomenclaturas” (09/11/2022) enquanto o Prof. Arilon Teixeira (fonte) fala sobre o seu medo sobre a volta da contabilidade criativa (02/11/2022) que consiste em manipular os conceitos, alterar os cálculos do superávit primário, que logo se tornariam uma ficção (uma mentira), como durante o desastroso governo Dilma.

Logo depois do pronunciamento do eleito, em evento fechado para clientes do banco BTG Pactual, o ex-presidente do Banco Central nos dois mandatos de Lula se disse pessimista sobre o futuro da economia no novo governo do eleito.

O apoio do Meirelles era visto, antes das eleições, como positivo pelo mercado financeiro. O problema é que, após o resultado das eleições, durante o evento para investidores/clientes do BTG, Meirelles disse que o eleito estava sem falar sobre economia durante a campanha para não desagradar os eleitores. “Hoje, (o eleito) começou a falar. Aí, ele começou a sinalizar uma direção à Dilma“, disse. Em seguida Meirelles falou: “Estou pessimista, não tenha dúvida“, afirmou. “Só posso dizer uma coisa a todos vocês: boa sorte”.

O movimento brusco nos mercados no dia 10/11/2022 já está sendo chamado pelos investidores como “Boa Sorte Day”.

Essa estratégia de “contabilidade criativa”, usada por Dilma e anunciada pelo eleito que desapontou Meirelles e ao mercado financeiro, também foi utilizada na Argentina e por esse motivo o Professor fala, no fim do vídeo, sobre os perigos da economia brasileira se aproximar da realidade da Argentina. Isso significa um futuro de hiperinflação, moeda totalmente desvalorizada, intervencionismo, desabastecimentos, congelamentos e tudo que o Brasil já viveu durante o governo Sarney e que infelizmente foi esquecido ou não é do conhecimento das novas gerações (uma geração que não gosta de estudar o passado).

Como disse no artigo anterior sobre o Calote da Dívida Pública, as palavras do eleito podem ser apenas bobagens ditas por políticos para os jornalistas (como o jornalista que vou usar no exemplo no final desse artigo), da mesma forma que seus antecessores tinham o costume de fazer.

Se o que o eleito disse for realmente verdade, o retorno dos gastos acima do que será arrecadado e a ameaça sobre o não pagamento dos juros da dívida pública (como descrevi nesse outro artigo) resultará na disparada dos juros futuros, inflação e desvalorização da moeda, assim como aconteceu antes do impeachment gooverno Dilma.

O gráfico acima mostra o que aconteceu com o DI que vence em janeiro de 2026 que pulou de 11,88% ao ano para 12,99% ano em apenas 1 dia depois da fala do eleito que você viu no vídeo.

Esse contrato de DI futuro (negociado na bolsa por grandes instituições financeiras) é utilizado como base para o preço de títulos prefixados e títulos emitidos por bancos (como o CDB) e também influencia os investimentos que pagam inflação + juros. Como você já deve ter aprendido, quando os juros dos títulos estão em alta o seu preço está em queda. Você também já deve saber sobre o impacto negativo da alta dos juros futuros nos preços das ações, por ele ser utilizado como custo de oportunidade. Eu falo sobre tudo isso nos meus livros sobre bolsa, títulos públicos, CDB e carteiras de investimentos.

O mercado financeiro não tem partido político. Ele sempre reage negativamente quando o governo adota medidas que resultam em irresponsabilidade fiscal ou de intervenção. Sempre que a percepção de risco sobre o futuro aumenta, juros futuros (prefixados e indexados ao IPCA) aumentam, a nossa moeda pode desvalorizar e a bolsa de valores sofre as consequências. Não importa o governo que está no poder.

Basta observar o movimento do Índice Bovespa quando o governo anterior propôs uma PEC envolvendo os precatórios (gráfico abaixo). Você deve lembrar que o objetivo da PEC era autorizar o governo a fazer o parcelamento do pagamento dos precatórios, que são as dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios que foram reconhecidas em decisões judiciais. Não foi um sinal positivo para o mercado pois embora não fosse um calote dos precatórios era um movimento para adiar o pagamento de dívidas do governo. Toda notícia, em qualquer governo, envolvendo risco fiscal, resultava em maior percepção de risco e impacto nos investimentos.

 

A imprensa já deu sinais de que pretende criminalizar o comportamento dos investidores que tomam decisões para proteger o seu próprio dinheiro, que por consequência, criam os movimentos de preços no mercado financeiro. O vídeo logo abaixo apresenta o exemplo de um discurso recente em um programa jornalístico em uma grande emissora que tenta relacionar as reações livres do mercado financeiro com algum tipo de crime.

É muito provável que conteúdos como esse possam servir de base para que o atual governo, ou até mesmo a justiça, comece a perseguir, coagir ou punir investidores e outros agentes do mercado financeiro que livremente tomam decisões sobre comprar, vender ou manter seus ativos (títulos, ações, moedas etc.) para a proteção do próprio patrimônio.

Tudo sinaliza tempos difíceis para quem não sabe ganhar dinheiro, poupar dinheiro e investir dinheiro. Como educador financeiro, eu recomendo que você intensifique os seus estudos sobre o funcionamento de todos os investimentos para que possa tomar decisões livres da interferência de influenciadores, jornalistas, bancos e governos. Logo todos eles estarão unidos contra os investidores que tentam proteger o próprio patrimônio. Não perca o seu tempo protegendo políticos. Invista seu tempo protegendo a sua família e o seu patrimônio.

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