A B3, que é a empresa por trás da bolsa de valores brasileira, divulgou recentemente que pretende obrigar todas as empresas listadas na bolsa a ter uma mulher e uma “pessoa de grupo minorizado” na sua diretoria ou conselho até 2025.

Assista ao anúncio:

Provavelmente “minorizados” é uma palavra inventada. Não localizei a palavra em dois dicionários que consultei, mas a B3 diz no seu vídeo que os minorizados são:

  • Pessoas que sofrem algum tipo de deficiência (não especificaram quais as deficiências);
  • Pessoas negras;
  • Pessoas LGBTQIA+.

Mas o que é a sigla LGBTQIA+?

  • L = Lésbicas;
  • G = Gays;
  • B = Bissexuais;
  • T = Transgêneros;
  • Q = Queer;
  • I = Intersexuais;
  • A = Assexuais;
  • + = Uma infinidade de outras letras.

Os comentários deixados pelos investidores neste vídeo da B3, publicado no Youtube, não parecem favoráveis a essa obrigação. Os comentários que mais se destacaram, por terem recebido mais “curtidas” dos usuários do Youtube, foram:

Lendo os inúmeros comentários do vídeo, pude concluir que os pequenos investidores esperam que as empresas escolham profissionais altamente qualificados para a diretoria, conselho e outros cargos de liderança. Essas pessoas qualificadas podem ter qualquer gênero, cor de pele, práticas sexuais ou qualquer outra característica pessoal desde que sejam as mais qualificadas entre todos os envolvidos na seleção.

Temos na constituição brasileira, no artigo 7º, inciso XXX, a proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Existe ainda a  lei Nº 9.029, no seu Art 1, que diz : É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente.

Se os pequenos investidores estão mais preocupados com os resultados financeiros das empresas e os consumidores estão preocupados em comprar bons produtos por menores preços, quem está preocupado com essas questões?

Grandes investidores estão adotando a crença de que as empresas privadas têm o dever moral de tornar o mundo um lugar melhor, sendo que isso vai muito além da busca por melhorar produtos e melhorar os preços. Se for necessário interferir na liberdade de escolha das empresas, seus acionistas e consumidores, eles vão interferir.

Funciona como uma espécie de militância. Militância é a prática da pessoa que defende uma causa, busca a transformação da sociedade. Quando se tem muito dinheiro, a militância é feita através do dinheiro. Você deve ter observado grandes investidores e empresários, principalmente estrangeiros, que aparecem na imprensa falando sobre certos temas relacionados a salvar o mundo e as pessoas delas mesmas. Algumas vezes é como se sofressem de algum tipo de megalomania. A megalomania é um transtorno psicológico definido por delírios e fantasias de poder, relevância ou omnipotência. As vezes ter muito poder e dinheiro conduz as pessoas para esse tipo de comportamento.

Como falei neste outro artigo sobre imóveis, onde grandes organizações defendem que você não seja mais dono de nenhum bem, para tornar o mundo melhor eles vão utilizar todos os meios, mesmo que isso signifique atingir a liberdade de escolha das empresas, investidores e consumidores.

Nos EUA existe um movimento de investidores contra os exageros da militância social e ambiental (ESG) de grandes grupos contra empresas listadas na bolsa, veja aqui. A ideia desse movimento é fazer com que as empresas listadas na bolsa se mantenham focadas em seus negócios e não em questões políticas e ideológicas. A sociedade já elege e paga muito caro (através dos impostos) para que os governos cuidem dessas questões.

Talvez você não saiba, pois esse tema não é tratado abertamente, mas grande parte das empresas do mundo, incluindo empresas brasileiras, são controladas ou fortemente influenciadas pelos maiores gestores de fundos do mundo chamados BlackRock, Vanguard e State Street.

Grande parte das ações dos pequenos investidores são controladas por esses gestores já que eles estão por trás de fundos e dos principais ETFs que investem em ações de empresas. Exemplo: quando você investe em um dos ETFs mais negociados da bolsa brasileira, que é o BOVA11, você está entregando o seu dinheiro para a gestão da BlackRock. Muitas empresas brasileiras possuem como maior investidor a BlackRock e outros grandes gestores de fundos dos EUA que adotam uma série de critérios próprios para selecionar onde irão investir.

Como maiores sócios, essas gestoras de fundos podem influenciar nas decisões das empresas listadas na bolsa para que sigam a sua agenda que está diretamente relacionada com a ideia de tornar o mundo um lugar melhor, custe o que custar.

Se você visitar aqui verá uma página com os principais sócios da B3. Veja a segunda linha onde diz “Fundos administrados pela Blackrock, INC.”

Os dois maiores proprietários das ações da B3 são a Capital Group e a Blackrock, que são duas grandes gestoras de fundos dos EUA que trabalham fortemente para implementar agendas relacionadas com o ESG e a missão de criar um mundo melhor, mesmo que você não saiba exatamente o que será esse mundo melhor arquitetado por eles. Já vimos que isso nem sempre termina bem devido as consequências não intencionais.

O poder da BlackRock é tão grande que muitas vezes a imprensa americana os chamam de “quarta filial do governo” ou o equivalente ao “quarto poder”. Nos EUA o poder é dividido entre:  legislativo, executivo, judiciário e a BlackRock (fonte).

O trio BlackRock, Vanguard e State Street também é chamado de Big Tree (fonte). Eles estão entre os acionistas de praticamente 90% de todas as empresas com ações que fazem parte do S&P500, que é o principal índice de ações de empresas dos EUA (fonte). Eles também são sócios dos principais veículos de imprensa que também possuem ações listadas na bolsa. São sócios das empresas que compram publicidade nos veículos de imprensa.

No vídeo da B3 você viu o apresentador respondendo a seguinte pergunta: Por que essas mudanças? Ele mesmo responde: “Para acompanhar a tendência mundial de diversidade no mercado financeiro”. Em outras palavras, eles vão impor mudanças para seguir uma determinação, uma imposição vinda dos grupos que controlam o mercado financeiro mundial e que estão possuídos pela ideia de construir um mundo melhor, seja lá o que isso signifique na prática. Certamente que neste “mundo melhor” existem muitas oportunidades para que eles ganhem muito dinheiro.

Como você pode ver neste artigo aqui, os governos de vários estados americanos começaram reagir contra a interferência desses grandes fundos. O artigo diz:

Como relatei nesta página, após a reunião de acionistas da BlackRock no início deste ano, Fink (Presidente da Blackrock) e seus executivos deixaram claro que eles usam a influência criada por todos os ativos geridos com eles – não apenas os investimentos rotulados como ESG – para tentar forçar as corporações a seguir as preferências da política pessoal de Fink (fonte).

Muitos outros artigos e reportagens que levantam questões sobre a relação entre a crise energética que temos hoje no mundo, que gerou forte alta nos preços dos combustíveis em todos os países, como sendo uma consequência da falta de investimentos em empresas do setor de petróleo por questões ambientais que fazem parte do ESG.

As empresas listadas na bolsa, bancos, corretoras e as próprias bolsas vão continuar seguindo a agenda política dos grandes investidores do mundo, que são os gestores dos grandes fundos. Eles não possuem outra escolha, caso queiram continuar recebendo investimentos. Por outro lado, não existem garantias de que investir em empresas que seguem essas agendas resulte em bons retornos para os pequenos investidores.

Como você e eu não podemos fazer nada sobre isso, pois somos apenas pequenos investidores, eu recomendo que você melhore os seus conhecimentos sobre como os investimentos funcionam para que cada vez mais você possa tomar as suas decisões sem se deixar influenciar por agendas, tendências e determinações que estão vindo de cima. Não se esqueça que eles são grandes sócios dos bancos, corretoras e sites de notícias sobre investimentos que muitas vezes patrocinam os grandes influenciadores da área.

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