O investimento em imóveis físicos costuma ser muito condenado por diversos influenciadores que apresentam os fundos imobiliários como a melhor e única alternativa. Quero aprofundar neste assunto comentando coisas bem estranhas que estão acontecendo no mundo e que serve de alerta para todos.

Uma nova leitora do Clube dos Poupadores me enviou a mensagem abaixo criticando essa condenação.

Quem investe no mercado imobiliário faz isso de forma discreta. Não é do interesse da maioria dos investidores que esse tipo de investimento se popularize, principalmente aqueles investidores que passam a vida colecionando bons imóveis para formar uma “carteira de imóveis” com o objetivo de atingir a aposentadoria ou a independência financeira antecipada.

Já os influenciadores populares, que muitas vezes são patrocinados por bancos, corretoras e outras instituições, estão sempre condenando o investimento em imóveis físicos fazendo comparações com os investimentos em fundos imobiliários. Os influenciadores tentam te convencer de que ter uma cota de fundo imobiliário é igual a ter um imóvel, isso não é verdade. É como falar que ter ações de um banco faz de você um banqueiro ou ter ações de uma indústria faz de você ser um industrial.

Se você tem cotas de um fundo imobiliário, você é um de muitos cotistas que fazem parte de uma espécie de condomínio. O sucesso do fundo imobiliário depende totalmente de terceiros e você precisa fazer parte de alguma comunidade de investidores (como esta aqui, que exige uma assinatura) para acompanhar de perto o que esses terceiros estão fazendo para gerar renda.

Já quem investe diretamente em imóveis é livre para fazer o que bem entender com o seu bem para gerar renda. O problema é que, como em todo negócio, nem todas as pessoas possuem ou querem desenvolver as habilidades e os conhecimentos necessários para ganhar dinheiro com imóveis de forma direta.

Os fundos imobiliários são as únicas escolhas de quem quer investir no mercado imobiliário sem ter as habilidades, o dinheiro, tempo e disposição para investir diretamente em imóveis. Assim como só resta investir em ações de empresas quando não é o seu objetivo ter uma empresa. Eu conheço donos de pequenas empresas que não investem em renda variável por ser o seu próprio negócio a sua renda variável.

Agora vamos falar das coisas estranhas que poucos enxergam.

É importante entender o que está por trás desse movimento que muitas vezes desmotiva ou até demoniza aquele que deseja colecionar seus próprios imóveis geradores de renda ou mesmo aquele que deseja ter o seu próprio imóvel ao invés de alugar um imóvel.

Em 2016, no Fórum Econômico Mundial, existiam algumas previsões sobre como seria o mundo em 2030. Nesse fórum, as pessoas mais ricas do mundo se reúnem e ficam discutindo como elas vão salvar o mundo de nós mesmos. Elas acreditam naquela ideia de que “grandes poderes geram grandes responsabilidades”, ou seja, o poder de todo o dinheiro que eu tenho me obriga a ser uma espécie de “herói” do mundo, mesmo sem perguntar para as outras pessoas se elas querem um herói.

Em 2016, em uma rede social, o Fórum Econômico Mundial publicou a seguinte frase: You’ll own nothing, and you’ll be happy. This is how our world could change by 2030. Está escrito mais ou menos assim: “Você não possuirá nada e será feliz. É assim que nosso mundo pode mudar até 2030”. É evidente que ninguém perguntou e nem perguntará para você se concorda com como eles pretendem mudar o mundo até 2030 e mesmo assim você vai acreditar que vive em um mundo democrático. Depois posso escrever um artigo sobre a democracia que temos hoje no mundo. Aqui está a publicação em uma rede social feita pelos organizadores do Fórum (fonte) – Atualização (12/08/2022): alguns dias após a publicação desse artigo o vídeo e a postagem abaixo foi estranhamente apagada.


Na minha opinião, é bem desagradável imaginar que as pessoas mais ricas do mundo estão trabalhando para que, no futuro próximo, as pessoas não tenham nada e mesmo assim se sintam felizes. Como ninguém consultou ninguém sobre isso, imagino que será algo imposto pelos governos de cada país.

Vai funcionar da seguinte forma: todos os bens e produtos que você precisa para viver terão se tornado serviços em 2030. Você não terá um carro, mas vai destinar parte da sua renda para alugar um carro. Você nunca terá uma casa, pois você vai trabalhar para pagar um aluguel ou um financiamento que vai durar a sua vida inteira. Você não vai precisar comprar computadores, celulares ou qualquer coisa. Você só precisa trabalhar para pagar o aluguel desses bens ou um financiamento longo até a vida útil do bem acabar. O texto do projeto diz coisas estranhas como: “As compras serão uma memória distante nas cidades em 2030″ (fonte).

A grande questão é a seguinte. Quem serão os donos dos imóveis, dos carros e dos outros bens que serão alugados para as pessoas serem felizes? Serão os bilionários e os trilionários que participam anualmente do Fórum Econômico Mundial junto aqueles que possuem ações de suas empresas. A ideia é que eles sejam os donos de tudo que existe no mundo e você passe a sua vida trabalhando para pagar uma mensalidade para usar tudo que pertence a eles, do imóvel até as suas roupas.

Você nunca terá nada e passará a vida dependendo do que é dos outros.

Então é melhor que você esteja do lado de quem tem as coisas que serão alugadas para quem aceitou não ter nada, pois essas pessoas querem trabalhar para pagar mensalidades pelos bens ou juros pelo dinheiro que você acumulou.

No mundo imobiliário a ideia deles é a seguinte: “você não precisa ser dono de um imóvel para investir neles e receber seus rendimentos. Compre cotas do meu fundo imobiliário”.

No mundo dos investimentos em ações a ideia é: “você não precisa ser dono de uma empresa para receber dividendos e ganho de capital de uma empresa. Compre ações da minha empresa”.

No mundo do dinheiro a ideia deles é: “você não precisa ter dinheiro para ter as coisas. Tome o meu dinheiro emprestado e trabalhe a vida inteira para pagar juros e correção ou então alugue o meu imóvel e me remunere por usar o que é meu”.

No momento que todos não tiverem mais nada, todos terão suas vidas controladas por quem tem essas coisas.

Então você escolhe entre não ter nada e ser dependente ou ter seus bens e ser independente financeiramente.

Por fim. Assim como é importante ter investimentos em fundos imobiliários, você também deveria ter investimentos em bens físicos, fora do sistema financeiro, como é o caso do investimento em imóveis. São coisas diferentes, que se complementam e podem fazer parte da sua carteira de investimentos.

Até 2030, é importante rejeitar a ideia de que não devemos ter nada e mesmo assim seremos felizes. Isso é muito perigoso. Sua independência financeira e liberdade depende do seu direito de construir e cuidar do seu patrimônio. E tudo começa através da sua educação financeira. É por isso que eu dedico meu tempo escrevendo artigos e livros sem aceitar a influência de instituições financeiras ou qualquer grupo alinhado a interesses contrários a liberdade, individualidade e propriedade sobre os frutos do seu trabalho.

No site da Forbes existe um texto assustador, publicado pelo próprio Fórum Econômico Mundial, onde um personagem em 2030 fala sobre como é boa a vida em uma cidade onde ninguém é dono de nada. Tudo é alugado para você. Leia a versão em inglês.

A parte mais desagradável do texto eu destaquei logo abaixo. O personagem que vive em 2030 sem bens e sem privacidade diz que está preocupado com as pessoas que defendem a independência e a liberdade, pois agora elas vivem em comunidades isoladas.

Minha maior preocupação é com todas as pessoas que não vivem em nossa cidade (onde ninguém é dono de nada). Aqueles que se perderam pelo caminho. Aqueles que decidiram que se tornou exagerado, toda essa tecnologia. Aqueles que se sentiam obsoletos e inúteis quando robôs e as inteligências artificiais assumiram grande parte de nossos trabalhos. Aqueles que ficaram chateados com o (novo) sistema político e se voltaram contra ele. Eles vivem diferentes tipos de vidas fora da cidade. Alguns formaram pequenas comunidades autossuficientes. Outros ficaram nas casas vazias e abandonadas em pequenas cidades do século XIX. De vez em quando eu fico irritado com o fato de não ter privacidade de verdade. Não existe lugar que eu possa ir sem que isso seja registrado. Eu sei que, em algum lugar, tudo o que eu faço, penso e sonho é gravado. Só espero que ninguém use isso contra mim. Mas, em suma, é uma boa vida…(fonte). 

Não… isso não parece ser uma boa vida.  A autora desse texto publicado pelo Fórum Econômico Mundial é essa senhora aqui, Ida Auken.

Eu não sei quanto a vocês, mas nessa utopia descrita pela senhora Ida Auken, viverei em uma dessas cidades onde as pessoas vivem diferentes tipos de vida (o nome disso é liberdade), em alguma pequena comunidade ou alguma cidade abandonada do século XIX, de forma livre e independente desse “novo sistema” que pessoas do Fórum Econômico estão trabalhando neste momento para construir. Cuidado com todos que pregam limitações ou até fim da propriedade privada através de uma roupagem moderna e ecológica. Essa utopia é antiga, destrutiva e contra a liberdade individual.

Você já imaginou o que seria necessário fazer para que todos possam vender seus imóveis, empresas e bens para as pessoas que vão controlar tudo isso em 2030? Seria uma grande crise mundial? Uma guerra? Uma doença que se espalha quebrando as economias? Tudo isso junto? É algo que merece uma boa reflexão até 2030.

Se você não conhece ainda meu livro sobre investimento em imóveis, visite aqui.

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