Para ter o “direito” de comprar um carro zero no Brasil, é necessário desembolsar o equivalente ao preço de outro veículo para o Governo, na forma de impostos.
Devido aos impostos no país, você paga por dois carros, mas leva apenas um para casa. Os políticos chamam isso de “justiça”. Se você chama isso de “roubo”, você ainda mantem sua sanidade. Parabéns, continue lendo o artigo.
De acordo com a associação das empresas fabricantes de veículos no Brasil, a carga tributária brasileira representa impressionantes 54,8% do valor total de um automóvel zero. Mais da metade do preço dos carros novo é composta somente por impostos.
É importante conversar sobre esse assunto com seus filhos e mostrar a tabela abaixo. Nossa geração falhou na escolha de políticos. Durante décadas, elegemos pessoas corruptas, tecnicamente desqualificadas e com ideologias voltadas ao aumento de impostos, de gastos públicos e da dívida pública. Veremos mais na frente que os carros ainda sofrem com problemas envolvendo a corrupção.
Exemplo: se não existissem impostos, um Fiat Mobi novo custaria R$ 36.984,00. Mas como você vive no Brasil, é obrigado a pagar R$ 30.506,00 em impostos para ter o direito de comprar esse carro. Com isso, você terá que desembolsar R$ 67.490,00 para ter um carro básico como o Mobi. Se a compra for financiada, você pagará os juros, taxas, imposto sobre o crédito e os impostos sobre o lucro do banco que já estão embutidos nos juros. Talvez você desembolse o preço de mais 1 ou 2 novos carros só com o pagamento dos custos do financiamento.
Esperamos que as futuras gerações sejam mais cuidadosas, afinal, serão elas que herdarão os erros cometidos por nós que aceitamos esse tipo de absurdo.
É provável que os preços sejam maiores quando você ler este artigo, mas já serve para ilustrar a difícil situação em que vivemos. Caso queira ter uma ideia de quanto custa qualquer carro zero sem os impostos basta multiplicar o preço do carro por 54,8% ou multiplicar o preço do carro por 0,548. Exemplo: 67.490 x 0,548 = R$ 36.984,53 que seria o preço do Fiat Mobi sem os impostos.
Supondo que você seja uma pessoa honesta – ou seja, não sonegue impostos, não pratique lavagem de dinheiro e não se envolva em crimes financeiros como os políticos e seus amigos fazem constantemente – é provável que já tenha sido tributado através do imposto de renda para ganhar e acumular o dinheiro que precisa para comprar o seu carro zero.
Além de pagar imposto de renda ao receber seu salário ou outros rendimentos, você também pagou imposto sobre os rendimentos de seus investimentos, caso tenha economizado para comprar o carro à vista.
Se optou pelo financiamento, pagou ainda mais impostos, pois, além do imposto que o governo cobra das operações de crédito, também arcou com os impostos cobrados dos bancos, que são repassados aos clientes na forma de juros mais altos. Se não estou enganado, a carga tributária sobre os lucros dos bancos é de 21%.
Não preciso falar sobre os impostos que o Governo cobra de quem deseja importar carros de outros países. Esses impostos são tão elevados que servem apenas como uma ferramenta para inviabilizar a importação.
Além disso, você será taxado apenas por possuir um carro, por meio da cobrança de impostos como o IPVA, que não é um imposto de renda, mas sim um imposto sobre o patrimônio. O licenciamento e as taxas cobradas pelos órgãos de trânsito para renovar a carteira de motorista também funcionam como um tipo de imposto. Eu acredito que no futuro teremos cada vez mais impostos relacionados a propriedade de carros e a desculpa será “salvar o planeta”.
Diante dos preços cada vez maiores, como consequência dos impostos, ineficiência, baixa concorrência e das regulações criadas pelo próprio governo que acabam encarecendo os carros, as montadoras estão fechando fábricas, realizando demissões e promovendo férias coletivas (fonte).
Prepare-se para uma nova campanha das montadoras, do governo atual e da imprensa sobre o retorno do “Carro Popular”. O filme é repetido. Eles criam os problemas e aparecem com as mesmas e velhas soluções. Provavelmente também ouviremos falar sobre “Imposto verde”, que nada mais é do que uma nova e moderna desculpa para cobrar mais impostos.
Assim como a imprensa celebrou a queda do preço do “coxão duro”, vendido de maneira enganosa com o nome de “picanha fatiada” (veja a diferença), ela logo aparecerá elogiando os preços baixos das “carroças” que serão comercializadas sob o rótulo de “Carro Popular”.
Logo veremos a indústria fazendo pressão por incentivos fiscais e o retorno do carro popular. Assista ao vídeo.
Você lembra quando os políticos e as montadoras foram investigadas? Como você pode ver nessa reportagem aqui, em 2017, a Justiça Federal em Brasília aceitou a denúncia e o atual presidente do Brasil, ex-presidente em 2017, se tornou réu em mais um processo. Naquele tempo, ele respondeu por corrupção passiva, acusado de negociar propina para prorrogar incentivos fiscais para montadoras quando era presidente.
Além de propinas e esquemas de corrupção, o importante é que o maior número possível de pessoas possam pagar um carro para o governo na forma de impostos. Isso torna o carro popular muito importante para os políticos. A paixão dos brasileiros por trocar de carro todo ano é a paixão dos políticos por ficar com metade de tudo que o brasileiro paga trocando de carro todo ano. Se a compra for financiada, melhor ainda, já que o governo também taxa os bancos pelos lucros obtidos nos financiamentos. O financiamento permite que o governo fique com o seu dinheiro de forma adiantada enquanto você parcela os pagamentos em infinitas prestações com juros e taxas.
Os políticos ainda podem aparecer nas fotos falando sobre como eram boas pessoas, preocupadas com a promoção da justiça social, para que até os brasileiros pobres possam ter seu carro zero financiado em infinitas vezes.
Dependendo da sua idade, provavelmente se recorda quando o presidente Itamar resolveu ressuscitar o falecido Fusca, para que as pessoas mais pobres pudessem correr sério risco de vida em um veículo obsoleto e perigoso, até para os padrões da época.
Se os políticos estivessem realmente interessados no bem das pessoas, eles reduziriam os impostos permitindo aos brasileiros comprar carros melhores por um preço justo.
Como estamos vivendo um filme repetido, logo veremos as pessoas comemorando o lançamento dos “Carros Populares” que serão versões pioradas dos carros que já existem.
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Leandro, seu artigo seria excelente, mas exceto por um ponto ele é apenas “bom”: você não colocou o dedo na ferida das montadoras, que aqui no Brasil desafiam a lei da oferta e da demanda, aumentando diuturnamente os preços dos veículos, com o mercado aquecido ou não. Agora mesmo é um exemplo: vendas em baixa e notícias de aumentos todos os dias. Aqui vale a velha máxima, que o presidente da FENABRAVE já deixou claro uma vez: “o brasileiro paga”. Eles sabem que podem aumentar o preço dos veículos que ainda haverá gente fazendo fila de espera para comprar, como acontece como muitos modelos atualmente (o Jeep Compass é um exemplo – 3, 4 até 6 meses de espera por um carro que dobrou de preço em 4 anos). Carros no Brasil sofreram aumentos sucessivos bem acima da inflação, dólar ou qualquer outra coisa que justificasse tantos aumentos: é que as montadoras descobriram que podem lucrar por unidade vendida o mesmo que lucrariam em quantidade. E se não estiver vendendo, tudo bem: é só paralisar a produção e esperar escoar o estoque que os custos ainda se pagam. Em tempo: a crise dos chips foi o motivo inicial que deram para os sucessivos aumentos. Acontece que eles pegaram gosto, e agora você vê um simples HB20 por 100 mil reais. Vale destacar também que estas mesmas empresas vem tendo muitas despesas ao mudarem seus projetos para a plataforma elétrica em seus países de origem, e alguém (nós) tem que pagar por esse custo tecnológico tão alto, certo? Mas a tecnologia fica pra eles: outro dia mesmo o presidente da Stellantis disse que para os otar… Digo, brasileiros, não é necessário carro elétrico, já temos a nossa gambiarra Flex aqui! Ora ora ora! Veja bem, para os Europeus e Americanos o suprasumo da tecnologia, pra aquele povinho subdesenvolvido da América do Sul pode ser qualquer carrinho inseguro e com tecnologia de combustão do século XIX mesmo. Pois bem…
Oi José. A lei de oferta e demanda só funciona direito quando existe livre concorrência. Com baixa concorrência, as empresas param de competir e passam a colaborar entre si, formam associações e passam a fazer pressão junto aos políticos. Existe um vídeo no artigo que toca nessa tema.
Somado a tudo isso, nos passamos por uma impressão de dinheiro que injetou doses calamares ser liquidez durante a pandemia. Não vimos o efeito disso no momento, porque a população segurou os gastos devido a incerteza do futuro. Na medida que as coisas voltaram próximo ao normal, este dinheiro começou a circular, ocasionando aumento de preços em diversos setores.
Tudo verdade a respeito dos impostos pornográficos envolvendo negócios com automóveis. No entanto, custo a acreditar que os preços baixariam na mesma medida em uma eventual redução de impostos. Vimos como foi fajuta a redução dos preços no caso da redução recente do IPI, por exemplo. Especialmente no Brasil, as montadoras se sentem muito à vontade em também praticar preços pornográficos, pois nas palavras do presidente da Mercedes-Benz, “o brasileiro paga”. Fora a questão de sustentar as matrizes etc. Enfim, uma miríade de fatores. De toda forma, os impostos são sim abusivos, cujo destino pra piorar ainda é o bolso de político, casta mais depravada em qualquer país.
O que temos no Brasil é o que muitos chamam de “capitalismo de compadrio”. As pessoas reclamam do capitalismo, mas não entendem que ele não funciona direito no Brasil. Sem concorrência, as empresas se organizam em uma associação e deixam de concorrer. Passam a pressionar os políticos por subsídios, reduções de impostos, se envolvem em esquemas de propina, conseguem aprovações de leis que impede a entrada de novos concorrentes, importações de veículos etc.
O povo brasileiro não sabe fazer conta, não é possível!!!!
Se com carros já é assim, imagina com imóveis ?