O gráfico mostra o “spread” ou a diferença que existe entre dois títulos públicos brasileiros de prazo mais longo e mais curto. A linha amarela (BRYC10Y2Y) nos mostra a diferença que existe entre os juros dos títulos prefixados que vencem nos próximos 10 anos e os juros dos títulos que vencem nos próximos 2 anos. A linha marrom (BRYC5Y2Y) representa a diferença de juros entre títulos prefixados que vencem em 5 anos e 2 anos. A linha azul (BRYC2Y1Y) representa a diferença de juros entre títulos que vencem em 2 anos e 1 ano.
Matematicamente, um spread de títulos é a simples subtração do rendimento de títulos de outro. O spread nos fala sobre riscos. Os spreads de títulos refletem os riscos relativos dos títulos serem comparados.
Quanto maior o spread entre o juro de curto prazo muito baixo e o juro de longo prazo muito alto, maior o risco envolvido na compra de títulos prefixados ou indexados ao IPCA. Neste cenário, provavelmente, existe uma política de estímulo da atividade econômica através de juros baixos no curto prazo e isso pode resultar em alta da inflação e dos juros nos próximos anos. Como você deve saber existe uma relação inversa entre o preço do título e a sua taxa. Taxa em alta significa queda no preço do título e taxa em baixa significa alta no preço do título.
Os spread tendem a ser maiores em momentos de otimismo, quando as taxas de juros de curto prazo estão em queda e os prefixados comprados antes da queda estão se valorizando. Os spread tendem a ser menores em momentos de pessimismo, quando as taxas de juros de curto prazo estão em alta e os prefixados comprados antes da da alta estão perdendo valor.
No gráfico acima temos dois gráficos. No gráfico superior temos as taxas dos títulos que vencem em 10 anos (linha vermelha) e 2 anos (linha azul). No gráfico inferior temos a diferença entre as duas taxas (spread), assim como aparece no gráfico que está no início desta página. O grande distanciamento na primeira metade de 2020 resultou, logo em seguida, em uma alta dos juros que prejudicou aqueles que compraram títulos no período com taxas baixas. O mesmo aconteceu entre 2012 e 2013, pois após um grande distanciamento ocorreu um novo ciclo de alta dos juros.
Veja também:
- Gráfico com o rendimento de títulos brasileiros de vários vencimentos (bond yield)
- Gráfico com o rendimento de títulos dos EUA (bond yield)