Reclamar é um vício que empobrece, um veneno invisível que paralisa a vida financeira das pessoas.
Você já percebeu que quem reclama demais raramente progride? Há um motivo simples para isso, mas que poucos ousam encarar. A reclamação é um vício comportamental disfarçado de desabafo ou de uma coisa boa.
Por trás do “eu tenho razão de reclamar”, esconde-se uma poderosa forma de ingratidão com a realidade, uma negação da ordem natural das coisas.
Quem faz da reclamação um hábito constante revela, na prática, uma resistência infantil em aceitar que o mundo não vai se moldar aos seus caprichos.
Mais grave ainda é que o “reclamão” raramente sofre sozinho. Existe uma lei silenciosa, quase implacável, que faz com que pessoas que vivem reclamando se atraiam mutuamente. São como ímãs do fracasso, formando guetos emocionais onde todos reclamam das mesmas coisas, sentem as mesmas dores, mas, paradoxalmente, reforçam juntos o ciclo vicioso da estagnação. Nesses grupos, a verdade e a responsabilidade são trocadas por lamúrias e acusações externas. É uma irmandade do conformismo.
E por que isso acontece? Porque a reclamação, ao contrário do que parece, não é neutra. Ela exige gasto de tempo e de energia. E quem direciona seu tempo e sua energia para reclamar, automaticamente, deixa de investir essa força em observar a realidade com olhos frios, aceitar os desafios e construir as soluções que fariam sua vida andar para frente.
Quem reclama muito, na verdade, se entrega a um tipo de narcisismo frustrado. A raiva não é contra o mundo, mas contra o fato de que o mundo não se curva à sua vontade.
O reclamão é um soberbo, mas imagina que é uma vítima. A soberba é a mãe de todos os vícios.
A reclamação é um atestado de onipotência ferida. É a reação típica de quem foi confrontado pela realidade dura, mas, em vez de encontrar uma solução, prefere bater o pé, como uma criança birrenta diante de um brinquedo quebrado.
Esse comportamento, quando não corrigido, mina qualquer possibilidade de crescimento financeiro. Por quê? Porque o mundo real não dá ouvidos ao lamento.
O mercado recompensa quem age, quem resolve, quem supera. Não há prêmio para quem passa o dia reclamando de impostos, de patrão, de cliente, do governo, da inflação. Esses podem ter razão em suas queixas, mas morrerão agarrados a elas, sem perceber que a vida segue premiando aqueles que decidiram agir apesar das dificuldades.
O primeiro passo para sair dessa armadilha é entender que todo problema que o mundo te apresenta é, na verdade, uma convocação para a ação. Um convite velado para assumir seu papel de solucionador. A reclamação apenas adia esse chamado e faz você perder tempo precioso no teatro da vitimização.
Toda vez que você se pega reclamando, está diante de uma bifurcação silenciosa. Pode seguir o caminho conhecido, da reclamação vazia, ou tomar a estrada menos confortável, da ação resolutiva.
A maioria, por vício, escolhe a primeira. Mas a minoria que escolhe a segunda se destaca rapidamente, porque o mundo tem escassez de solucionadores e excesso de reclamões.
Esse é o grande segredo não revelado no mundo dos negócios, do investimento, das finanças pessoais: quem resolve problemas acumula capital. Não apenas o capital financeiro, mas o capital social, intelectual e até emocional. Porque ao focar na solução, você afia sua capacidade de observação, fortalece sua mente contra frustrações e, acima de tudo, se destaca em qualquer ambiente. Poucos querem encarar problemas. Logo, quem assume essa função tende a se tornar indispensável, dentro e fora do mercado.
É importante entender que reclamar não exige competência. Qualquer um consegue. Mas resolver exige disciplina, estudo, humildade para ouvir a realidade, coragem para tomar decisões duras e, muitas vezes, sacrifício pessoal.
No campo financeiro, o vício da reclamação se manifesta em frases como “não consigo ganhar mais porque o mercado é injusto”, “ninguém valoriza meu trabalho”. Repare que todas essas frases têm algo em comum: jogam a responsabilidade para fora, terceirizam a culpa, colocam o reclamante como refém de forças externas.
Já quem substitui essas frases por perguntas como “o que eu posso aprender para aumentar minha renda?”, “como eu me protejo dessa inflação?”, “que habilidades o mercado valoriza e eu ainda não domino?”, “como eu faço para investir no exterior?”, esse automaticamente já está no campo da solução. E o que é mais interessante: mesmo sem ter todas as respostas de imediato, o simples ato de colocar-se como um “resolvedor de problemas” muda a qualidade das suas ações e, consequentemente, dos seus resultados.
Ao longo da história, os grandes criadores de riqueza, sejam empresários, investidores ou trabalhadores que enriqueceram honestamente, foram aqueles que gastaram pouco tempo reclamando e muito tempo observando, agindo, corrigindo erros e insistindo. Sabiam que o mundo é imperfeito, mas, em vez de gastar energia no lamento, usavam essa energia para encontrar brechas, nichos, soluções que o restante, ocupado demais em reclamar, não enxergava.
Por isso, da próxima vez que a tentação da reclamação vier, pergunte a si mesmo: “Esse lamento está me levando para mais perto ou mais longe da solução?”. “Meus lamentos estão atraindo outros reclamões ou pessoas que estão buscando resolver os problemas?”. Esse simples exercício diário será seu maior aliado para escapar do pântano da estagnação onde vivem os reclamões de carreira.
Transforme suas queixas em combustível para a ação. Você vai perceber que a vida financeira e profissional começa a responder de forma diferente quando você deixa de agir como vítima impotente e passa a agir como agente responsável.
Agir para tornar a sua vida melhor, exige sacrifício e esta é a melhor parte. Caso não tenha lido, leia a série de artigos que escrevi sobre a importância de voltarmos a valorizar o sacrifício:
- O Sacrifício é a Melhor Parte – Parte I: Dinheiro ilimitado
- O Sacrifício é a Melhor Parte – Parte II: A Corrupção Interior
- O Sacrifício é a Melhor Parte – Parte III: A Redenção pelo Esforço
A escolha é sua. E ninguém fará isso por você.
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