Tem sido comum encontrar reportagens em sites de notícias tentando convencer as pessoas de que a situação economia do Brasil é boa.
Para quem entende os números, parece bem evidente que a situação não é boa e tende a piorar se nada for feito.
O filme parece o mesmo antes da grave crise de 2014. Infelizmente as pessoas tem memória curta e não sabem olhar os números.
Vou listar aqui alguns sinais de que a economia não está bem para que você possa estudar e refletir sobre o assunto.
Dívida Pública: A dívida pública federal teve um crescimento expressivo. Estamos caminhando para uma dívida de R$ 7 trilhões. Isso significa que o governo gasta mais do que arrecada de forma brutal, pois acreditam que isso faz a economia crescer e não se importa com a alta da inflação que desvaloriza a moeda do país. O crescimento da dívida pública impacta negativamente a capacidade de investimento do país e gera pressão inflacionária que pode fugir do controle. A história comprova que isso não funciona. Temos um gráfico da dívida pública interna aqui. Você encontra a dívida como percentual do PIB visitando aqui.
Taxa de Juros (Selic): A taxa Selic permanece em patamares elevados e estamos em um novo ciclo de alta. Isso é uma consequência da necessidade de controlar a inflação provocada pelo governo que gasta mais do que arrecada. Ao mesmo tempo, os juro elevado evita a disparada do preço do dólar. O alto custo do crédito dificulta investimentos e consumo. Temos o gráfico da meta da Selic das últimas décadas aqui. Devido a elevada percepção de risco que existe para quem investe no Brasil, os juros reais do nosso país (juro que sobra quando descontamos a inflação) continua sendo um dos mais elevados, veja o ranking de juros reais.
Déficit Primário: O déficit primário continua crescendo, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada. A flexibilização do teto de gastos e novas despesas sem contrapartida de receitas contribuem para agravar o problema. Este desequilíbrio fiscal gera incertezas no mercado (população, investidores e empresários) e pressiona a inflação. Os investidores passam a desconfiar da capacidade do governo pagar os títulos público que emite. É com emprestar dinheiro para alguém que deve muito, gasta tudo que ganha e ainda faz novas dívidas para continuar gastando.
O gráfico acima mostra que o governo gastou mais do que arrecadou nos últimos 12 meses em níveis tão elevados quando o que foi observado na grave crise gerada pela pandemia em 2020. O mesmo fenômeno de disparada do déficit fiscal aconteceu em 2014, produzindo uma das mais graves crises econômicas vividas pelos brasileiros nas últimas décadas. Para acessar esse gráfico atualizado e entender como ele funciona, visite aqui.
Desde o início do Plano Real o Brasil foi governado por políticos de centro-esquerda ou de esquerda (na maior parte do tempo) com o histórico de déficit fiscal (gastar mais do que arrecada) produzindo elevadas taxas de inflação nos últimos 30 anos. Como consequência, uma nota de R$ 100,00 em maio de 2024 tinha o mesmo poder de compra de R$ 12,38 em 1994. Quem não investiu o próprio dinheiro para vencer a inflação, perdeu grande parte do que acumulou.
Carga Tributária: Novas taxações e mudanças na política tributária têm gerado insegurança jurídica. O ambiente de negócios nunca foi tão prejudicado, impactando investimentos e geração de mais empregos.
Câmbio: a volatilidade e a desvalorização do real frente ao dólar reflete incertezas sobre a política fiscal, aumento do risco de se investir e empreender no Brasil, deterioração das contas públicas e pressionando a inflação através do aumento dos preços de produtos.
Juros Futuros: Os juros futuros, que encontramos em títulos e investimentos prefixados, estão elevados. Isso é um reflexo das preocupações dos investidores com a sustentabilidade fiscal. Existe uma expectativas de manutenção de juros altos por mais tempo e a percepção de maior risco pelos investidores. A consequência dessa situação é o encarecimento do crédito de longo prazo (taxas que os bancos cobram para emprestar dinheiro para empresas e pessoas), desestímulo a investimentos produtivos e investimentos de renda variável e o maior custo do próprio governo para pagar a dívida pública.
A combinação destes indicadores demonstra, de forma muito clara, um cenário de problemas na economia do país. A economia não está bem. Quem está dizendo o contrário, provavelmente está sendo pressionado a fazer isso ou sofra de algum outro problema.
Nunca foi tão importante aprender mais sobre o funcionamento da economia e dos investimentos, pois você não pode confiar no que as pessoas falam.
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