Há um padrão que muitos preferem ignorar: as crises econômicas não são exceções. Elas são recorrentes. Elas são parte do jogo. A tabela abaixo revela um fato desagradável: nenhuma geração desde 1960 viveu sem enfrentar uma grave crise. Algumas foram atingidas em cheio, outras pegaram o rastro, mas todas sentiram o impacto. Os números em cada geração é a idade mínima e máxima das pessoas de cada geração no ano de cada crise.

Crise Econômica Ano Baby Boomers Geração X Millennials Geração Z Geração Alpha
Crise do Petróleo 1973 9-27 0-8 Não nascidos Não nascidos Não nascidos
Crise da Dívida (Hiperinflação) 1982 18-36 2-17 0-1 Não nascidos Não nascidos
Crise Asiática 1997 33-51 17-32 1-16 0-0 Não nascidos
Bolha da Internet 2000 36-54 20-35 4-19 0-3 Não nascidos
Crise Financeira Global 2008 44-62 28-43 12-27 0-11 Não nascidos
Crise da Pandemia 2020 56-74 40-55 24-39 8-23 0-7
Guerra Comercial EUA x China 2025 61-79 45-60 29-44 13-28 0-12
 

A Geração Millennial (pessoas com idade entre 29 e 44 anos),na sua adolescência ou início da vida adulta, presenciaram o estouro da bolha da internet em 2000. Ainda juntando os cacos, levaram o golpe da crise de 2008, no exato momento em que muitos estavam entrando no mercado de trabalho. Mais uma década, e veio a pancada da COVID-19, que destruiu empregos, negócios e esperanças. Agora, entre 29 e 44 anos, estão no olho do furacão de uma possível guerra comercial entre EUA e China. Quatro crises antes dos 45.

Os Baby Boomers (pessoas com idade entre 61 e 79 anos) também não escaparam. Enfrentaram a Crise do Petróleo em sua juventude, a Crise da Dívida em plena fase produtiva (hiperinflação e congelamento de preços do Sarney), e depois todas as demais crises como adultos maduros. Frequentemente essa geração possui uma abordagem mais conservadora e disciplinada em relação às finanças. Muitos começaram a poupar e investir desde cedo, acumulando patrimônio ao longo de décadas.

A Geração X (pessoas com idade entre 45 e 60 anos) cresceu entre a instabilidade brasileira e os efeitos globais da crise asiática e da bolha das ponto.com. Vários da geração X, assim como seus pais, vão acumular 7 grandes crises de experiência quando a próxima crise chegar. Os membros da Geração X  demonstram uma tendência a valorizar a estabilidade financeira.

Já a Geração Z, ainda em formação, foi jogada no meio do caos da pandemia e agora vê seu futuro ameaçado por uma nova escalada de tensões globais. No Brasil, pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que 47% dos jovens entre 18 e 24 anos não realizam controle das finanças pessoais, citando falta de conhecimento, falta de disciplina ou renda como principais razões.

Embora a geração Millennials represente 39% dos investidores, muitos ainda enfrentam problemas financeiros, como dívidas e dificuldades em planejar a aposentadoria.

A lição? Não se trata de “se” vai acontecer outra crise. Se trata de “quando”. E quando ela vier, quem estará preparado?

A crise é a tempestade. A reserva financeira é o abrigo. O investimento é o campo plantado que alimenta mesmo em tempos de seca.

Não adianta culpar o sistema, o capitalismo ou o mercado. Você não pode entregar seu destino ao acaso. Se você não quer ser mais um refém da próxima crise, mude hoje. Trabalhe com afinco. Gaste menos do que ganha. Invista com inteligência. Estude a realidade e não caia em promessas fáceis.

Porque o mundo muda. A economia oscila. Mas os princípios permanecem: Disciplina. Trabalho. Poupança. Investimento. Liberdade Financeira.

Esses são os pilares dos que sobrevivem e prosperam. O resto é ruído. E o ruído não protege ninguém da tormenta.

O que aconteceu em cada crise?

Cada crise econômica carrega consigo mais do que números em queda e gráficos vermelhos. Elas deixam cicatrizes reais e profundas na vida das pessoas. Destruíram fortunas, empregos, famílias e sonhos. Eis um resumo direto e objetivo do que cada uma provocou:

1. Crise do Petróleo (1973)
O preço do petróleo disparou. Isso levou à inflação em massa. O custo de vida explodiu. Filas em postos de gasolina se tornaram rotina. Empresas fecharam as portas. O desemprego avançou. Governos adotaram políticas de controle de preços que só agravaram o problema. A classe média viu seu poder de compra evaporar.

2. Crise da Dívida (1982)
O Brasil e vizinhos mergulharam num colapso financeiro. Dívidas externas impagáveis. FMI no comando. Cortes brutais nos gastos públicos. Inflação descontrolada. Década perdida. Milhões viram a economia encolher e a pobreza crescer. Salários congelados. Investimentos desaparecendo. Gerações inteiras desiludidas.

3. Crise Asiática (1997)
Tailândia, Coreia do Sul, Indonésia… economias em rápido crescimento ruíram de repente. Ataques especulativos contra suas moedas quebraram bancos e empresas. O contágio se espalhou. Investidores fugiram. Mercados emergentes sofreram. O Brasil teve de aumentar juros e desvalorizar o real para não afundar junto. Foi uma lição dura sobre o risco da dependência do capital externo.

4. Estouro da Bolha da Internet (2000)
Milhões de pessoas acreditaram no conto de fadas das empresas “.com”. Investiram em ações que valiam muito, mas produziam pouco ou nada. Quando a bolha estourou, trilhões evaporaram em dias. A Nasdaq perdeu quase 80% de valor. Muitos perderam a aposentadoria. Outros perderam o emprego. Foi o fim precoce do sonho digital para muitos.

5. Crise Financeira Global (2008)
O castelo de cartas dos bancos americanos desabou. Imóveis supervalorizados. Empréstimos irresponsáveis. O resultado: quebra do Lehman Brothers, pânico nos mercados. Milhões de americanos perderam suas casas. O desemprego disparou no mundo inteiro. Empresas gigantes fecharam. Governos despejaram trilhões em resgates. A classe média foi devastada.

6. Crise da Pandemia de COVID-19 (2020)
Lockdowns forçados. Comércio paralisado. Indústrias paradas. Viagens canceladas. Escolas fechadas. Uma paralisação global sem precedentes. Pequenos negócios quebraram aos milhares. Trabalhadores informais ficaram sem renda. Muitos se endividaram para sobreviver. A inflação ressurgiu. O Estado avançou ainda mais sobre a liberdade e a economia.

7. Guerra Comercial EUA x China (potencial – 2025)
Muitos acreditam que existe uma nova crise em curso (isso só será confirmado no futuro). Tarifas pesadas dos dois lados. Preços de produtos podem subir. Indústrias podem quebrar. Exportações e importações serão duramente afetadas. Investidores recuam. A economia global está prestes a ser novamente sacudida.

Cada uma dessas crises empurrou pessoas para sérios problemas financeiros e criou oportunidades para quem estava preparado. O impacto sempre recai sobre os menos preparados e os que possuem menos conhecimento. E por isso, a lição se repete: quem vive como se o amanhã estivesse garantido, será esmagado quando ele não chegar.

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