Uma pesquisa divulgada pelo Folha de S. Paulo, um jornal do Grupo Folha, que adota um viés de esquerda em sua linha editorial, publicou uma pesquisa que expôs que os brasileiros estão sendo forçados a comer menos. O Datafolha ouviu 3.054 pessoas de 16 anos ou mais em 172 municípios entre os dias 1º e 3 de abril/2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Veja alguns resultados assustadores:

  • 61% das pessoas declarou que diminuiu a frequência com que come fora de casa.
  • 58% reduziu a quantidade de alimentos que costuma comprar, ou seja, as pessoas foram forçadas a comer menos.
  • 50% trocou a marca habitual de café por uma mais barata.
  • 49% diminuiu o consumo de café. Para muitos, beber café se tornou um luxo.
  • 21%, somente, conseguiram manter seus hábitos alimentares. O resto, a maioria, está se virado como pode.
  • 50% diminuiu o consumo de água, luz e gás. Itens básicos de sobrevivência.
  • 47% buscou uma outra fonte de renda. As pessoas precisam refletir sobre quais conhecimentos e habilidades precisam adquirir para realizar trabalhos de maior valor. Ficar acomodado na sua profissão é um erro grave.
  • 36% reduziu a compra de remédios. Isso é preocupante.
  • 32% deixou de pagar dívidas.

A inflação pode ser comparada a quando você coloca muita água no feijão para “esticar” a comida ao receber uma visita, em vez de cozinhar mais feijão. No início, parece que há comida suficiente, mas o feijão fica ralo, sem sustância, e todos acabam com fome porque o prato perdeu valor nutricional. Com o dinheiro, é parecido: quando o governo ou o sistema econômico “imprime” muito dinheiro (ou aumenta a quantidade de dinheiro em circulação sem correspondência em bens e serviços), o valor desse dinheiro diminui. Cada nota compra menos coisas, como se fosse “dinheiro ralo”. No fim, as pessoas têm mais dinheiro na mão, mas ele não sustenta como antes, e todos “passam fome” porque os preços sobem e o poder de compra encolhe. Essa é a inflação: o feijão aguado da economia, que deixa todo mundo querendo mais, mas com menos.

No mundo inteiro, o governo é o principal responsável pela perda do poder de compra da moeda porque é ele quem manipula os instrumentos que causam a inflação: emissão descontrolada de dinheiro, aumento irresponsável dos gastos públicos, endividamento crescente e políticas intervencionistas que desorganizam o mercado. Quando o governo gasta mais do que arrecada, financia esse rombo por meio da dívida pública ou da criação de moeda, o que aumenta a base monetária artificialmente e gera inflação.

Além disso, a interferência em preços, impostos abusivos e a falta de reformas estruturais que incentivem a produtividade aprofundam a corrosão do valor do dinheiro. A moeda perde valor porque o Estado abusa do seu poder de gastança, e transfere a conta para o povo em forma de preços mais altos e menor poder de compra.

A tendência pode ser piorar. O ano de 2026 será um ano eleitoral no Brasil. Estudos indicam que, em anos eleitorais, há uma tendência de expansão dos gastos públicos com o objetivo de impulsionar a popularidade do governo. Por exemplo, durante as tentativas de reeleição dos governos Dilma Rousseff (2011–2014) e Jair Bolsonaro (2019–2022), observou-se um aumento significativo nos gastos públicos. Além disso, análises mostram que, nas últimas cinco eleições presidenciais, a inflação (IPCA) aumentou em quatro ocasiões nos anos seguintes às eleições: 2002, 2006, 2010 e 2014.

Temos um gráfico que mostra esse processo de aumento da quantidade de dinheiro em circulação.

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