O atual governo brasileiro divulgou um programa que pretende oferecer gás gratuito para 22 milhões de famílias (fonte) com objetivo de melhorar sua popularidade entre os eleitores (fonte), assim como já faz distribuindo medicamentos (fonte), marmitas grátis (fonte) e distribuição de “dinheiro grátis” para estudantes (fonte).

Governos anteriores fizeram a mesma coisa, por isso é muito importante aprender qual é a “pegadinha” por trás dos governos que oferecem “coisas grátis”. Mostre esta realidade para os seus parentes e amigos. Antes de continuar a leitura, ligue o som, clique no ícone de “caixa de som” que aparece no canto inferior esquerdo do vídeo a seguir:

Ligue o som: Clique no ícone do microfone, no vídeo, para ativar o som.

Vamos organizar tudo que foi possível aprender nesta aula. Aprenda e ensine outras pessoas sobre estas questões.

Não existe Almoço Grátis: 

Uma das maiores falácias econômicas propagadas pelos políticos (no Brasil e no mundo) é a crença de que o governo pode gastar dinheiro sem que isso custe nada a ninguém. Essa ideia, que Milton Friedman chamava de “mito do almoço grátis” (assista ao vídeo no início do artigo), parte da ilusão de que o Estado tem recursos próprios e inesgotáveis, quando na realidade toda despesa estatal recai sobre indivíduos reais: trabalhadores, consumidores e empreendedores.

O economista francês Frédéric Bastiat, há mais de 150 anos, definiu o governo comoa ficção em que todos acreditam que podem viver às custas de todo mundo”.

Essa frase resume bem a mentalidade que sustenta o mito do almoço grátis.

A solução é taxar as empresas?

Uma das formas mais comuns desse mito é a ideia de que é possível tributar empresas sem afetar indivíduos. Muitos políticos e eleitores acreditam que o Estado pode aumentar impostos sobre corporações sem penalizar consumidores e trabalhadores. Nada poderia estar mais longe da verdade.

Empresas não são seres autônomos, não possuem dinheiro próprio e não pagam impostos no vácuo. Qualquer tributação imposta sobre elas precisa, inevitavelmente, ser repassada a algum grupo: acionistas, trabalhadores ou consumidores. O acionista recebe menos retorno sobre seu investimento, o trabalhador sofre com salários reduzidos ou menor oferta de empregos e o consumidor paga preços mais altos. O Estado apenas muda quem sofre a consequência, mas nunca elimina o custo.

A mentira sobre a tributação dividida

Outro exemplo é a contribuição previdenciária, que na prática é um imposto. O governo faz parecer que parte é paga pelo empregador e parte pelo empregado, mas isso é um truque contábil. O empregador, ao decidir contratar um funcionário, considera o custo total desse trabalhador, incluindo impostos. Ou seja, se o governo impõe um imposto extra ao empregador, este reduz os salários ou contrata menos pessoas. No fim, quem paga o imposto não é o empregador, mas o próprio trabalhador, que recebe um salário menor ou não é contratado.

Isso não é teoria; é um fato econômico confirmado empiricamente. Mesmo estudos de instituições favoráveis a intervenção estatal mostram que o fardo tributário sobre empresas recai majoritariamente sobre os trabalhadores.

O Perigo da Impressão de Dinheiro

A segunda expressão do mito do almoço grátis é a ideia de que é possível criar dinheiro sem gerar custo algum. Os defensores desse argumento acreditam (ou finge acreditar) que o governo pode simplesmente imprimir moeda para financiar gastos, sem impactos negativos na economia. No entanto, a realidade é outra: quando mais dinheiro é colocado em circulação sem um correspondente aumento de bens e serviços, o resultado é previsível: inflação.

A inflação é, na prática, um imposto disfarçado. Ao imprimir dinheiro, o governo reduz o poder de compra de toda a população, corroendo salários e poupanças. O efeito é semelhante a confiscar uma parcela do dinheiro das pessoas sem que elas percebam.

Caminhos para uma Economia Sustentável

Se não existe almoço grátis, então qual é o caminho para um sistema econômico que funcione?

1. Redução do Tamanho do Estado: O governo deve limitar suas funções ao essencial, permitindo que o setor privado prospere sem amarras excessivas. Quanto menor o Estado, menor a carga tributária e o desperdício de recursos. No entanto, isso vai contra a natureza do político, que sempre trabalha para expandir sua influência e o aparato estatal. Se a sociedade não exercer pressão constante para conter esse avanço, a redução do Estado jamais ocorrerá.

2. Tributação Transparente e Direta: Em vez de mascarar impostos sobre empresas e emitir moeda, é preferível uma tributação simples e direta, permitindo que os cidadãos saibam exatamente o custo das políticas públicas. Imagine se, ao comprar qualquer coisa, o consumidor tivesse que fazer dois pagamentos separados: um para o produto e outro diretamente para o governo (impostos), sem intermediários. As empresas deixariam de ser coletoras de impostos, e cada cidadão sentiria na pele, de forma brutal e imediata, o peso do Estado em seu bolso. Esse simples ajuste tornaria a carga tributária insuportável para a população, forçando uma pressão real pela redução do Estado.

3. Disciplina Fiscal: O governo deve evitar déficits constantes e manter o equilíbrio das contas públicas, sem recorrer à inflação ou ao endividamento excessivo para sustentar gastos insustentáveis. No entanto, isso dificilmente acontece porque falta educação econômica e financeira na população. A maioria das pessoas não entende como o descontrole fiscal destrói sua própria renda e poder de compra. Sem esse conhecimento, não há pressão sobre os políticos para que ajam com responsabilidade. O resultado? Governos gastando sem limites, eleitores iludidos com promessas insustentáveis e a conta sempre recaindo sobre quem produz e poupa.

4. Incentivo à Livre Iniciativa: Um mercado livre e competitivo gera riqueza e prosperidade. Empreendedores e investidores devem ser incentivados, não sufocados por regulações e tributos elevados. No entanto, políticos e burocratas fazem exatamente o oposto: demonizam empresários, retratando-os como exploradores gananciosos, enquanto posam de salvadores do povo. Criam uma falsa oposição entre empregadores e empregados, alimentando ressentimento e justificando mais intervenção estatal. Mas a verdade é clara: sem empresários, não há empregos, inovação ou crescimento econômico. Quanto mais o Estado atrapalha, menos oportunidades surgem para todos.

O almoço nunca é grátis. Cada real gasto pelo Estado sai do bolso de alguém, seja por impostos diretos, repasse de custos das empresas ou pela inflação.

Entender essa realidade é fundamental para construir uma economia baseada em responsabilidade, liberdade e prosperidade real.

Gostou deste artigo? Continue aprendendo em 2 passos:

  1. Inscreva-se clicando aqui e receba um e-mail semanal com os conteúdos inéditos e gratuitos que produzimos.
  2. Junte-se à nossa comunidade! Participe do nosso grupo no Whatsapp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui) e seja o primeiro a saber sobre novos conteúdos.

Aprenda a fazer seu dinheiro trabalhar para você com nossos livros sobre investimentos: