Vou comentar este vídeo que foi sugerido por um leitor aqui do Clube dos Poupadores. Clique para assistir ao vídeo:
Naiara provavelmente nunca fez MBA em finanças. Nunca foi convidada para Davos. Mas ensinou, com uma simplicidade desconcertante, aquilo que muitos doutores em economia, sociólogos engajados e suas ideologias se recusam a admitir: com disciplina, foco e o mínimo de racionalidade, uma pessoa pobre — sozinha, CLT, sem herança e sem truque — consegue, sim, juntar dinheiro. Sem Estado, sem subsídio, sem salvador da pátria. Apenas com responsabilidade e trabalho.
Naiara mostrou o óbvio, que sempre destacamos aqui no Clube dos Poupadores: o problema nunca foi o salário, foi a mentalidade.
Organizei aqui os ensinamentos simples que ela apresentou no vídeo e vou complementar alguns pontos com a minha experiência.
1. Comece pequeno, mas comece
Aos 14 anos, Naiara começou limpando chão de loja. Saiu por exaustão. Voltou para o mercado com 16. Trabalhou onde deu. Riachuelo, estágios, o que aparecesse. Nunca parou. E mais importante: sempre poupou. Não esperou o “salário ideal” para começar a economizar. Enquanto muitos reclamam do salário mínimo, Naiara juntava centavos. Centavos viram dezenas, depois centenas, depois milhares. Nunca se vitimizou. Não culpou o governo, nem os pais, nem o “sistema”. Apenas aceitou a vida como ela é: dura para quem quer vencer de verdade. Trabalhou com paciência. Sem drama. Sem desculpas. Sabia que o progresso não vem de gritos, mas de constância.
2. “Se pague primeiro” — a verdade que os endividados odeiam
Ganha pouco? Problema. Gasta tudo? Culpa. Naiara desmascara o vitimismo financeiro com uma frase simples: aja como se ganhasse 10% a menos. A diferença? Invista. O que resta? Viva com dignidade, mas sem ilusão. É duro? É. Mas funciona. Os mimados da geração “coach do prazer” odeiam essa verdade. Preferem parcelar o novo iPhone a abrir mão do delivery e do Uber diário.
Não importa quanto você ganhe. Viva sempre como se ganhasse menos. Jamais como se ganhasse mais. Qualquer coisa diferente disso é imprudência — ou loucura, especialmente para quem vive no Brasil.
3. Compre online, pesquise, use cashback
Enquanto o brasileiro médio entra no shopping para “dar uma olhadinha” e sai com dívida no cartão, Naiara planeja cada compra. Pesquisa, compara preços, usa aplicativos de cashback, antecipa datas. Isso não é mesquinharia. É inteligência. O verdadeiro rico é aquele que gasta menos do que ganha. O resto é ilusão financiada em 12 vezes.
Mais do que isso: é respeito pelo próprio tempo de vida. Quem vive de salário está trocando horas de vida por dinheiro. Cada nota recebida é um pedaço do seu tempo, da sua saúde, da sua juventude. Gastar sem pensar é jogar fora a única moeda que não se recupera: o tempo. Quem é CLT está literalmente vendendo dias da própria vida — e ninguém nessa condição deveria tratar esse tempo com desprezo.
Com paciência, chegará o tempo em que o dinheiro trabalhará por você (aquele que você economizou e investiu para sempre). Juros, dividendos e ganho de capital serão sua nova fonte de renda. Aí sim, você poderá gastar sem culpa — porque será o fruto do capital, não do seu suor. Até lá, gaste com respeito. E invista com inteligência.
4. Não se importe em ser mal visto
Esse foi um dos maiores tapas na cara da cultura do “viver de aparências”. Naiara alisou o cabelo, gastou além do previsto, então recusou convites para almoços e passeios. Explicou o motivo. Disse “não posso”. E dormiu em paz. Enquanto os escravos da opinião alheia seguem endividados para manter status no Instagram, ela segue firme no seu plano.
5. Dinheiro investido não é dinheiro disponível
Dinheiro parado em conta vira tentação. Naiara entende isso. Colocou os R$ 100 mil em CDB prefixado, sem liquidez (ela poderia ter diversificado mais). Transformou o “dinheiro guardado” em “dinheiro intocável”. Resultado? Não sente vontade de gastar o que não vê. Gasta o que ganha. E só. Simples. Poderoso.
Naiara ainda precisa avançar no tema da diversificação. No Brasil, concentrar tudo em títulos prefixados é um risco alto — e ingênuo. A inflação por aqui não é um acaso da natureza, mas o resultado previsível da irresponsabilidade fiscal de políticos incompetentes, corruptos ou populistas — que, infelizmente, o povo insiste em eleger.
Colocar todo o patrimônio em títulos prefixados, é confiar demais na recuperação da economia. O ideal é diversificar: uma parte em prefixados, outra em papéis atrelados ao IPCA (juros reais), uma fatia em pós-fixados atrelados ao CDI e, principalmente, exposição ao dólar e ativos que gerem dividendos e ganho de capital. Assim se constrói uma defesa sólida contra a dilapidação do patrimônio causada por Brasília.
6. Renda extra: não tem milagre
Naiara não prometeu mundos. Disse a verdade incômoda: se você ganha um salário mínimo e tem filhos, precisa se esforçar mais. A saída é clara: trabalhe mais. Produza mais. Seja útil. O Estado não vai te salvar. O vizinho não vai pagar sua conta. Pare de esperar. Aja.
O Brasil não é a Suíça, onde o salário mínimo ultrapassa R$ 25.000 por mês (o valor é de 24,48 francos suíços por hora, para uma jornada de 41 horas semanais, isso equivale a cerca de 4.406,40 francos suíços por mês. Convertendo para reais, com uma cotação aproximada de 6,1 reais por franco suíço, chega a cerca de R$ 26.879,04 mensais) Aqui, por culpa dos políticos, o salário mínimo mal cobre o básico. Por isso, ninguém em sã consciência deveria se acomodar com um ou dois salários mínimos. É suicídio financeiro. As pessoas precisam parar de se resignar com pouco e começar a perguntar: “O que me falta aprender para que meu trabalho valha mais?” O mercado recompensa quem resolve problemas, não quem repete tarefas. A diferença entre estagnação e prosperidade está no conhecimento aplicado.
Deixo aqui alguns conselhos:
Naiara foi honesta ao contar que gastou muito com os cabelos. E aqui cabe uma advertência que vale para muitas mulheres: cuidado com a armadilha da aparência. A indústria da estética — alimentada por inseguranças profundas — nunca diz “basta”. Sempre há um novo produto, um novo tratamento, um novo “defeito” inventado que precisa ser corrigido. O resultado é um ciclo sem fim de gastos que consomem o tempo, o dinheiro, a saúde e a autoestima de quem entra nele.
Muitas mulheres, sem perceber, tornam-se reféns dessa dinâmica. Gastam mais do que podem porque foram convencidas de que nunca são “suficientes” (com relação a aparência). Isso pode acontecer com homens também, mas de forma diferente — atingidos por outro tipo de vaidade, mais ligada ao status, ao carro, ao relógio, ao cargo. Mas no caso das mulheres, o apelo parece mais cruel e constante. E isso exige vigilância.
O alerta não é contra o cuidado pessoal — é contra o desequilíbrio (a entrada em uma bola de neve sem fim de procedimentos). É preciso saber a hora de parar. Beleza sem controle vira escravidão de uma enorme indústria.
E já que Naiara chegou até aqui com disciplina, foco e coragem, falta pouco para ir além. O próximo passo é aprender mais sobre investimentos. Diversificar. Proteger o patrimônio contra a inflação, contra o risco político e contra as armadilhas da economia brasileira. Prefixados são só um pedaço do quebra-cabeça. É hora de conhecer os ativos atrelados ao IPCA, ao CDI, aos dividendos e ao dólar.
O mais difícil ela já tem: a essência. Responsabilidade. Humildade para aprender. Coragem para dizer não. Agora é seguir crescendo — com sabedoria.
A verdade é simples. Mas exige coragem:
Assim como o conteúdo do Clube dos Poupadores, Naiara não oferece fórmula mágica. Não fala de uma nova criptomoeda, um novo jogo de azar, daytrade, opções e derivativos da bolsa de valores. Fala de algo mais poderoso: responsabilidade pessoal, controle, planejamento e poupança. O que ela fez, qualquer brasileiro com um mínimo de sanidade pode fazer. O que falta? Foco, virtude e vontade de dizer “não”.
Se Naiara conseguiu, sendo pobre, CLT, com todas as desculpas prontas para fracassar… o que falta para você?
Pare de reclamar. Comece a agir.
Aqui no Clube dos Poupadores temos diversos livros sobre investimentos e independência financeira que podem ajudar
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