Por que ninguém quer ter filhos? A baixa taxa de natalidade vem se tornando um problema mundial.
Algumas pessoas já perceberam o risco de um futuro sem crianças. Teremos uma população envelhecendo, pirâmide etária invertida e uma taxa de reposição populacional que pode destruir o mundo como conhecemos.
Eu considero importante compreender o impacto econômico dessa baixa natalidade, pois nossa geração e a geração de nossos filhos e netos vão sofrer com uma economia sem crescimento populacional.
O mapa abaixo revela uma verdade muito preocupante que parte da mídia e os políticos tentam esconder: boa parte do mundo ocidental está morrendo.
A taxa de fertilidade em praticamente todos os países europeus está muito abaixo dos 2,1 filhos por mulher, número mínimo necessário para manter uma população estável. Isso significa que as famílias nunca foram tão pequenas como agora.
Países como Itália (1,24), Espanha (1,16) e Portugal (1,43) estão em situação especialmente alarmante. Significa que nesses países as famílias possuem menos de 2 filhos. São taxas que, mantidas por algumas décadas, literalmente reduzirão essas populações à metade.
No Brasil a taxa de fecundidade é de 1,6. Isso está abaixo da taxa mundial que é de 2,3 filhos por família. Já temos menos filhos do que o necessário para repor a população que envelhece e morre.
Não é exagero, estamos testemunhando um destruição populacional em câmera lenta.
O gráfico mostra que algo estranho aconteceu a partir da década de 60 que desmotivou as pessoas a constituir famílias e terem filhos.
Em 2022, o Brasil registrou aproximadamente 2,54 milhões de nascimentos. Esse número representa uma queda de 3,5% em relação a 2021. Você certamente conhece casais de amigos ou parentes que escolheram criar animais de estimação como se fossem filhos. Nos últimos anos, o número de animais de estimação no Brasil tem crescido significativamente. Em 2024, o Brasil tinha cerca de 160,9 milhões de animais de estimação, um aumento de 3,33% em relação a 2022.
Quando um casal tem menos de dois filhos em média, cada nova geração será menor que a anterior. Com 1,2 filhos por mulher, como na Itália, a cada 100 pessoas da geração atual, teremos apenas 60 na próxima. Em três gerações, aqueles 100 italianos se tornarão apenas 22. Na Europa, em 2024, o tamanho do mercado de alimentos para animais de estimação foi estimado em cerca de 55,02 bilhões de dólares, e deve atingir 78,88 bilhões de dólares até 2029, com uma taxa de crescimento anual de 7,47%.
O gráfico abaixo mostra a Pirâmide Demográfica do Brasil. Observe que o percentual crianças na base é menor que adultos em várias faixas:
Você pode ler o gráfico da seguinte forma: ss barras indicam o percentual de homens (azul) e mulheres (rosa) que estão em uma determinada faixa de idade. Exemplo: na base da pirâmide temos a informação de que as crianças até 4 anos são divididas entre 3,1% de meninos e 3,0% de meninas. Já na faixa de 40-44 anos temos 3,9% de homens e 4% de mulheres. Para ver pirâmides demográficas de outros anos, visite aqui.
Veja como era a pirâmide demográfica do Brasil em 1955:
E aqui está o ponto crucial que os políticos escondem das pessoas: sistemas previdenciários, assistência médica e toda a estrutura que o Estado promete, pelos elevados impostos que cobra, dependem fundamentalmente de haver crianças nascendo e mais jovens trabalhando do que idosos aposentados. Para ver pirâmides demográficas de outros anos, visite aqui.
Aqui temos algo estranho acontecendo no mundo inteiro. Se o Estado precisa de pessoas trabalhando e empreendendo para produzir riquezas que serão taxadas, por qual motivo nada está sendo feito para motivar as famílias a terem filhos? Em muitos lugares os governos estão aprovando leis que resultam em famílias menores, interrupção da gravidez (ab0rt0) legalizada e outras medidas que reduzem o crescimento populacional.
Veja esse absurdo: a cada ano nascem 140 milhões de crianças no mundo. O número de ab0rt0s chega a 73 milhões – isso significa que para cada 2 nascimentos, 1 bebê é literalmente mort0. Em outras palavras, 34% das gestações terminam em abort0. Se esses bebês nascessem, a inversão da pirâmide etária seria menor em países desenvolvidos, que hoje enfrentam graves problemas previdenciários e de força de trabalho devido ao envelhecimento populacional e baixa natalidade.
Nem a Segunda Guerra Mundial (40 milhões de mortos em 6 anos), nem a Peste Negra (75 milhões em 4 anos), nem qualquer outra tragédia matou tantas pessoas em um único ano quanto o abort0 que temos na atualidade. São 73 milhões de vidas eliminadas anualmente – uma tragédia sem precedentes na história da humanidade. Você viu algum político, parlamentar, artista, coach, jornalista ou alguém incomodado com esses números?
A impressão que se tem é que existe algum tipo de “agenda oculta” envolvendo o decaimento da população mundial.
Será coincidência que as mesmas vozes que defendem o “direito de não ter filhos” são as que advogam por mais impostos e benefícios sociais? São os mesmos políticos com as mesmas ideologias. Parece uma contradição: como sustentar um estado enorme, cobrador de impostos, assistencialista, populista e um sistema previdenciário generoso, sem muitos milhões de novos pagadores de impostos? Isso levará os países ao colapso econômico. Será que os políticos que temos hoje no mundo não sabem disso? E se a ideia for justamente produzir o caos?
Entre os políticos europeus, especialmente aqueles de determinadas ideologias, a solução para esse problema não é motivar o seu próprio povo a ter filhos. A solução que eles estão executando nos últimos anos é a “imigração em massa”. Curiosamente, a imigração em massa ocorre de povos com cultura, religião e valores totalmente diferentes, criando uma série de conflitos locais. É uma solução que beneficia determinados políticos no curto prazo, pois imigrantes legalizados se tornam novos eleitores dependentes dos benefícios do Estado. A situação cria problemas sociais e econômicos imprevisíveis no longo prazo.
O projeto de muitos políticos e da mídia mundial parece incluir um ataque sistemático aos valores familiares, que sempre foram a base das famílias.
É muito comum nos filmes, séries e novelas encontrar situações de ridicularização da maternidade como “prisão social”. No caso dos homens, o cinema retrata pais como idiotas incompetentes, workaholics negligentes e insensíveis. Essa ridicularização não parece acidental. A propósito, parece ser o de enfraquecer a ideia de família, diminuir a autoridade paterna no lar e desconstruir as figuras do pai e da mãe como referência moral. Eles querem transmitir a percepção de que ter uma família é um sacrifício que não compensa.
Ao mesmo tempo, por toda parte, podemos ver uma espécie de promoção do hedonismo e gratificação instantânea.
O hedonismo se tornou uma espécie de “religião oculta” onde seus “altares” ficam nas redes sociais. A pessoa hedonista tem sua vida focada na busca incessante pelo prazer. Elas precisam mostrar para os outros que vivem esse prazer. Frequentemente isso leva ao egoísmo, soberba, superficialidade e falta de propósito.
Devido ao funcionamento do nosso cérebro (dopamina), a busca constante por gratificação imediata pode resultar em insatisfação crônica e negligência de responsabilidades e relacionamentos significativos. Eu recomendo que você leia esse livro aqui, pois você certamente conhece pessoas que seguem o estilo de vida hedonista que enfrentam problemas que vão de questões financeiras até questões de saúde mental.
Ter filhos é contrário ao hedonismo porque a criação de filhos exige sacrifícios, responsabilidades e dedicação a longo prazo, o que pode limitar a busca constante por prazer e gratificação imediata, características centrais da “seita do hedonismo”. Frequentemente os hedonistas buscam cães e gatos como “filhos” porque animais oferecem prazer e companhia imediata sem as responsabilidades e sacrifícios a longo prazo que ter filhos humanos exige.
Infelizmente, existem muitas políticas dos governos que tornam a criação dos filhos financeiramente custosa. Só o fato de as pessoas serem obrigadas a trabalhar 5 meses por ano, só para sustentar o Estado (pagando inúmeros impostos diretos e indiretos), já torna difícil ter muitos filhos nas grandes cidades. Na prática, todos nós, brasileiros, estamos trabalhando para sustentar o Estado e sobra pouco para constituir uma família que possa viver de forma digna.
Para piorar as coisas: quando as pessoas não poupam, não investem, não constroem uma família, elas estão confiando no assistencialismo do Estado quando atingirem a velhice.
A realidade é que sociedades que não se reproduzem, morrem. Não há exemplo histórico de civilização que tenha sobrevivido a décadas de taxa de fertilidade abaixo de 1,5 filho por mulher.
O declínio populacional não é apenas uma questão de números – é o sintoma de uma sociedade que perdeu a confiança e a esperança em seu próprio futuro. Isso parece gravíssimo.
Na próxima parte desse artigo, vamos examinar as consequências econômicas específicas dessa crise demográfica e por que os políticos têm tanto interesse em esconder essa realidade do público.
O colapso que se aproxima é matemático e parece inevitável – a menos que mudemos radicalmente de rumo.
Nota ao Leitor Sensível: Caso você tenha ficado emocionalmente incomodado com esse conteúdo, perceba que este artigo analisa tendências demográficas e suas consequências econômicas em escala populacional. Não se trata de um julgamento sobre escolhas individuais ou circunstâncias pessoais. Cada um deve cuidar de sua própria vida, assumindo as responsabilidades de suas escolhas, já que a realidade (consequências do que fazemos) não se importa com nossos sentimentos. Escolhas pessoais têm repercussões na sociedade como um todo e, portanto, devem ser consideradas com cuidado por todos.
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