Vivemos numa época em que a ilusão se tornou realidade com perfeição assustadora. Prepare-se, pois teremos sérios problemas a partir de agora.
A nova ferramenta de inteligência artificial do Google, chamada Veo 3, pode fabricar vídeos e áudios tão realistas que se tornam indistinguíveis do mundo real, sendo que isso é apenas o começo.
O que está em jogo é a destruição da confiança, que serviu de base para a civilização.
Assista ao vídeo logo abaixo. Ele foi totalmente produzido por IA. Ele mostra o mundo acabando enquanto os influenciadores produzem vídeos para as redes sociais.
Vídeo 100% produzido por uma IA oferecida pelo Google a qualquer pessoa. A partir de agora, não confie em vídeos e fotos da internet. Prepare-se, pois teremos problemas. pic.twitter.com/g1mqVYQEuh
— Clube dos Poupadores (@CPoupadores) May 27, 2025
A inteligência artificial, quase de graça, já pode fabricar vídeos de qualquer pessoa dizendo ou fazendo qualquer coisa. Um político confessando um crime, um empresário autorizando uma fraude, até você em uma situação comprometedora. Tudo falso, mas indistinguível do real. Provas em tribunais, notícias, até conversas pessoais perdem credibilidade.
Voltaremos para o tempo em que só era possível confiar naquilo que podemos ver ou naquilo que pessoas que confiamos viram.
Mentiras Viram Armas de Guerra Psicológica
Com vídeos e vozes que não são reais, mas parecem ser, torna-se possível fabricar escândalos em massa. Um candidato pode “aparecer” dizendo barbaridades que jamais disse. Uma autoridade pode ser “filmada” assinando uma ordem que jamais existiu.
O impacto disso? Uma sociedade mais fácil de manipular, de dividir, de enfraquecer. Com a aparência da verdade, a mentira se torna ainda mais poderosa.
Destruição da Confiança Entre as Pessoas
Numa sociedade onde ninguém mais acredita no que vê ou ouve, reina o ceticismo. E não o ceticismo saudável, que leva à prudência, mas o doente, que leva à paranoia. Acusações falsas se multiplicarão. Relações serão destruídas por vídeos forjados. Empresas cairão por áudios fabricados.
Não há laço social que resista a um mundo onde a dúvida é regra e a verdade é exceção.
Novos Golpes, Velha Vítima: Você
Com IA, o golpista poderá usar o seu rosto, sua voz, sua imagem. Um vídeo seu autorizando uma transferência bancária, que você nunca fez. Uma chamada de vídeo em que você “aparece” pedindo socorro ou dinheiro. As possibilidades são infinitas e perigosas. Eu recomendo que você tenha cuidado ao oferecer suas fotos, vídeos e sons da sua voz nas redes sociais. Sua imagem passa a ser algo valioso que precisa ser protegido.
Teremos problemas pic.twitter.com/Ka97dx4Ry0
— Clube dos Poupadores (@CPoupadores) May 31, 2025
Democracia Virando Teatro de Marionetes
Imagens manipuladas podem virar ferramentas para mudar o rumo de uma eleição ou provocar crises internacionais. Um líder “declarando guerra” num vídeo falso pode causar pânico real. E até que se prove o contrário, o dano já estará feito.
O Retorno Forçado à Confiança Presencial
Num tempo em que até a realidade pode ser fabricada por um adolescente com um software, quando qualquer rosto pode mentir com sua própria voz, o que restará como critério de verdade? Algoritmos para detectar a mentira? Comissões estatais de verificação da verdade? Tribunais do pensamento? É óbvio que não.
Paradoxalmente, o futuro tecnológico pode nos forçar a voltar ao passado. Onde só se confia em quem está perto, em quem se conhece, em quem se pode olhar nos olhos.
Isso exige mais do que tecnologia, exige caráter. Exige uma consciência moral forjada pela tradição, pelo dever, pela família, pela honra, pela autoridade legítima, pelo senso de responsabilidade diante de algo maior que o próprio ego. Ou seja, exige a recuperação dos fundamentos éticos que a modernidade secular tentou enterrar sob o relativismo, o individualismo e o hedonismo.
Mas aqui está o aviso: antes que o mundo perceba isso, virá a fase mais sombria.
A classe política e tecnocrática, ao se deparar com a avalanche de desinformação, difamação e caos social causados pelos deepfakes, não buscará restaurar a moral. Buscará controle. A resposta será o policiamento do discurso. Censura algorítmica. Registros digitais obrigatórios. Identidades verificadas pelo Estado. Sistemas de crédito social. Tudo isso sob o pretexto de “proteger a verdade”.
Mas a verdade, quando deixa de ser buscada como virtude interior e passa a ser imposta como decreto exterior, deixa de ser verdade. Torna-se ferramenta de tirania.
Só há uma saída legítima: formar homens e mulheres capazes de dizer “isso é mentira” mesmo quando todos dizem o contrário.
Mas isso só é possível quando a consciência está alinhada à ordem moral objetiva, não aos caprichos do momento. Só é possível quando há hierarquia no espírito, quando se teme a mentira não por medo da punição estatal, mas por amor à verdade em si.
Antes de defender tecnologia, defenda a moral. Antes de confiar em algoritmos, eduque a consciência. Antes de se entregar a um sistema de vigilância total, restaure a ordem interior da sua casa, da sua mente e da sua comunidade. Porque, num mundo onde tudo pode ser falsificado, só sobreviverá o que é real. E o que é real nasce da verdade. E a verdade exige virtude. Não há outro caminho.
A única âncora capaz de sustentar a verdade em um mundo dominado por imagens e sons manipuláveis é o retorno aos valores morais e éticos que fundaram a civilização ocidental. E sim, esses valores têm sua raiz mais profunda, foi da síntese greco-romana com o cristianismo que surgiu a noção de dignidade da pessoa humana, de verdade objetiva, de justiça natural e de ordem superior à vontade dos homens.
Foi com essa base que o mundo ocidental floresceu, a partir do século IV, consolidando instituições, leis e costumes que, por séculos, elevaram o homem acima da barbárie. Cidades, universidades, mercados e famílias fortes (com base cristã) foram edificados sobre essa rocha firme. No entanto, esse edifício começou a ruir quando as revoluções modernas: protestante, iluminista, francesa e suas herdeiras ideológicas, passaram a corroer os alicerces da ordem natural, substituindo a verdade por opiniões, a autoridade legítima por rebelião, e a liberdade virtuosa por licenciosidade.
A decadência não foi acidental, mas fruto da rejeição deliberada à sabedoria que guiava os povos. A consequência está diante de nós: uma sociedade desordenada, confusa e fragilizada. O remédio? Retornar ao que é sólido, eterno e verdadeiro. Comece em sua própria casa. Reeduque sua consciência, assuma responsabilidade pelos seus atos e finanças, e viva de acordo com os princípios que forjam homens livres e civilizações duradouras.
Teremos tempos difíceis.
— Clube dos Poupadores (@CPoupadores) May 31, 2025
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