Neste artigo vou compartilhar com você uma ferramenta automática que utilizo para comparar rapidamente os fundamentos financeiros das empresas antes de investir em ações.

Se você já leu o meu livro que ensina a investir em ações através da análise de fundamentos, sabe que existem pelo menos 17 indicadores fundamentalistas mais importantes que podemos avaliar para considerar o investimento em uma determinada ação. No livro eu apresento formas de avaliar rapidamente o histórico de várias décadas de cada indicador da empresa, sempre de forma fácil e visual através de gráficos de serviços gratuitos e serviços por assinatura.

Mesmo com essa facilidade a comparação entre várias empresas pode exigir algum tempo. Muitas vezes você deseja apenas comparar 2 ou 3 empresas do mesmo setor para tirar uma dúvida rápida sobre qual empresa está em melhor situação financeira.

Por exemplo, recentemente vi a entrevista de um gestor de fundos de ações fazendo o que eles sempre fazem que é elogiar publicamente as ações que já possuem na carteira. Ele elogiou uma determinada empresa em relação a outras do mesmo setor. Ele acreditava que essa ação era a melhor escolha para uma possível reabertura da economia, considerando a hipótese de que a crise que vivemos em 2021 chegará ao fim com a vacinação e reabertura definitiva do comércio.

Então resolvi fazer uma rápida comparação da situação financeira da empresa que ele citou e de outras duas que fazem parte do mesmo setor.

Abri uma planilha que desenvolvi que coleta e compara as avaliações de diversos fundamentos das empresas para montar um tipo de gráfico que muitos conhecem como gráfico radar, gráfico teia, gráfico estrela, gráfico polar e outros nomes.

Esse tipo de gráfico me ajuda a visualizar seis avaliações de seis grupos diferentes de fundamentos financeiros de até 3 empresas ao mesmo tempo. É uma forma muito rápida de comparação.

Quanto mais o gráfico for parecido com um hexágono perfeito, melhor o desempenho, rentabilidade, retorno ao acionista, níveis de endividamento, preço da ação e outros fatores adicionais que definem se estamos diante de uma boa empresa para investir.

Quanto mais “deformada” for a figura produzida pela ferramenta, mais cuidado devemos ter antes de investir. Significa será necessária uma avaliação mais detalhada sobre a situação da empresa, pois atualmente existem  “deformações” nos resultados seus financeiros. Possivelmente o investimento só se justificaria por uma expectativa otimista sobre uma possível melhora dos fundamentos da empresa no futuro, ou seja, seria necessário comprar uma promessa sobre uma empresa que terá fundamentos melhores no futuro e não um fato que seria uma empresa com histórico de bons fundamentos hoje.

Veja na figura abaixo um exemplo prático. Vou explicar como funciona logo abaixo. Você pode clicar em qualquer figura deste artigo para ampliar a imagem.

Essa planilha que criei permite comparar três empresas ao mesmo tempo. Neste exemplo digitei os códigos das ações de três empresas do segmento de “Tecidos. Vestuário e Calçados“. Todas essas empresas possuem lojas físicas em um setor que foi atingido pelos fechamentos da economia durante a crise.

Primeiro observe o hexágono que representa cada empresa. Qual é a empresa com o hexágono mais deformado? Qual é a empresa que tem a figura mais parecida com o hexágono e que mais preencheu a área do gráfico?

Agora veja o que significa cada lado do hexágono que é formado por uma nota que pode variar entre 0 e 100. Quanto maior a nota melhor a situação da empresa com relação a esses fundamentos financeiros.

  • Desempenho: considera indicadores como lucro líquido, margem de lucro etc.
  • Rentabilidade: considera indicadores como retorno sobre investimento.
  • Retorno ao acionista: considera indicadores como dividendos pagos por ação, dividend yield, payout etc.
  • Endividamento: considera liquidez corrente, dívida liquida em relação ao patrimônio líquido etc.
  • Adicionais: considera nível de governança, free float, acionista etc.
  • Preço: considera se a empresa tem um bom preço ou preço justo com base no crescimento dos lucros.

Podemos entender que empresas com bons fundamentos financeiros são empresas que possuem ações que se valorizam com o passar do tempo. Nas crises as ações das boas empresas sofrem menos. Então uma forma mais conservadora de investir em ações seria evitar o investimento em ações de empresas que possuem fundamentos ruins. Uma forma mais agressiva de investir seria selecionar ações de empresas que possuem fundamentos ruins, mas que você acredita (por algum motivo) que esses fundamentos serão melhores no futuro.

Vamos ver se os fundamentos das empresas estão coerentes com os preços das ações?

Logo abaixo temos um gráfico diário com as variações nos preços das ações das três empresas do nosso exemplo desde o início de 2020 até o dia em que escrevi esse artigo em 2021. Veja que a empresa com o hexágono mais deformado na planilha (linha amarela) foi justamente a que mais caiu na crise iniciada em 2020 e foi a que menos se recuperou até o início de abril de 2021. A empresa que tem o hexágono mais equilibrado (linha azul) foi justamente a que menos caiu e a que mais se recuperou, embora todas ainda tenham ações com preços menores do que os negociados antes da crise.

Agora vamos observar um gráfico de prazo mais longo que se inicia em 2010. Logo abaixo temos um gráfico semanal com as variações dos preços dessas três ações desde 2010 até o dia e horário em que escrevia esse artigo no início de abril de 2021.

Podemos observar que a ação da empresa representada pela cor amarela perdeu valor desde 2010 (perda de 67%). A empresa verde teve sua ação valorizada em 127% e a empresa azul teve sua ação valorizando 591%.

Se você observar todos os principais números da análise fundamentalista das três empresas nos últimos 10 anos, como ensino no meu livro sobre análise fundamentalista, verá que eles estão alinhados com o comportamento dos preços que podemos estudar através de gráficos na análise técnica. No meu entendimento são duas análises que se complementam.

O preço de uma ação é uma consequência das decisões de milhares ou milhões de investidores diante dos resultados passados, resultados do presente e expectativas de resultados futuros das empresas. Uma análise estuda a causa e a outra estuda o efeito.

É importante que você adquira o conhecimento e as ferramentas para fazer as suas próprias avaliações. Quando estiver diante de uma reportagem, entrevista ou recomendação sempre é necessário verificar por conta própria se o que está sendo falado faz algum sentido. É o que eu procuro fazer.

Sobre a planilha

Os dados que essa planilha utiliza são carregados automaticamente do banco de dados do GuiaInvest PRO através de um serviço chamado “Real Time Data (RTD)” que faz parte da assinatura premium. As notas de 0 até 100 de cada grupo de fundamentos são atribuídas pelo sistema deles que faz a análise automatizada dos dados financeiros de todas as ações da bolsa. Dessa forma, para que a planilha funcione você precisa ter um Excel atualizado, como o que acompanha o Microsoft 365 personal ou superior, precisa ter o Real Time Data (RTD) instalado no seu computador e precisa ter uma assinatura premium do GuiaInvest Pro para fornecer seu e-mail e senha no momento que a planilha solicitar a conexão.

Você pode baixar a planilha gratuitamente aqui.

Se você tem as assinaturas mais baratas como a Light e a Standard não será possível alimentar a planilha automaticamente pelo RTD, mas você poderá acessar todas as pontuações usadas no hexágono de todas as ações da bolsa para criar uma planilha que poderá ser baixada para o seu computador. A consulta desses números já será uma boa ajuda. Para criar a tabela, que depois poderá ser salva clicando no ícone do Excel que aparece no menu, basta seguir os passos logo abaixo.

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