Vou ensinar você a avaliar, de forma rápida e simples, alguns dos mais importantes resultados financeiros das empresas antes de investir em ações.

Muitas vezes as pessoas investem em ações confiando nas recomendações de terceiros, sem a capacidade de avaliar se realmente estão diante de uma boa empresa.

Após a leitura desse artigo você será capaz de avaliar se está diante de uma empresa que tem receitas crescentes, lucros crescentes e boa margem. Também será possível identificar a tendência de longo prazo dos preços das principais ações.

Com o objetivo educativo, temos no Clube dos Poupadores uma guia como algumas das principais ações listadas na bolsa brasileira. Vou mostrar neste artigo como você pode estudar as informações desse guia. Você pode acessar o guia clicando aqui.

Através do campo de busca chamado “Pesquisar” é possível filtrar a lista para exibir somente as empresas relacionadas com a palavra que você digitou Exemplo: se você digitar a palavra elétrica terá uma lista de ações do segmento elétrico. Se digitar alimentos, terá ações relacionadas com o subsetor e segmento relacionado a alimentos.

Também é possível reordenar a lista clicando nos títulos de cada coluna. Exemplo: se você clicar sobre o título da coluna “Setor” terá as ações listadas por setor da economia.

A coluna “Dividendos” sinaliza quais ações pagaram algum dividendo todos os anos nos últimos 5 anos. A letra “S” significa que “sim”, essa ação pagou algum dividendo todos os anos nos últimos 5 anos.

Clicando em “Gráfico” você será levado para um site onde será possível fazer análise técnica do gráfico de preços. A página consta com as médias móveis importantes como a de 20, 50, 100 e 200 períodos. No gráfico diário essas médias equivalem ao preço médio da ação no último mês, trimestre, semestre e ano. Você verá que as médias funcionam como uma “barreira” ou suporte para preços em queda e funcionam como um teto ou “resistência” para preços em alta.

Quando o preço da ação oscila sobre todas as médias móveis e todas elas estão inclinadas para cima, temos uma ação com preços em tendência de alta. Quando o preço se movimenta entre as médias e elas estão lateralizadas temos uma consolidação ou lateralização. Quando os preços oscilam abaixo de todas as médias móveis temos preços em tendência de baixa. Para aprender a fazer a análise técnica dos preços das ações recomendo a leitura deste livro aqui sobre análise técnica. É naturalmente menos arriscado comprar ações que sofrem quedas sem perderem a tendência de alta (todas as médias para cima) e mais arriscado comprar ações que sofrem altas enquanto estão em tendência de baixa (todas as médias para baixo).

A ferramenta também mostra o viés da ação no gráfico de 60 minutos, diário e semanal tendo como base a análise automática de 26 indicadores diferentes da análise técnica. Exemplo: se existem mais indicadores apresentando viés de alta que de baixa temos o ponteiro exibindo que existe viés de alta naquele tempo gráfico (60 minutos, diário ou semanal). A tendência semanal é mais forte que a tendência diária que por sua vez é mais forte que a tendência da última hora.

Clicando em “Fundamentos” você terá uma página com gráficos que mostram o histórico de receitas, lucros e margem de lucro da empresa além de um gráfico semanal dos preços com as médias móveis de 20 dias e 200 dias. Veja as informações que existem no gráfico:

No canto superior direito de cada gráfico existe um símbolo parecido com [  ] que ao ser clicado permite ampliar o gráfico.

O gráfico permite observar a relação que existe entre a tendência do preço da ação e a tendência das receitas, lucros e margem de lucro. A teoria nos diz que as ações das empresas se valorizam à medida que suas receitas, lucros e margens aumentam e perdem valor quando receitas.

Preços e médias móveis exponenciais: A teoria nos diz que preços oscilando acima de uma média móvel de 200 dias (linha azul) ascendente, pode indicar a existência de uma tendência de alta de prazo mais longo (vários anos). Já os preços oscilando sobre a média móvel de 20 dias (linha verde no gráfico), quando ela está ascendente, indica a existência de uma tendência de alta de prazo mais curto (várias semanas ou meses).

Total Revenues LTM (Receita Total): o gráfico de barras azuis nos apresenta a receita da empresa nos últimos 12 meses. Equivale a todo dinheiro que a empresa conseguiu vendendo seus produtos e serviços nos últimos 12 meses. Como a divulgação dessa informação é trimestral temos quatro barras por ano que nos mostram as receitas acumuladas em relação ao trimestre do ano anterior. Quanto mais as empresas vendem, maiores são suas receitas. Receitas cada vez maiores são positivas, especialmente se forem maiores que as expectativas dos investidores. Receitas cada vez menores geram expectativas pessimistas sobre o futuro da empresa. As letras “LTM” significam “últimos 12 meses”.

Net Income LTM (Lucro Líquido): o gráfico mostra barras verdes que representam o lucro líquido. Essas barras verdes estão ao lado das barras azuis que representam a receita total.  O lucro líquido é o dinheiro que sobra quando a empresa paga suas despesas, salários, impostos, juros, depreciações e outros custos. São os lucros que as empresas utilizam para reinvestir no negócio e para distribuir dividendos e outros proventos para os acionistas. Quando as empresas ainda não geram lucros suficientes precisam partir para o endividamento com o objetivo de ampliar/melhorar o negócio até que se torne lucrativo. Quando a barra verde está vermelha e abaixo de zero isso significa que a empresa está registrando prejuízos. Geralmente isso resulta em endividamentos ou a queda do patrimônio da empresa. A falta de lucro ou o baixo lucro pode ser o início de muitos problemas no futuro.

Net Income Margin (Margem de Lucro Líquida):  a margem de lucro é o percentual da receita total que representa o lucro. É quando da receita total sobrou na forma de lucro. Basta dividir o lucro líquido pela receita líquida e multiplicar o resultado por 100 para obter a margem de lucro exibida na linha pontilhada cinza. Exemplo: se uma empresa tem receita de 100 bilhões e um lucro líquido de 25 bilhões nos últimos 12 meses, sua margem de lucro será de 25% já que 25 dividido por 100 é 0,25. Multiplicando 0,25 por 100 temos 25%. Uma empresa pode reduzir suas receitas totais quando se desfaz de produtos, lojas ou fábricas que apresentam resultados ruins. Isso pode reduzir a receita total enquanto aumenta a sua margem de lucro. Uma empresa pode aumentar sua receita total vendendo produtos com prejuízo ou com lucro muito baixo. Isso aumenta a receita total mas faz os lucros e as margens caírem. Por este motivo é importante observar se a margem de lucro está crescente ou pelo menos estável.

Diluted EPS – Continuing Operations (Lucro Líquido por Ação – Operações Contínuas): Este é o lucro dividido por cada ação nos últimos 12 meses, mas o cálculo utilizado neste indicador considera que todos os títulos conversíveis forem exercidos, ou seja, se transformaram em ações em circulação. Os títulos conversíveis são todas as ações preferenciais conversíveis, debêntures conversíveis, opções de ações e garantias. Esse lucro por ação pode ser inferior ao lucro por ação simples. Esse lucro por ação também tem como base as operações continuadas. Exemplo: uma empresa começou o ano com 500 lojas e teve um lucro por ação de R$ 5,00. No entanto, a empresa resolveu fechar 100 lojas que eram pouco lucrativas nesse período e terminou o ano com 400 lojas. Isso pode distorcer o lucro líquido de R$ 5 por ação. O investidor atento vai querer saber o que foi o lucro líquido para apenas as 400 lojas que a empresa planeja continuar até o próximo período. Neste exemplo, o fechamento das lojas poderia aumentar o lucro líquido porque as 100 lojas fechadas talvez estivessem operando com prejuízo. Ao avaliar o lucro líquido de operações contínuas, o investidor será melhor condição de comparar o desempenho anterior com o desempenho atual. Essa é uma forma de evitar uma das muitas pegadinhas que existem no mercado.

É importante que o lucro por ação esteja em tendência de alta (maior a cada trimestre) ou pelo menos que se mantenha estável. É claro que esses são indicadores básicos e existem muitos outros indicadores importantes que devem ser considerados.

Dados Financeiros: existe uma tabela na página de cada ação, logo abaixo do gráfico, com diversos dados financeiros da empresa. O estudo do histórico desses dados também nos fala sobre a saúde financeira do negócio. Seria necessário escrever pelo menos uma centena de páginas para falar detalhadamente sobre cada fundamento. Para um maior aprofundamento sobre pelo menos 17 indicadores importantes eu recomendo que você leia o livro sobre análise fundamentalista. Neste livro eu tenho mais espaço para detalhar o funcionamento de cada indicador através de exemplos reais.

Na tabela de dados financeiros temos algumas siglas importantes que talvez você desconheça: Tri = trimestral; 12M = últimos 12 meses; AF = ano fiscal, geralmente só mostra resultados do ano que estamos; EPS = lucro por ação; EBITDA = é o mesmo lucro por ação mas sem descontar o pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização.

Fonte de estudos para analisar fundamentos: existe essa ferramenta (veja aqui) em português que apresenta gráficos de todos os principais fundamentos das empresas listadas na bolsa. É a ferramenta que utilizo e uma das que recomendo no meu livro (entre pagas e gratuitas). Frequentemente eles fazem promoções de assinatura, como essa aqui. A vantagem do sistema deles para quem não tem muito tempo livre está nos indicadores que avaliam os fundamentos das empresas automaticamente. Uma inteligência analisa todos os principais indicadores das empresas e atribui duas notas que nos falam se estamos diante de uma empresa boa para investir e se o preço está caro ou barato. Não funciona como uma recomendação de investimento, mas como um filtro para que você possa dedicar mais tempo estudando os gráficos fundamentalistas com a situação financeira das melhores empresas entre as centenas que existem.

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