Vivemos uma era em que a manipulação emocional substituiu a lógica e a matemática.

O governo brasileiro, em sua ânsia de arrecadar mais, iniciou uma campanha para transformar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em símbolo de “justiça social”. Dizem que é uma forma de “taxar os ricos”. Mas a realidade, como sempre, é bem diferente.

Eu recomendo que você entenda esta situação para orientar seus amigos e parentes, caso você os veja defendendo aumento de impostos como o IOF.

O IOF não é um imposto dos ricos, é justamente o contrário. Quase todo IOF é cobrado do cidadão comum, do trabalhador que financia um eletrodoméstico, da dona de casa que parcela o mercado no cartão, do pequeno empresário que precisa de capital de giro. O IOF é um imposto disfarçado, sorrateiro, embutido no custo do dinheiro, que penaliza justamente quem mais precisa dele.

Você paga IOF quando financia um carro para trabalhar. Quando usa o cheque especial para cobrir despesas. Quando divide o cartão de crédito para poder comer ou vestir os filhos. Ou seja, o IOF é um imposto sobre a necessidade. Ele pune o esforço. Penaliza quem trabalha, consome e empreende.

Aqui está uma lista clara e direta de situações em que o brasileiro comum paga IOF (Imposto sobre Operações Financeiras):

  • Empréstimos bancários: Crédito pessoal solicitado em bancos ou financeiras, comum entre quem precisa de dinheiro rápido para despesas básicas.
  • Cheque especial: Uso do limite automático da conta corrente, frequentemente acionado por pessoas com orçamento apertado.
  • Parcelamento da fatura do cartão de crédito: Quando o consumidor não consegue pagar o valor total da fatura e parcela o saldo, prática comum entre classes média e baixa.
  • Financiamento de veículos: Compra de carros ou motos por financiamento, amplamente utilizado por trabalhadores da classe média.
  • Financiamento de bens de consumo: Parcelamento de geladeiras, móveis e eletrônicos, essencial para famílias de baixa renda equiparem suas casas.
  • Uso de cartão de crédito em compras internacionais: Compras em sites como Aliexpress e Shein, populares entre pessoas pobres e classe média em busca de produtos mais acessíveis.
  • Compra de moeda estrangeira: Aquisição de dólares ou euros em casas de câmbio, comum para classe média que planeja viagens ou investimentos.
  • Seguros em geral: Incidência de IOF em seguros de automóvel ou viagem, frequentemente contratados por trabalhadores de classe média.
  • Crédito rotativo do cartão de crédito: Quando o cliente paga menos que o valor mínimo da fatura, situação comum entre quem enfrenta dificuldades financeiras.

Observe que o IOF atinge os pobres, a classe média e os ricos.

Atualmente, impressionantes 78,2% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo dados de maio de 2025 da CNC.  Isso significa que mais de 3 em cada 4 lares no Brasil carregam algum tipo de débito, como cartão de crédito, financiamento, cheque especial ou empréstimo pessoal. Todas essas pessoas estão pagando IOF sobre suas dívidas. Em cada operação financeira (do parcelamento de compra ao financiamento) uma alíquota de IOF incide, encarecendo ainda mais o custo do crédito.

Para as empresas, o o IOF é um imposto perverso, pois ele é cobrado antes de qualquer lucro. É um fardo que incide antes mesmo de o empreendedor colher os frutos de seu esforço. Todos os impostos que as empresas pagam para produzir algo acabam fazendo parte do preço final dos produtos e serviços, ou seja, quem paga o IOF pago pelas empresas é você.

Aumentar o IOF significa crédito mais caro, menos consumo, menos investimento, menos emprego. Ou seja, estagnação econômica. Não por acaso, o Brasil continua com um dos custos de capital mais elevados do mundo. E isso não é apenas um número. É a trava que impede milhões de brasileiros de prosperar.

O mito da taxação dos ricos

Quando o governo diz que “reduzir o IOF só ajuda os ricos”, está mentindo. E não por ignorância, mas por estratégia. É a velha tática do “dividir para controlar”.

Colocar o pobre contra o rico para que ninguém perceba o verdadeiro problema: um Estado que desperdiça o dinheiro que toma das pessoas, gastador e ineficiente, que transfere a conta de sua incompetência para o trabalhador e o empreendedor honesto.

A verdade que os políticos não contam é a de que toda empresa repassa seus custos. Se o IOF encarece empréstimos e financiamentos, ele eleva o custo de operação das empresas. Resultado: o preço final dos produtos e serviços sobe. Quem paga essa conta? O consumidor. E quem mais sente esse aumento? O pobre e a classe média. Ou seja, o IOF, mesmo quando pago “pela empresa”, volta como um bumerangue para o bolso do cidadão comum.

O Brasil já tributa demais. Tributa o consumo, tributa a renda, tributa até a produção. Com o IOF, tributa também a esperança. Cada jovem que tenta abrir um negócio, cada pai que compra um bem parcelado, cada mãe que busca crédito emergencial para o lar, todos são penalizados por esse imposto silencioso.

Reduzir ou eliminar o IOF não é um “privilégio dos ricos”. É uma medida de justiça para quem trabalha, empreende, consome e paga impostos em cada respiro. É uma forma de liberar a economia, destravar o crédito, facilitar a vida de quem quer crescer com o suor do próprio rosto.

Por isso, da próxima vez que ouvir que “baixar o IOF ajuda os ricos”, pergunte: quem realmente paga esse imposto? E quem lucra com a miséria do crédito caro?

O IOF não é instrumento de justiça, é arma de opressão fiscal. E só há uma forma de vencê-la: conhecimento. Jamais aceite o discurso que transforma o explorado em culpado.

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