Aqui estão algumas simulações do Crédito do Trabalhador, um programa que vai facilitar o endividamento das famílias. Veja um exemplo de simulação de consignado do Crédito do Trabalhador:
A tela acima é do simulador do Crédito do Trabalhador. Veja se isso é realmente vantajoso:
- Uma taxa mensal de 3,04% é equivalente a uma taxa de juro anual de 43,37%.
- No empréstimo, você paga R$ 9.137,60 em juros, o que representa 91,38% do valor inicial (R$ 10.000,00). Isso é um custo elevado.
- É como ficar devendo R$ 91,38 para cada R$ 100,00 que você pegou emprestado.
O que aconteceria se o governo motivasse as pessoas a investir o próprio dinheiro?
Se você poupar R$ 398,70 por mês (o valor da parcela) durante 48 meses em uma aplicação com uma taxa de juros conservadora, como 6% ao ano acima da inflação (0,5% ao mês), você teria R$ 21.545,75 em 48 meses, dos quais R$ 19.137,60 seriam o total investido (R$ 398,70 × 48) e o restante (R$ 2.408,15) seria o ganho com juros.
Comparação:
- Empréstimo: Você paga R$ 19.137,60 (R$ 9.137,60 de juros) para ter R$ 10.000,00 hoje.
- Poupança: Você acumula R$ 21.545,75, gastando o mesmo valor (R$ 19.137,60), e ainda ganha R$ 2.408,15 de juros.
Poupar é mais vantajoso porque, em vez de pagar R$ 9.137,60 em juros, você ganha R$ 2.408,15 em rendimentos, uma diferença de R$ 11.545,75 a seu favor. Além disso, evita o endividamento e o risco de inadimplência.
Aqui no Clube dos Poupadores você pode fazer simulações de qualquer tipo de empréstimo usando este simulador aqui. Veja uma foto do exemplo de simulação que fizemos:
A simulação do governo é feita através do aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
A verdade sobre os juros compostos:
É muito importante que você conheça o poder dos juros compostos. Veja o que aconteceria se você tivesse a possibilidade de investir R$ 398,70 por mês (mensalidade da primeira simulação que temos neste artigo) recebendo uma taxa de juros absurdamente elevada como a de 3,04% ao mês no decorrer de 48 meses:
Você pode fazer este tipo de simulação de juros compostos com outros valores e taxas visitando aqui.
O que é o Crédito do Trabalhador?
É um programa criado pelo Governo Federal que funciona como um crédito consignado voltado para trabalhadores do setor privado com carteira assinada (CLT), incluindo empregados rurais, domésticos e assalariados de microempreendedores individuais (MEI). No discurso eles dizem que o objetivo é facilitar o acesso a empréstimos com juros mais baixos, usando até 10% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e 100% da multa rescisória (40% do saldo em caso de demissão sem justa causa) como garantia.
As simulações do “Crédito do Trabalhador” mostram taxas de 3,04% ao mês ou 43,37%, que é uma taxa muito elevada. Comparativamente, o consignado do INSS tem teto de 1,66% ao mês, e o de servidores públicos fica em torno de 1,8% ao mês.
Logo abaixo temos outro exemplo de simulação:
Nessa simulação a taxa de 3,04% equivale a 43,37% ao ano que resultará em uma despesa de 65,88% só de juros devidos até o final dos 36 meses.
Fica bem evidente que se trata de um programa que eleva drasticamente o risco de superendividamento, especialmente se os trabalhadores usarem o crédito para consumo imediato sem planejamento. Certamente isso acontecerá, pois o brasileiro já vem utilizando o FGTS para comprar até chocolates na páscoa (fonte)
O programa de crédito consignado do trabalhador pode ser uma grande armadilha do governo junto com os bancos. Os bancos estimam que, em quatro anos, 19 milhões de trabalhadores possam aderir, movimentando R$ 120 bilhões em empréstimos.
O FGTS é uma apropriação forçada e injusta
O FGTS foi um erro imposto pelo governo a todos os brasileiros em 1966, durante a ditadura militar. Desde então, todo trabalhador com carteira assinada (CLT) tem 8% do salário bruto depositado mensalmente no fundo pelo empregador, sem opção de recusar fazer parte deste programa. Isso pode ser visto como uma “tomada forçada” porque o trabalhador não tem controle direto sobre esse dinheiro, ele não pode optar por recebê-lo como parte do salário ou investi-lo livremente.
É uma questão lógica: Se o trabalhador não tem escolha, esse mecanismo deveria ser interpretado como uma perda de autonomia sobre uma parcela da sua renda, o que fere o princípio de liberdade individual sobre os frutos do próprio trabalho.
A rentabilidade do FGTS é baixa e injusta
O FGTS rende 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), que hoje é próxima de zero. Em 2024, por exemplo, o rendimento foi de cerca de 3%, enquanto a inflação (IPCA) fechou em torno de 4,5%. Isso significa que o dinheiro no FGTS perde valor real ao longo do tempo, ao contrário de outros investimentos como a poupança (que rende cerca de 6% ao ano com Selic a 10,5%) ou Tesouro Direto. Parece bem evidente que isto é uma forma de injustiça, pois o trabalhador é obrigado a “emprestar” seu dinheiro ao governo a uma taxa abaixo da inflação, enquanto poderia usá-lo de forma mais vantajosa. Agora teremos os bancos utilizando o FTGS como garantia para oferecer empréstimos com taxas muito elevadas.
É uma questão lógica: Se o governo retém esse recurso e o remunera mal, há um prejuízo financeiro imposto ao trabalhador, o que pode ser visto como uma forma de exploração disfarçada de “direito do trabalhador”.
Devolver o FGTS seria mais justo
Se o governo quisesse realmente ajudar o trabalhador, ele simplesmente devolveria o saldo do FGTS (que já é dele por direito) sem condicionar isso a empréstimos ou juros, como no “Crédito do Trabalhador”. É evidente que usar o FGTS como garantia para um consignado é uma forma de lucrar (via bancos) com algo que já pertence ao trabalhador, em vez de restituí-lo integralmente. Acabar com o FGTS seria, então, uma solução justa para eliminar essa “apropriação forçada” do trabalho das pessoas.
Veja como isso é lógico: Se o dinheiro é do trabalhador, devolvê-lo sem custos adicionais ou extinguir o sistema seria uma reparação, enquanto mantê-lo como garantia beneficia mais os bancos e o governo do que o próprio dono do recurso.
Não existe razão lógica para defender a existência do FGTS
O princípio de justiça sugere que os frutos do trabalho devem pertencer ao trabalhador. Obrigar alguém a “poupar” sem escolha e com baixa rentabilidade é uma violação desse direito.
A baixa remuneração do FGTS em comparação com alternativas de mercado (ou mesmo com a inflação) implica uma perda real de poder de compra, o que é um argumento sólido para questionar sua legitimidade.
O FGTS surgiu em um contexto autoritário, sem consulta aos trabalhadores, o que reforça o fato de imposição arbitrária.
A verdade que todos escondem de você:
Se o governo realmente se importasse com o bem-estar financeiro da população, ele motivaria as pessoas a poupar o próprio dinheiro. Tomar o dinheiro do trabalhador “para protegê-lo dele mesmo” é a justificativa mais cínica que os políticos inventaram no último século. O Estado confisca parte do fruto do trabalho alheio com desculpas paternalistas e depois oferece esse mesmo dinheiro de volta… com juros.
Só o ato de poupar e investir premiaria o esforço, a disciplina e a responsabilidade. O governo deveria facilitar o acesso ao investimento, não ao endividamento. Mas o Estado faz exatamente o contrário. Por quê?
Porque um povo poupador é um povo livre. E um povo livre não precisa do Estado.
A poupança é o primeiro passo para a independência. Quem tem reserva, não se ajoelha para o patrão, para o banco, nem para político populista e seus amigos.
Esse é o motivo real de o Estado brasileiro jamais ter promovido uma cultura de poupança e investimento consciente. Porque isso destruiria sua principal arma de controle: o medo.
O medo é o instrumento de dominação mais antigo do mundo. E não há ferramenta mais eficaz para alimentar esse medo do que manter o povo ignorante sobre economia.
O Estado prefere cidadãos frágeis, dependentes, consumistas e endividados. Porque gente endividada não protesta. Gente sem reserva não ousa empreender. Gente que vive do crédito vive acorrentada ao sistema que promete alívio hoje em troca de escravidão amanhã.
Por isso, o governo jamais devolverá o FGTS de forma simples. Porque isso destruiria a ilusão da “proteção do Estado”.
Quem vive de dívidas, vive de joelhos. A educação financeira liberta. Mas não espere que o governo ensine isso.
A libertação só virá por meio do conhecimento que o próprio sistema combate. Cada pai que ensina o filho a poupar, cada família que rejeita a dívida fácil, cada trabalhador que escolhe investir em vez de consumir já está travando essa guerra silenciosa contra os verdadeiros exploradores: políticos e seus amigos.
Quer justiça? Comece exigindo o que é seu. Quer liberdade? Poupe. Invista. Aprenda. Ensine. Rompa com esse ciclo. Porque esperar pelo Estado é o mesmo que confiar no lobo para proteger o cordeiro.
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