Esse é o ranking de países com maior risco de calote da sua dívida pública em dólares (dívida externa). O Brasil está em 11 lugar.

A primeira coluna da tabela mostra a taxa de juros média dos títulos públicos emitidos em dólares que estão relacionados com a nossa dívida externa. No caso do Brasil a taxa é de 6% ao ano em média, ponderado pelo vencimento. Essas taxas sofrem variações constantes de marcação a mercado. Quanto maior percepção de risco, mais barato os títulos ficam e por consequência, maior será a rentabilidade para quem comprar e permanecer com ele até o vencimento.

Em maio de 2022, o Sri Lanka (país no sul-asiático) ficou inadimplente em sua dívida pela primeira vez (fonte). Isso equivale a um calote da dívida pública. Muitos investidores estrangeiros estão se perguntando neste exato momento: quais outros países estão em risco de inadimplência de sua dívida externa?

Primeiro é importante entender que os políticos são os principais responsáveis por quebrar a economia de um país. Quanto pior a educação financeira e os conhecimentos da população sobre economia, piores são os políticos que ela escolhe (nos países onde existe democracia) e maior a probabilidade de crises econômicas graves. A história mundial está repleta de exemplos.

Em abril de 2021, o presidente do Sri Lanka proibiu a importação de fertilizantes sintéticos e anunciou que o país teria 100% de agricultura orgânica em 10 anos. Este é um exemplo de um  político tomando decisões econômicas sem considerar as consequências não intencionais, que descrevi neste outro artigo. Para todo país em grave crise econômica existem políticos tomando decisões que parecem boas no curto prazo, mas são insustentáveis no longo prazo.

Esse Ranking de Vulnerabilidade da Dívida Soberana, produzido pela Bloomberg (fonte), é uma medida composta do risco de inadimplência de um país. Ele é baseado em quatro métricas:

  • Rendimentos dos títulos públicos (o rendimento médio ponderado dos títulos em dólar do país);
  • Spread de crédito de 5 anos (CDS);
  • Despesa com juros como percentual do PIB;
  • Dívida pública como porcentagem do PIB (veja aqui).

Os swaps de inadimplência de crédito (CDS) são um tipo de derivativo que funciona como um seguro em caso de inadimplência. Se um CDS tem um spread de 300 bps (3%), isso significa que para garantir US $ 100 em dívidas, o investidor deve pagar US $ 3 por ano. Aqui no Clube dos Poupadores temos uma página onde é possível ver o CDS do Brasil. Quanto maior, mais arriscada é a percepção dos investidores e maiores os juros pagos por títulos públicos. Visite: https://clubedospoupadores.com/cds

Veja o exemplo da Ucrânia. Considerando um cenário desastroso onde a Rússia assumirá o controle do país, após destruí-lo por completo, é possível que os títulos nunca sejam pagos. Muitos tentaram vender esses títulos por qualquer preço. Quanto mais barato você compra o título, maior será seu ganho até o vencimento se o título for mesmo pago. Isso justifica o rendimento de 60,4% ao ano. Aqui temos políticos de dois países tomando decisões economicamente desastrosas para as populações.

Veja o exemplo de El Salvador. Sua situação é pior que a da Ucrânia por causa de sua maior despesa de juros e dívida pública total. Em setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal, tendo Bitcoins em suas reservas sofrendo forte desvalorização em 2022. É outro exemplo de políticos tomando decisões que degrada a economia do país.

O Brasil, como outros países em desenvolvimento, é vítima da ignorância financeira e econômica da sua população e dos seus políticos. A população desinformada tende a votar em políticos que fazem promessas que não podem cumprir, políticos que não se importam em gastar mais do que arrecadam e até políticos que já se envolveram em grandes esquemas de corrupção e crimes, como os investigados durante a Lava-jato.

A diferença entre a dívida externa e a dívida interna é que a dívida externa só pode ser paga com dólares e a dívida interna (como os títulos negociados no Tesouro Direto) são pagos com moeda local (real). O governo pode pagar a dívida interna tomando mais dinheiro da população (através dos impostos), vendendo mais títulos públicos com juros maiores ou adota medidas equivalentes a “criar dinheiro do nada” para pagar a dívida tendo como consequência o aumento da inflação (enfraquecimento da moeda).

Já que a população não investe na própria educação financeira para permitir a construção de um país melhor, você como pequeno investidor deve investir na sua educação financeira para proteger o seu patrimônio das crises e aproveitar oportunidades que surgem nesses momentos para os que possuem dinheiro para investir.

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