O gráfico compara o desempenho dos ETFs LFTB11 e LFTS11. Ambos são fundos de renda fixa que investem majoritariamente em títulos públicos do tipo Tesouro Selic — anteriormente conhecidos como LFT.
A principal vantagem desse tipo de ETF é permitir ao investidor manter seu dinheiro aplicado por longos períodos sem a necessidade de resgates que geram cobrança de imposto de renda. Ao contrário do investimento direto no Tesouro Selic, onde o imposto é cobrado no vencimento do título, os ETFs permitem o diferimento do imposto, ou seja, o pagamento apenas no momento da venda da cota (quem define este momento é você).
No entanto, existem diferenças importantes entre o LFTB11 e o LFTS11 que impactam diretamente na tributação e na performance do investimento.
O LFTB11 é um ETF que, embora majoritariamente investido em Tesouro Selic, inclui também uma pequena parcela (menos de 10%) em Tesouro IPCA com vencimento em 2060. Essa exposição gera uma volatilidade maior nas cotas do fundo, devido às oscilações de preço típicas dos títulos de longo prazo. Em compensação, essa característica faz com que o fundo se enquadre na regra que aplica uma alíquota fixa de 15% de imposto de renda sobre os ganhos, independentemente do tempo de permanência no investimento.
Já o LFTS11 investe exclusivamente em Tesouro Selic com vencimentos mais curtos. Isso garante uma rentabilidade mais estável e previsível, com pouca volatilidade. No entanto, essa estrutura o sujeita à tabela regressiva de imposto de renda, sendo aplicada a alíquota máxima de 22,5% — independentemente de quanto tempo o investidor mantenha o ativo em carteira.
Ou seja, enquanto o LFTS11 oferece maior estabilidade, o investidor paga mais imposto. Já o LFTB11, ao aceitar um pouco mais de oscilação, proporciona uma tributação mais favorável sobre os rendimentos.
O gráfico de comparação entre os dois ativos é especialmente útil porque permite visualizar esses comportamentos distintos. A linha do LFTS11 tende a crescer de forma estável, acompanhando a variação do Tesouro Selic. Já o LFTB11 apresenta pequenas oscilações pontuais, reflexo da valorização ou desvalorização do Tesouro IPCA 2060, ainda que essa exposição seja limitada.
Podemos dizer que quando o LFTB11 apresenta desempenho igual ou inferior ao LFTS11 (no gráfico), isso pode sinalizar uma boa oportunidade de compra, desde que o investidor compreenda a lógica por trás dessa relação.
Aqui está o porquê:
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Ambos seguem o Tesouro Selic: Tanto o LFTB11 quanto o LFTS11 acompanham a variação do Tesouro Selic. Porém, o LFTB11 carrega uma pequena exposição ao Tesouro IPCA 2060, que gera volatilidade.
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Oscilações de curto prazo: Quando o preço do Tesouro IPCA 2060 cai (por exemplo, por aumento das expectativas de juros ou risco fiscal), o LFTB11 tende a ter um desempenho momentaneamente pior do que o LFTS11.
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Desconto momentâneo: Nesses momentos, o LFTB11 está, de certa forma, “barato” em relação ao seu valor teórico.
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Retorno à média: Como a maior parte da carteira do LFTB11 é Tesouro Selic, ao longo do tempo, o natural é que ele volte a acompanhar ou superar o LFTS11, beneficiando o investidor que comprou durante essa “desvantagem” momentânea.
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Eficiência tributária garantida: Ao comprar o LFTB11 nesses momentos de baixa em relação ao LFTS11, o investidor garante uma entrada com preço mais atrativo e, além disso, conta com a vantagem da tributação fixa de 15% sobre os rendimentos sem importar quando venderá o ETF.
Com essas informações, o investidor pode escolher de forma mais consciente, avaliando o custo-benefício entre estabilidade de rentabilidade e eficiência tributária. Leia o artigo que escrevi sobre o LFTB11.
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