O gráfico abaixo apresenta a média da Taxa Selic sob cada presidente brasileiro desde Fernando Henrique Cardoso (FHC) até o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula 3). Os dados foram atualizados até 02/2025 (fonte)
A imagem acima apresenta a média da Taxa Selic sob cada presidente brasileiro desde Fernando Henrique Cardoso (FHC) até o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula 3).
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Governos irresponsáveis na gestão fiscal sempre acabam pagando o preço com juros altos. Esta é a matemática: mais gasto público, mais inflação, mais Selic.
FHC (1990-2002) – 19,8% A década de 1990 foi marcada pela transição do caos inflacionário do governo Sarney até a estabilização promovida pelo Plano Real. A Selic média de 19,8% durante o governo FHC reflete o esforço para conter a inflação herdada. O preço da estabilização monetária foi caro, mas necessário. FHC precisou de juros altos para colocar o país nos trilhos, após décadas de hiperinflação e populismo econômico.
Lula 1 e 2 (2003-2010) – 18,4% e 11% O primeiro mandato de Lula manteve os juros altos. O governo teve o mérito de seguir, em grande parte, a política econômica herdada de FHC, ao menos até meados do seu primeiro mandato. No segundo mandato, a Selic média caiu para 11%, refletindo a bonança econômica mundial e o início da gastança desenfreada. É importante lembrar que foi nessa época que o governo começou a semear os problemas fiscais que explodiriam nos anos seguintes, em meio a escândalos de corrupção como o Mensalão, que corroeram a confiança no governo e ampliaram os riscos econômicos.
Dilma 1 e 2 (2011-2016) – 9,9% e 13,4% O governo Dilma Rousseff foi um desastre econômico sem precedentes (fonte). A “Nova Matriz Econômica” – termo bonito para intervencionismo estatal e irresponsabilidade fiscal – causou o retorno da inflação e o consequente aumento da Selic no seu segundo mandato. Além disso, o período foi marcado por escândalos de corrupção gigantescos, como a Operação Lava Jato, o Petrolão e os desvios bilionários na Petrobras, que minaram a confiança no Brasil e ampliaram o caos econômico. A média de 13,4% durante o breve segundo mandato é a consequência direta da má gestão econômica e do descontrole fiscal.
Temer (2016-2018) – 13,4% Michel Temer herdou um país devastado pela recessão e pela desconfiança do mercado. Sua média de 13,4% na Selic foi o reflexo das reformas necessárias e do ajuste fiscal tímido, mas, ainda assim, um alívio em comparação ao caos deixado por Dilma. Temer plantou algumas sementes de estabilidade, mas seu governo foi curto demais para colher frutos robustos. No entanto, seu governo não ficou imune a escândalos. Em 2017, Temer foi gravado em conversas comprometedoras envolvendo a JBS, o que resultou em denúncias e abalos na confiança do mercado.
Bolsonaro (2019-2022) – 9,3% Jair Bolsonaro, com Paulo Guedes à frente da economia, trouxe a Selic para uma média de 9,3%. Sua gestão teve méritos no controle fiscal, mesmo enfrentando a pandemia de Covid-19. No entanto, seu governo também enfrentou polêmicas, como o escândalo dos precatórios, onde a tentativa de adiar o pagamento de dívidas judiciais gerou desconfiança no mercado. As reformas iniciadas, como a da Previdência, ajudaram a manter os juros sob controle.
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PIS/Cofins sobre combustíveis: Em um dos primeiros atos de 2023, o governo retomou a cobrança de PIS e Cofins sobre gasolina e diesel, que havia sido zerada no governo anterior para aliviar os preços. A medida elevou o custo dos combustíveis, impactando diretamente o bolso dos brasileiros e os preços de bens transportados.
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Imposto de Importação sobre carros elétricos e híbridos: Desde janeiro de 2024, a isenção que vigorava desde 2015 foi gradualmente eliminada, com alíquotas subindo progressivamente (ex.: 15% em 2024 para híbridos, chegando a 35% em 2026). Isso encarece opções mais sustentáveis e afeta consumidores e empresas.
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Tributação de subvenções de ICMS: A partir de 2024, as subvenções estaduais via ICMS passaram a integrar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, aumentando a carga sobre empresas que antes se beneficiavam desses incentivos fiscais, com reflexos nos preços finais.
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Taxa das blusinhas (imposto sobre compras internacionais): Sancionada em 2024, a lei incluiu um imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, antes isentas, afetando milhões de consumidores que recorrem a sites como Shein e AliExpress.
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Imposto sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP): A partir de 2025, a alíquota do JCP subirá de 15% para 20%, reduzindo a vantagem tributária de empresas e acionistas, com impacto projetado de R$ 20 bilhões a mais em arrecadação.
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CSLL para setores financeiros: Em 2025, bancos terão a CSLL elevada de 20% para 22%, enquanto seguradoras e corretoras passaram de 15% para 16%, onerando o setor e potencialmente repassando custos aos clientes.
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Reforma Tributária e Imposto Seletivo: Previsto para 2026, o Imposto Seletivo será criado sobre bens nocivos à saúde e ao meio ambiente (como cigarros e bebidas), mas a alta alíquota padrão do IVA (estimada em 27,97%) pode encarecer outros produtos, compensando exceções.
Conclusão:
A Taxa Selic é um termômetro do grau de responsabilidade fiscal de cada governo. Quando os gastos públicos estão sob controle, a Selic cai. Quando o governo gasta mais do que arrecada, a inflação sobe e os juros precisam ser elevados para conter o caos. É matemática simples, mas parece que muitos políticos ainda não aprenderam essa lição básica. Que a imagem sirva de alerta: o preço da irresponsabilidade é sempre cobrado com juros altos, e quem paga a conta é o cidadão comum.
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