Um leitor, funcionário de uma empresa estatal, nos escreveu muito preocupado com a crise que está acontecendo e com seu futuro financeiro:

“Sou leitor do Clube dos Poupadores e gosto muito dos seus textos. Gostaria de pedir para que você escrevesse sobre a crise que estamos vivendo. Trabalho em uma estatal (########) que passa por uma crise financeira. Não estou dormindo bem, sou casado, com filhos, e tenho dívidas que pensei que nunca seriam um problema. Infelizmente, eu nunca me preocupei em guardar dinheiro. As coisas estão tensas aqui… Preciso fazer alguma coisa, por onde começar?“

Existem notícias divulgadas pela imprensa de que diversas estatais estão enfrentando problemas. Algumas notícias já falam sobre o atraso de pagamento de salários (fonte 1 e fonte 2). Planos de previdência de empresas públicas também enfrentam sérios problemas (veja aqui)

O déficit combinado das estatais federais em 2024 foi divulgado como o maior em anos, chegando a valores entre R$ 6,3 bilhões e R$ 7,4 bilhões, dependendo das fontes que pesquisei.
Um exemplo é a empresa Correios. Os Correios estão enfrentando uma crise financeira inédita. Em 2024, a estatal registrou o maior prejuízo de sua história, chegando a R$ 3,2 bilhões. Isso criou uma situação de risco financeiro grave (fonte), onde a empresa não tem recursos suficientes para cumprir todas as suas obrigações financeiras, incluindo o pagamento de salários em dia.

Os funcionários das estatais devem rever a própria percepção de estabilidade.

As pessoas devem se preocupar com a própria educação financeira, principalmente se trabalham em empresas em crise.

Abaixo, segue uma lista de recomendações para evitar erros financeiros e garantir segurança e independência no longo prazo, considerando o risco de instabilidade financeira ou até mesmo de privatizações e demissões. Se você fizer isso evitará preocupações futuras como a do leitor.

Prepare-se para o pior:

  • Considere cenários onde sua ‘estabilidade’ pode ser comprometida (privatização, crise financeira da estatal, crise política, instabilidade econômica, disparada da inflação e decisões políticas que resultam na destruição das empresas públicas e da própria economia do país).
  • Mantenha suas habilidades atualizadas e prepare-se para o mercado de trabalho fora da esfera pública. Você já sabe o tipo de político que os brasileiros ‘gostam’ de votar. Você já sabe o que esse tipo de político faz.

Crie e siga um orçamento:

  • Estabeleça um orçamento mensal detalhado. Use aplicativos ou planilhas para monitorar suas receitas e despesas. Você deve fazer exatamente o oposto do que os políticos fazem que é gastar mais do que arrecadam por não se preocuparem com o orçamento.
  • Certifique-se de que suas despesas não excedam sua renda. A regra 50-30-20 pode ajudar: 50% para necessidades, 30% para desejos e 20% para poupança e investimentos. Você também pode inverter, deixando 20% de desejos e 30% para poupança. Se for jovem, trabalhe mais, busque renda extra e deixe os desejos para o futuro com o objetivo de acumular o máximo enquanto você ainda é jovem.

Evite Dívidas Desnecessárias:

  • Limite o uso de cartões de crédito e cheque especial devido aos altos juros. Muitos servidores públicos e funcionários de empresas públicas se envolvem em dívidas, tornando a “estabilidade” uma verdadeira armadilha.
  • Se já possui dívidas, priorize pagar as de maior taxa de juros primeiro (método da bola de neve inversa).

Construa uma reserva de emergência:

  • Poupe o equivalente a pelo menos 6 meses de despesas em algum investimento de fácil acesso e liquidez diária (renda fixa pós-fixada)
  • Essa reserva é vital para enfrentar imprevistos como atrasos salariais ou desemprego temporário.

Ajuste seu padrão de vida:

  • Não viva além de suas possibilidades. A ‘estabilidade’ não garante proteção contra crises econômicas ou corporativas.
  • Considere reduzir gastos em áreas não essenciais como entretenimento, viagens de luxo, ou compras de luxo. É uma tolice se esforçar para mostrar para os outros que você é mais rico do que realmente é. Acabe com o vício do exibicionismo nas redes sociais.

Poupe e invista regularmente:

  • Inicie investimentos desde cedo, mesmo que com pequenas quantias. Diversifique entre:
    • Investimentos de renda fixa (Tesouro Direto, CDBs).
    • Fundos de investimento ou ETFs para diversificação.
    • Ações ou fundos imobiliários para crescimento de capital a longo prazo (adquira conhecimento primeiro)
    • Invista pensando na sua aposentadoria para não ficar dependendo das esmolas dos governos futuros.

Educação Financeira fontínua:

  • Aprenda constantemente sobre finanças pessoais através de livros. Cuidado com influenciadores, cursos online, podcasts e grupos.
  • Saiba identificar quais são os influenciadoras envolvidos com bancos, corretoras e determinadas ideologias políticas que são contra a liberdade financeira e economica.
  • Entenda o mercado financeiro e como ele pode afetar sua estabilidade.

Planejamento para o futuro:

  • Defina objetivos financeiros claros (compra de casa, educação dos filhos, aposentadoria) e crie planos de ação para alcançá-los.
  • Revise esses planos periodicamente para adaptá-los às mudanças em sua vida ou no contexto econômico.

Evite a mentalidade de “Estabilidade Garantida”:

  • A história recente mostra que mesmo empregos em estatais não são imunes a cortes, privatizações ou reestruturações.
  • Adote uma mentalidade proativa em relação à sua segurança financeira.
  • Observe o tipo de político que os brasileiros costumam votar nos últimos 20 anos e reflita sobre quais serão as consequências disso na sua “estabilidade”.

Busque Rendas Alternativas:

  • Não dependa apenas de um salário. Explore oportunidades de trabalho freelance, pequenos negócios ou investimentos que possam gerar renda passiva.

O risco de ignorar a educação financeira é grave.

A atual situação das estatais demonstra que a estabilidade pode ser ilusória. Sem uma boa gestão financeira, você pode enfrentar:

  • Aumento de dívidas insustentáveis.
  • Perda de patrimônio.
  • Dificuldade em sustentar a família se houver mudanças abruptas no emprego.
  • Comprometimento da aposentadoria.

Lembre-se, a verdadeira estabilidade financeira vem da preparação e da educação, não apenas da posição empregatícia.

O Brasil está mergulhado em uma crise ética e moral sem precedentes, resultando em decisões e comportamentos corruptos e injustos em todas as esferas da sociedade. A falta de educação financeira e econômica da população agravam ainda mais a situação, nos levando a um cenário de dificuldades maiores no futuro.

Comece a agir agora para garantir um futuro mais seguro para você e sua família.

Mostre este conteúdo para os seus amigos que estão preparados para entender o que acabo de escrever. Se eles não estiverem preparados, reze por eles e não gaste a suas energias com isso.

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