O gráfico mostra a idade, em diversos países, em que as pessoas podem se aposentar sem penalização, (vermelho) e a idade em que as pessoas efetivamente se aposentam na média (azul = homens).
Gráfico: (fonte)
Em todo o mundo os políticos estão gradualmente elevando a idade mínima para a aposentadoria pública.
O sistema de previdência adotado pelos países opera sob o modelo de repartição, onde os trabalhadores atuais financiam os benefícios dos aposentados atuais. Dessa forma, um desequilíbrio gerado por menos natalidade, menos trabalhadores, mais aposentados e mais expectativa de vida, torna o sistema insustentável.
Esse sistema de repartição funciona como um tipo golpe financeiro conhecido como “pirâmide”.
Tanto em esquemas de pirâmide quanto em sistemas de previdência de modelo de repartição, os benefícios dos primeiros participantes são pagos com as contribuições dos novos entrantes. Isso cria uma dependência contínua de novos participantes para manter o sistema funcionando, ou seja, mais gente nascendo, crescendo, trabalhando e pagando a previdência pública.
Ambos os sistemas enfrentam graves problemas de sustentabilidade a longo prazo. Se o número de novos participantes diminui (por exemplo, devido a taxas de natalidade mais baixas ou menor crescimento econômico), tanto o esquema de pirâmide quanto o sistema de repartição podem enfrentar dificuldades financeiras. Ambos os sistemas são vistos como vantajosos pelas pessoas, enquanto eles não quebram.
A previdência foi criada para limitar a autonomia individual na gestão dos próprios recursos para a aposentadoria e entregar todo esse poder nas mãos de poucas pessoas. Em muitos países o dinheiro da previdência das pessoas constituem grandes fundos de previdência. Esses fundos estão entre os maiores do mundo. Os gestores dos fundos de previdência podem tomar decisões de investimentos movidos por agendas políticas.
Aumentar da idade mínima para a aposentadoria e alterar suas regras frequentemente pode ser uma tentativa de adiar problemas sistêmicos nos sistemas de previdência dos países. A diminuição da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida resultam em menos trabalhadores contribuindo para o sistema ao mesmo tempo em que aumenta o número de beneficiários.
Considerando que o sistema precisa de mais pessoas nascendo, trabalhando e contribuindo seria natural imaginar que os políticos do mundo inteiro estão empenhados para promover ideias, hábitos e ações para estimular a formação de famílias grandes.
Estranhamente, grande parte dos políticos do mundo estão fazendo exatamente o contrário. Tudo que fazem tem como objetivo reduzir a natalidade.
Exemplos em alguns países:
- Empoderamento Feminino: as mulheres são educadas e estimuladas a focar suas vidas na atividade profissional, ficando a formação de uma família e a maternidade como algo secundário ou sem importância. Infelizmente, muitas mulheres foram educadas para considerar a maternidade algo degradante. Isso resulta em taxas de natalidade mais baixas.
- Incentivos Econômicos e Subsídios para Pequenas Famílias: Em todo o mundo existem políticas que oferecem benefícios econômicos para famílias menores, para desencorajar famílias maiores. Os próprios impostos fazem esse papel.
- Acesso a Métodos Contraceptivos: Políticas que estimulam o acesso a métodos contraceptivos financiados pelo Estado levam a uma redução nas taxas de natalidade.
- Políticas de Planejamento Urbano: Planejamento urbano que favorece moradias menores e mais caras em cidades grandes inviabiliza a formação famílias maiores devido à falta de espaço e custo elevado de vida.
- Legislação Trabalhista: Embora a licença maternidade possa apoiar famílias com filhos, as interferências do Estado podem desencorajar a maternidade, especialmente em ambientes de trabalho competitivos.
- Promoção de Estilos Consumistas: A promoção de estilos de vida urbanos e consumistas, que frequentemente valorizam carreiras e lazer em detrimento da vida familiar, pode influenciar as decisões sobre ter filhos.
- Políticas de Reprodutiva: Programas pagos com dinheiro público que enfatizam o controle de natalidade e a escolha reprodutiva (aborto) podem levar a taxas de natalidade mais baixas.
- Políticas de Neutralidade Religiosa: Estados que adotam uma postura estritamente laica podem restringir a expressão de valores religiosos em espaços públicos, incluindo escolas e instituições governamentais. Isso pode levar a uma diminuição na transmissão de valores relacionados com a formação e valorização dos filhos, maternidade, paternidade e famílias grandes.
- Educação Secularizada: Sistemas educacionais focados exclusivamente em uma visão secular do mundo podem não oferecer suporte à educação religiosa ou aos valores importantes para a formação de famílias grandes. Isso pode afetar a maneira como as gerações mais jovens veem o casamento, a parentalidade e as estruturas familiares. O número de jovens que pretendem não formar uma família não para de crescer. Tente imaginar a enorme quantidade de idosos desamparados que teremos no futuro por serem pessoas sozinhas no mundo (sem qualquer familiar vivo).
- Legislação sobre Casamento e Família: Leis que redefinem o casamento e a família fora dos parâmetros tradicionais podem influenciar as escolhas das pessoas sobre essas questões. Isso inclui leis sobre casamento, divórcio e direitos de coabitação etc. Muitos desistem do casamento devido aos riscos jurídicos e financeiros envolvidos.
- Promoção de Estilos de Vida Alternativos: Políticas ou campanhas que promovem estilos de vida alternativos ao modelo tradicional de família podem influenciar as preferências e escolhas individuais, impactando assim a formação de famílias e na taxa de natalidade.
É provável que a idade para aposentadoria no Brasil aumente no futuro, assim como acontece com outros países.
Buscar a sua independência financeira é importante diante do futuro que nos espera. A independência financeira é fonte de liberdade e autonomia, ou seja, ter o controle sobre suas escolhas de vida, sem depender exclusivamente de sistemas governamentais ou de terceiros.
Ter recursos financeiros suficientes para a aposentadoria proporciona segurança, tranquilidade e flexibilidade quanto ao momento e à maneira de se aposentar, dando a liberdade de escolher quando parar de trabalhar ou de reduzir o ritmo de trabalho.
A independência financeira pode permitir que você deixe um legado para as futuras gerações, por meio de uma herança. Diante das crises a independência financeira oferece uma base para se adaptar às mudanças econômicas e às incertezas do mercado.
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Na Inglaterra a idade mínima tanto para homens como para mulheres é de 67 anos.
Obrigado Solange.
Só agradecer pelo trabalho . Parabéns!!
Obrigado Denis.
Leandro, parabéns pelo artigo, mais importante que demonstrar as atualizações é alertar que o sistema está fadado ao fracasso num futuro próximo, diferente dos nossos pais que buscavam a aposentadoria do governo o mais rápido possível, e podiam viver de forma mais tranquila, isso é, tendo essa renda garantida e buscavam complementos que poderiam complementar a trazer algum lazer. Nós, na ativa, precisamos realmente buscar formas de não dependermos do governo, e seus artigos nos abrem os olhos para algo primordial…. Muito obrigado!
Olá José Eduardo. É isso mesmo. A busca por uma vida financeira mais independente se justifica pela realidade que vivemos. Está se tornando uma questão de sobrevivência.
Leandro, boa tarde. Agradeço pelo artigo. Foi muito interessante a maneira como colocou o tema. Esse tipo de esquema que funciona para a previdência pública INSS também se aplica aos regimes especiais como funcionalismo público das três esferas (federal, estadual e municial) e os militares?
Olá Galileu. O Estado inteiro funciona como uma pirâmide financeira. O governo precisa de um fluxo constante de receita (novos “participantes”, nesse caso, os contribuintes) para honrar seus compromissos, especialmente os juros da dívida. Se esse fluxo de receita diminui ou se a dívida cresce a um ponto insustentável, a capacidade de pagamento fica comprometida. Assim como na pirâmide financeira, se os “novos membros” (neste caso, as gerações futuras de contribuintes) não conseguirem sustentar a estrutura devido ao excessivo endividamento, o sistema enfrenta o risco de colapso. Isso só não acontece pelo fato do governo ser capaz de imprimir dinheiro, destruíndo o valor do dinheiro por meio da inflação que isso gera.
A reforma da aposentadoria pública feita pelo governo no Brasil, visou apenas preservar os privilégios dos políticos e funcionários públicos de alto escalão, que se aposentam com valores totalmente fora da realidade dos trabalhadores da iniciativa privada. Desta forma, eles poderão manter suas aposentadorias gordas, enquanto o trabalhador da iniciativa privada, ficará com as migalhas do INSS, que limita o teto do benefício, por mais que o trabalhador contribua acima do teto todo mês.
Além disto, muitos trabalhadores acima de 50 anos desempregados, dificilmente conseguem recolocação no mercado de trabalho, por causa da política das empresas. Desta forma, se não conseguirem contribuir até os 65 anos de idade, também não irão se aposentar. O que também é bom para o governo, pois sobra mais para eles.
Senão houver um crescimento econômico significativo e investimentos para geração de mais empregos no País, mesmo esta reforma da previdência que foi feita, também está ameaçada no futuro de quebrar.
E assim, o governo, vai cada vez mais fazendo reformas ao longo dos anos, mudando as regras, tudo para garantir as aposentadorias privilegiadas de poucos, enquanto os trabalhadores da iniciativa privada, sempre são chamados para fazer os sacrifícios, aumentando cada vez mais a idade mínima para se aposentar ou o valor da contribuição e os benefícios cada vez menores. Com certeza, é melhor se planejar e fazer sua própria aposentadoria para não depender do INSS lá na frente.
Olá Eduardo. É isso mesmo. O melhor é você cuidar do que é seu. Bom mesmo seria se as pessoas acordassem.
Concordo com a lista de apontamentos do professor Ávila.
Eu mesmo sou um dos que hoje tem receio em constituir família devido a insegurança jurídica. Um gigantesca onda de leis anti-família (leia-se, “feministas”) incentivam a mulher a ficar com todos os bens e guarda dos filhos sem o pai poder dizer um “pio”, pois a justiça jamais estará do lado dele.
E mesmo que outros digam: “Mas é só escolher uma boa mulher”, isso também não traz a menor segurança, pois a boa mulher hoje pode ser corrompida em poucos meses pela mídia, influência das redes sociais ou 1 semestre em faculdade federal…
Dito isto, ainda pretendo me colocar nessa arena de perigo e arriscar.
Porém, é exaustivo e atormentador pensar que uma vida inteira de patrimônio pode ser destruída bastando a companheira dizer que um dia houve “agressão emocional” e assim o homem que sempre foi justo, honrado e protetor, perde a guarda dos filhos por ser um pai de valor (entendido hoje como “pai agressivo”) e um marido cuidadoso (entendido hoje como “abusivo”).
Cito o exemplo de um de meus maiores sonhos: comprar um imóvel. Hoje já tenho quase como certo que não pretendo mais comprar, e sim alugar, pois a perca do imóvel comprado seria um golpe financeiro gigantesco, como presenciei com parentes muito próximos e vários amigos que perderam tudo na divisão dos bens com “boa mulheres”.
Inclusive, há 2 semanas um amigo de infância faleceu sem nunca poder recuperar a guarda do filho. Que o Deus o tenha e guarde.
Obrigado pelos ótimos textos e reflexões, professor.
Olá Ferrer. Antigamente, o casamento era visto tanto como um compromisso religioso perante Deus quanto como um acordo legal (financeiro) reconhecido pela sociedade. As pessoas não possuem mais valores religiosos e sobrou apenas os valores financeiros. Antigamente existia um compromisso com o sagrado, existia a indissolubilidade, existia o apoio de toda a comunidade (que tinham os mesmos valores e crenças), existiam valores e principios que homens e mulheres respeitavam, existia fé compartilhada de origem familiar, ou seja, as pessoas respeitavam as tradições de seus antepassados. Se você não tem valores religiosos para encontrar uma pessoa que tem fortes valores religiosos, o seu casamento será apenas um negócio financeiro patrimonial com enormes riscos. Seus futuros filhos serão as grandes vítimas. Posso escrever um artigo no futuro sobre isso.
Obrigado pela resposta ao comentário, professor Ávila. Concordo com os apontamentos.
Vivendo na sociedade de hoje, sinto um misto de tristeza e revolta pelos valores que perdemos. E cada vez mais gosto de viajar para o interior e conversar com parentes mais idosos, praticamente analfabetos, mas que possuem uma grande sabedoria milenar que sempre me maravilha.
Aguardo ansioso por este artigo. E também quem sabe alguma menção do porquê os governos influenciam as pessoas para terem cada vez menos filhos. Eu não compreendo o motivo.
Claro que para os políticos, é vantajoso que existam cada vez mais famílias sem estrutura, falta de educação e a demolição de qualquer base de valores, a fim de tirarem vantagem dos vícios e fraquezas das pessoas.
Mas eu não compreendo como a parte de diminuir drasticamente a população se encaixa no plano deles. A primeira consequência, claro, é a quebra do esquema de pirâmide que é a previdência. E haveria também menos pessoas pra pagar impostos e se submeter aos trabalhos necessários. Por isso não enxergo o motivo.
Olá Ferrer. Imagine que o objetivo de determinadas ideologias políticas é literalmente quebrar a sociedade para implantar outro tipo de sistema econômico e político. As famílias pequenas e desestruturadas produzem pessoas que dependem do governo e dos políticos para tudo. Casais que criam cães ou que não podem ter filhos biológicos (como as pessoas do mesmo sexo) vão acabar sofrendo muito na velhisse, já que não terão uma rede de apoio familiar (filhos, netos e sobrinhos). Essas pessoas vão depender da esmola dos políticos. Quanto mais pessoas dependem dos políticos, melhor para os políticos e todos que vivem dessa estrutura do Estado.