Recentemente eu recebi a seguinte mensagem de um leitor:
…tenho tentado convencer um familiar a investir para sua aposentadoria. Este familiar tem colocado todo esforço na Previdência Social, que convenhamos todos já saberem do futuro por vir, o qual preocupa-me quanto sua condição no futuro de um cenário devastador do Governo. Entretanto, sem sucesso de frutificar alguma ação por parte dele ou interesse pelo assunto.
Pensando em vários leitores que já me escreveram enfrentando o mesmo problema, vou escrever uma série de artigos sobre sobre a previdência e no final desta série eu devo iniciar outra falando sobre os títulos públicos pensando na aposentadoria.
Se for tarde demais para você, aprenda sobre o assunto para orientar os mais jovens. Você verá que o problema vai muito além do que podemos imaginar.
O fato é que a Previdência Social foi vendida para a nossa geração e a geração dos nossos pais como uma solução para garantir o futuro do trabalhador. Na realidade, como veremos, ela é um esquema insustentável de transferência forçada de riqueza. Criada sob a falsa promessa de segurança por políticos do passado, a previdência estatal nada mais é do que um mecanismo de arrecadação compulsória que penaliza quem trabalha e beneficia o Estado.
A Conta não Fecha
O modelo de “repartição simples” significa que os trabalhadores ativos pagam as aposentadorias dos inativos. Isso parece uma pirâmide financeira e acaba criando um grande problema. Se a população envelhece e a taxa de natalidade cai, a conta não fecha.
O sistema exige cada vez mais contribuintes para sustentar um número crescente de aposentados. Isso explica as constantes “reformas” da previdência, que aumentam a idade de aposentadoria e reduzem benefícios. As reformas sempre aconteceram e vão continuar acontecendo nas próximas décadas até que a aposentadoria se tornará uma espécie de “esmola”.
Mas há algo ainda mais perverso nessa história de queda no número de contribuintes.
Durante décadas, políticos e a mídia trabalharam ativamente para desincentivar as famílias a terem filhos (que seriam os novos contribuintes da previdência). Novelas, filmes e jornais promoveram a ideia de que grandes famílias são “coisa do passado”, que filhos são um “fardo financeiro” e que a realização pessoal está na carreira, não na construção de uma família.
Ter uma família se tornou absurdamente caro nas grandes cidades. Moradia, saúde e educação privada estão fora do alcance de muitos. Ao mesmo tempo, leis facilitaram a “interrupção da gravidez” (este é nome que inventaram para algo terrível), o divórcio foi banalizado, o adultério normalizado e até a troca de filhos por cães foi romantizada. Sem filhos, família e responsabilidades com terceiros, as pessoas elevaram seu estilo de vida e não se preocuparam em economizar. Poucas pensam na aposentadoria, já que foram educadas para viver apenas o presente, como se essa imprudência fosse sinônimo de sofisticação.
Quem se beneficia desse caos? Menos famílias, menos crianças e uma população envelhecendo aceleradamente. Ao mesmo tempo, o próprio sistema desestimula a contratação com carteira assinada. Empresários e trabalhadores já perceberam que o vínculo formal virou um peso, reduzindo ainda mais os contribuintes do INSS. O colapso da previdência não é uma surpresa. Foi incompetência ou parte de um plano?
Afinal, qual ideologia prega a destruição do sistema (capitalista) para plantar uma utopia que nunca deu certo em lugar nenhum?
O modelo previdenciário criado pelo Estado é uma bomba-relógio, uma pirâmide financeira fadada ao colapso no futuro (espero que esteja distante).
Você acha que os já políticos sabiam disso? Será que eles sempre souberam e preferiram empurrar o problema para as próximas gerações, enquanto alimentavam um discurso estatista e coletivista que incentivava a dependência estatal em vez da autonomia familiar?
Será que, agora, os mesmos que ajudaram a destruir a base demográfica do sistema se apresentam como “salvadores”, propondo mais controle, mais impostos e menos liberdade?
O que começou como um problema previdenciário virou um problema civilizacional, pois essas dificuldades que temos no Brasil também ocorre no exterior. A destruição das famílias é também a destruição da própria sociedade e isso não parece fruto do acaso.
Quer garantir seu futuro? Não espere pelo Estado. Fortaleça sua família, invista, empreenda e busque a independência financeira. O sistema foi feito para te tornar dependente. Cabe a você fazer alguma coisa antes que seja tarde demais. Vamos continuar aprofundando este tema.
Dependência Estatal: A Armadilha
Ao longo das décadas, os políticos incentivaram a dependência da previdência estatal. Manter a população presa a um modelo onde o Estado controla a renda na velhice.
Na prática é isso que acontece: você entrega parte significativa da sua renda para o governo, através das contribuições da previdência e eles assumem o controle da sua vida financeira quando você ficar velho. É uma forma deles parecerem ter alguma importância.
Este é um detalhe que poucos percebem: o Estado e seus políticos são muito menos importantes do que fazem parecer, principalmente quando as famílias buscam a independência financeira. Para esconder essa verdade, eles precisam criar problemas e depois posar como salvadores com “soluções” que apenas pioram tudo no longo prazo. Cada crise fabricada é uma desculpa para expandir o Estado, aumentar impostos e justificar sua própria existência.
A previdência é um dos melhores exemplos. Criaram um sistema insustentável, sabotaram a natalidade, desestimularam o trabalho formal e agora dizem que sem eles tudo desmorona. Mas a verdade é que são eles que causam o caos.
A foto retrata uma típica família brasileira de outra época. O homem mais velho, ao centro, jamais ouviu falar em previdência social – simplesmente porque ela não existia. E, sinceramente, ele não precisava dela. A previdência criada pelos políticos é um experimento recente, que substituiu um modelo muito mais sólido e duradouro: a previdência familiar.
Nossos antepassados garantiam o próprio sustento da mesma forma que os antepassados deles. Trabalhavam a vida inteira para construir patrimônio, contando com o apoio dos filhos, não com promessas vazias do Estado. A meta era fortalecer a família ao longo das gerações, acumulando terras, imóveis, máquinas e rebanhos – riquezas reais que se multiplicavam e sustentavam não apenas uma, mas várias gerações.
Muitas dessas famílias preservavam sua riqueza em metais como ouro e prata. No passado, a própria moeda brasileira já foi cunhada com esses metais preciosos, e até hoje essas moedas mantêm um alto valor (veja aqui as moedas sendo vendidas). Se você encontrasse 1 kg de moedas de ouro deixadas por seu avô, teria em mãos uma fortuna. Agora, tente fazer o mesmo com 1 kg de cédulas e moedas de reais para seus netos e bisnetos. O resultado? Papel sem valor, corroído pela inflação e pelas decisões irresponsáveis do Estado.
As pessoas na foto não precisavam de políticos para “garantir” seu futuro. Construíam o próprio caminho, com trabalho, responsabilidade e laços familiares inquebrantáveis. A previdência estatal não veio para proteger ninguém – veio para quebrar esse ciclo e tornar todos dependentes.
É muito importante lembrar que a Previdência Social, como conhecemos hoje, é um experimento recente. Foi oficializada com a Constituição de 1988, em 5 de outubro daquele ano, junto com uma série de promessas utópicas e insustentáveis no longo prazo. Assim como tantas outras ilusões criadas nesse documento, a previdência estatal foi vendida como um direito garantido, mas, na prática, tornou-se uma bomba-relógio financeira. Criaram um sistema que depende de uma população jovem e numerosa para sustentar os aposentados, ao mesmo tempo em que promoveram políticas que enfraquecem a natalidade e a estrutura familiar.
A Ilusão da Contribuição
Muitos acreditam que estão ‘guardando dinheiro’ para a aposentadoria. Não é assim que funciona na prática. A contribuição previdenciária não é uma poupança, mas um imposto disfarçado. O dinheiro que você paga hoje não vai para uma conta individual sua – vai direto para os aposentados atuais. O problema? Muitos desses aposentados contribuíram muito menos do que você será obrigado a contribuir ao longo da vida. Eles se beneficiam de um sistema generoso que prometeu mais do que poderia cumprir, enquanto você, que trabalha hoje, carrega o peso. No futuro, quando for a sua vez de se aposentar, o dinheiro pode simplesmente não estar lá, porque o modelo já está com problemas e cada vez menos trabalhadores sustentam um número crescente de beneficiários.
Quando chegar sua vez de se aposentar, dependerá de um futuro incerto, onde as regras podem ser alteradas pelos próximos governos. Não sabemos quem nos governará no futuro, mas é evidente (comprovado pela história) que o brasileiro frequentemente elege políticos incompetentes.
Desde a promulgação da Constituição de 1988, a Previdência Social brasileira passou por diversas reformas, cada uma tornando o sistema mais restritivo:
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Emenda Constitucional nº 20 (1998): Introduziu idade mínima para aposentadoria e aumentou o tempo de contribuição.
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Emenda Constitucional nº 41 (2003): Alterou o cálculo dos benefícios e implementou contribuições para aposentados do setor público.
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Emenda Constitucional nº 47 (2005): Estabeleceu novas regras de transição e ajustes nos critérios de aposentadoria.
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Emenda Constitucional nº 103 (2019): Reformou amplamente o sistema, elevando a idade mínima e o tempo de contribuição, além de modificar o cálculo dos benefícios.
Essas mudanças evidenciam que o sistema previdenciário está em constante ajuste, geralmente para pior. Com o envelhecimento da população e a má gestão dos recursos públicos, é provável que novas reformas ocorram, impondo condições ainda mais rígidas para a aposentadoria.
Confiar exclusivamente na Previdência Social é arriscado. Políticos e governos mudam, e as regras do jogo também. Para garantir um futuro financeiro estável, é essencial buscar alternativas de investimento e planejamento pessoal, reduzindo a dependência de um sistema falho e imprevisível.
O problema se agrava porque, no passado, havia mais contribuintes do que aposentados. Se os políticos tivessem sido responsáveis, teriam guardado esse excedente para garantir o equilíbrio do sistema. Mas o que fizeram? Gastaram tudo e fizeram dívidas. O dinheiro que deveria sustentar a previdência foi desperdiçado em projetos políticos, privilégios e rombos fiscais (basta olhar a história). Agora, com menos gente contribuindo e mais aposentados para sustentar, a conta não fecha.
O governo não tem dinheiro suficiente, e por isso a dívida pública brasileira não para de crescer. Para manter a ilusão da previdência estatal, o Estado se endivida cada vez mais, cobrando impostos abusivos e imprimindo dinheiro – o que leva à inflação, corroendo o poder de compra de todos. No fim, a população paga duas vezes: primeiro, com contribuições obrigatórias para um sistema falido; depois, com perda de valor do próprio dinheiro.
A Solução de Curto Prazo: Autonomia Financeira
A verdadeira aposentadoria não vem do Estado, mas da própria capacidade de gerar e preservar riqueza para conquistar a independência financeira. Se você não tiver mais tempo para isso, aprenda mais e compartilhe este conhecimento com os mais jovens.
A Solução de Longo Prazo: Restauração da Família
No mundo ocidental, a família sempre foi a base da sociedade. A estrutura familiar baseada em um homem, uma mulher e seus filhos é muito antiga e remonta às civilizações que fundamentaram a cultura ocidental, especialmente os hebreus.
Herdamos isso antigos judeus e dos cristãos. Os judeus sempre valorizaram o matrimônio e a transmissão da herança, tanto material quanto espiritual, por meio da descendência. A importância da família era central na Lei Mosaica, que regulava o casamento, a criação dos filhos e a preservação da linhagem. Os romanos, ao adotarem e estruturarem a ideia de família dentro de seu sistema jurídico e social, deram continuidade a um modelo que já era natural e universal. O Cristianismo, por sua vez, consolidou esse modelo como fundamento moral e sagrado, tornando o matrimônio um sacramento. Esse modelo garantiu estabilidade, continuidade e transmissão de valores ao longo das gerações.
Mas, ao longo do tempo, surgiram as ideologias modernistas, todas derivadas do Iluminismo. O racionalismo reduziu a família a um contrato social, descartando sua base moral e espiritual. O liberalismo exacerbado pregou a libertação dos compromissos tradicionais em nome do individualismo desenfreado. O marxismo, por sua vez, viu na família uma estrutura opressora a ser destruída para dar lugar à coletivização. A revolução sexual, impulsionada por essas correntes, desassociou a procriação do matrimônio, banalizando o sexo e enfraquecendo os pilares da família. O resultado foi o mesmo em todos os casos: o casamento deixou de ser um compromisso sagrado e se tornou um contrato descartável.
O resultado? A família se fragmentou. Os antigos tabus foram quebrados, mas no lugar deles não surgiu liberdade, e sim confusão.
Poucos percebem o que está acontecendo: destruíram a instituição mais importante da sociedade em nome de um progressismo inconsequente. E o pior? Quem paga o preço são as próximas gerações. Os políticos estão tirando proveito e o Estado está cada vez mais poderoso.
Eu espero que você tenha percebido a enorme relação que existe a destruição da família, a falta de educação financeira e os sérios problemas econômicos e previdenciários que teremos no futuro. Aguarde o próximo texto sobre o assunto.
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