Ostentar riqueza no Brasil é extremamente ofensivo. É o que podemos concluir observando os números de desaprovação do vídeo chamado “10 mandamentos do rei do camarote” publicado no canal da Revista Veja no Youtube no último fim de semana.

O vídeo mostra um empresário paulista de 39 anos que optou por gastar o próprio dinheiro em festas nos camarotes de casas noturnas da cidade. Ele se envaidece por ter roupas caras, carros de luxo, segurança particular, e por conseguir chamar a atenção das pessoas ostentando riqueza (caso completo).

Quando este artigo foi revisado a entrevista acima já tinha sido assistida 7 milhões de vezes. Mais de 90% dos que opinaram sobre o vídeo clicaram na opção”não gostei disso”.

Mais de 50 mil comentários foram escritos na página do vídeo. Lendo esses comentários podemos observar ver que as pessoas ficam muito ofendidas e incomodadas com a ostentação. A impressão que temos é que falam de uma pessoa que cometeu um crime.

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Olhando friamente não podemos afirmar que ele está cometendo um crime ou prejudicando alguém. Então por qual motivo as pessoas se sentem tão incomodadas e até ofendidas com as demonstrações de poder econômico do rapaz?

Ostentação ofende?

O que realmente ofende as pessoas que assistem o vídeo é o prazer que ele demonstra sentir com a própria vaidade (orgulho ou soberba). Ele manifesta uma vaidade que podemos chamar de excludente. Percebe-se que ele sente enorme prazer por vestir roupas exclusivas, ter carros exclusivos e participar de festas exclusivas. E exclusivo significa algo que exclui você, exclui os outros.

E não existe nada mais ofensivo para as pessoas do que se sentirem excluídas.

Ao demonstrar uma vaidade que exclui as outras pessoas você automaticamente está gerando um sentimento semelhante ao da humilhação por meio de uma comparação: eu tenho e você não tem. Eu posso e você não pode. Podemos dizer que o contrário da vaidade é a humilhação. A vaidade dos outros costuma provocar humilhação nas pessoas. Este tipo de humilhação os psicólogos chamam de inveja.

Inveja é um sentimento de tristeza perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem. A inveja pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la. E esta frustração gera humilhação que automaticamente se manifesta através da raiva, ofensas e ataques pessoais.

Encontrei uma classificação interessante na internet que divide a inveja em 4 níveis:

  • Inveja Nível 1 – Não se alegra com o sucesso ou a alegria do outro.
  • Inveja Nível 2 – Fica triste com o sucesso ou a alegria do outro.
  • Inveja Nível 3 – Perde o sono pelo sucesso ou a alegria do outro.
  • Inveja Nível 4 – Sente-se injustiçado pelo sucesso ou alegria do outro.

Em artigos futuros pretendo conversar com vocês sobre o tempo e o dinheiro que as pessoas gastam ostentando para provocar inveja nas pessoas, principalmente nas redes sociais. Isto é sim um enorme problema na vida financeira das pessoas, principalmente quando gastam quantias que não possuem e para isto precisam se endividar.

Tirando proveito da vaidade humana

Não existem dúvidas de que a vaidade e a inveja movem a humanidade. Queremos ser o que não somos e ter o que não temos. O homem criou o avião porque um dia invejou os pássaros. O homem visitou o espaço para fazer inveja no país inimigo durante a Guerra Fria.

Podemos dizer que existe um nível de inveja e vaidade que é sim saudável e fundamental para a nossa evolução. Cientistas se envaidecem de seus inventos que logo são superados por outros cientistas que foram movidos pela inveja. Religiosos como Madre Tereza no seu intimo se envaidecem por terem conseguido colocar em prática os ensinamentos da sua religião que prega a caridade, desapego material e o amor ao próximo.

Podemos nos envaidecer por nossas habilidades intelectuais e por nossas qualidades pessoais. A vaidade provocada pela ostentação da riqueza é exatamente a mesma que gera enorme prazer naqueles que gastam o que possuem na caridade ou na beneficência. O mecanismo é o mesmo utilizado em situações opostas.

A inveja que as pessoas sentem dos ricos é exatamente a mesma que sentimos das pessoas boas que possuem qualidades pessoais que não temos, só que neste caso chamamos a inveja de admiração. A diferença está na exclusão ou inclusão.

Ter uma Ferrari envaidece e exclui todos que não podem comprar uma. Ser um pai ou mãe exemplar, ser um bom profissional, ser uma boa pessoa não exclui ninguém de ser também, é desejável e benéfico que todos tenham inveja das qualidades pessoais e intelectuais dos outros e queiram desenvolver estas qualidades também. Um invejoso criminoso pode roubar a Ferrari do vaidoso, mas nunca poderia roubar a inteligência ou suas qualidades pessoais do invejado.

Existem muitos livros que falam sobre a vaidade humana. Não existe nenhuma pessoa que não possua a necessidade de se sentir importante. Os que dizem para todos que não possuem vaidade na verdade estão se envaidecendo ao dizer isto. A vaidade move as pessoas.

Existem obras que ensinam você a lidar com as pessoas tirando proveito da ânsia que todos possuem de se sentirem importantes, admirados e invejados. Um livro que fala sobre isto é o “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas.”

Muitos livros de Marketing também ensinam a elevar as vendas e os lucros das empresas explorando e manipulando a vaidade humana. Todos os produtos e serviços mostrados pelo rapaz do vídeo foram criados com o objetivo de atender o desejo de exclusividade, ou seja, de se sentir especial por ter sido capaz de comprar objetos que a maioria das pessoas não podem comprar, sentir prazer em excluir as outras pessoas. É um valor cultivado por pessoas de mentalidade pobre mas que possuem o bolso rico.

Como falei no meu artigo “É possível ser Feliz sendo Pobre?” além das necessidades básicas as pessoas possuem necessidades de estima. Precisam se sentir importantes e algumas escolhem o consumismo e o exibicionismo como forma rápida, porém cara, de conseguir reconhecimento social.

É possível se livrar da inveja? Parece que não:

Será mesmo que você não tem inveja?

Livro gratuito sobre vaidade humana

A vaidade se manifesta nos primeiros anos de vida de todas as pessoas normais. E a forma como ela se desenvolve pode transformar a vida de homens e de mulheres de maneira diferente. Muitas vezes a ostentação de riqueza pode se tornar uma compulsão fora de controle. Recomendo que você baixe gratuitamente o livro “Vício dos Vícios: Um estudo sobre a Vaidade Humana” para entender como funciona a vaidade e a inveja e por que a vaidade pode ser considerada o maior dos vícios humanos. Este livro está disponibilizado gratuitamente pelo próprio autor que é médico psiquiatra e psicoterapeuta. Ele pode ser baixado livremente.

Diferença entre desejos e vontades

Sera que vale tudo para se sentir feliz? Será que o mais importante é viver uma vida repleta de prazeres e de alegrias satisfazendo todos os nossos desejos? É possível que desejo e vontade não sejam a mesma coisa? Você gostaria de se aprofundar nestas questões? O professor Clóvis de Barros Filho explica o pensamento Kantiano, tão presente em nossas vidas, mesmo que não percebamos:

 

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