Existe um indicador desenvolvido pelo Banco Central chamado Indicador de Custo de Crédito (ICC) que mede o custo médio dos brasileiros (pessoas e empresas) com o pagamento de empréstimos e financiamentos. Ele considera todo o crédito que já foi oferecido pelos bancos e que estão sendo quitados neste momento.

O gráfico acima mostra o ICC atualizado todos os meses. Você também pode acessar esse gráfico do ICC atualizado aqui. Podemos ver no exemplo acima que os brasileiros pagavam em média o equivalente a 18,37% ao ano (juros, taxas e outros encargos) por todos os empréstimos e financiamentos oferecidos por todas as instituições financeiras do país. Podemos ver que essa taxa média subiu entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. Já entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020 a taxa média caiu.

O brasileiro já pagou em média 285% de juros ao ano com dívidas relacionadas ao cheque especial. Após algumas mudanças implementadas pelo próprio Banco Central (veja) esse custo caiu para 127% ao ano em 2022 (veja o gráfico e o custo do cheque especial atualizado aqui).

Já o rotativo do cartão de crédito está na casa dos 349% ao ano (veja o gráfico atualizado aqui)

Você verá neste outro gráfico aqui que os brasileiros estão pagando em média 21% de juros e outros encargos ao ano pelo financiamento não quitado de seus carros.

Já a dívida que os brasileiros possuem com o financiamento de imóveis custa em média 8% ao ano. Veja o gráfico atualizado aqui.

O trabalhador do setor privado gasta 31% de juros ao ano pelo crédito consignado que carregam (veja o gráfico atualizado). Os servidores públicos gastam pouco mais de 17% ao ano (veja o gráfico atualizado). Os aposentados pagam 21% (veja o gráfico atualizado).

Aqui no Clube dos Poupadores, além do gráfico do ICC que engloba todas as modalidades de crédito para pessoas físicas e jurídicas temos uma série de gráficos com o custo de crédito por modalidades para pessoas físicas como: consignados, cheque especial, cartão de crédito, financiamento de imóveis, veículos, crédito rural, arrendamento etc.

O ICC mede todo o custo para o endividado e isso inclui não apenas juros, mas também os encargos fiscais e operacionais envolvidos na contratação do crédito.

A diferença em relação às informações já divulgadas é que as taxas de juros se atêm às operações contratadas no mês em curso, enquanto o ICC considera todos os financiamentos e empréstimos que ainda não foram pagos, contratados ao longo de períodos anteriores, independentemente da data de contratação. Sendo assim o ICC reflete muito mais o que é o juro devido, pois nem sempre o juro efetivamente devido é próximo do juro que está sendo cobrado hoje para novos empréstimos e financiamentos.

Dessa forma o ICC permite avaliar a evolução do custo do crédito, uma vez que ele considera o efeito das taxas contratadas no passado. Além disso, também permite acompanhar melhor a influência que as modalidades com prazos mais longos exercem sobre o custo do crédito.

O ICC não é uma medida de lucratividade dos bancos, pois, embora indique a receita dos bancos esperada com a cobrança de juros, falta saber os custos de captação, inadimplência, impostos e despesas administrativas dos bancos.

De qualquer forma podemos entender que existe uma grande diferença entre a taxa Selic (taxa básica de juros) que é a base da remuneração da renda fixa e os juros que os bancos efetivamente estão recebendo de todos os devedores. Visite todos os gráficos do Índice de Custo de Crédito visitando aqui.

Toda dívida que os endividados fazem junto aos bancos acaba criando oportunidades para os clientes desses bancos que investem em CDB, LCI, LCA e outros investimentos de renda fixa.

É importante que você invista na sua educação financeira para que saia do lado dessa mesa onde estão os pagadores de juros. Sempre será melhor ficar do outro lado onde estão os que recebem parte desses juros através da renda fixa. No meio da mesa fica o banco como intermediário. É possível participar dos lucros dos bancos através do investimento em ações. Muitos bancos distribuem seus lucros entre todos que possuem ações por meio de dividendos.

Para iniciar um projeto de independência dos bancos eu recomendo a leitura meu livro sobre independência financeira. Para aprender a ganhar dinheiro emprestando o seu dinheiro para os bancos leia o livro sobre o investimento em CDB, LCI e LCA. Para ganhar dinheiro emprestando o seu dinheiro parar ao governo leia este outro livro aqui. Para aprender a investir em ações de bancos e outras empresas visite aqui.

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