Você trocaria as coisas que você tem por mais liberdade?
Você trocaria seu carro, seu apartamento, todas as coisas que você acumulou na sua casa, dentro das gavetas e armários por uma vida mais leve?
Trocaria seus restaurantes preferidos, seu prato preferido, seu shopping preferido e outros lugares que você adora por uma vida mais livre?
Trocaria o sofisticado, que custa muito do seu tempo, pelo que é mais simples e prático por permitir aproveitar mais do seu tempo?
Nos últimos dias eu assisti um vídeo de um casal, que fez essas trocas. Não conheço eles. Apenas encontrei os vídeos que produzem no Youtube. Vou apresentar o vídeo para você mais na frente e farei comentários.
Eu gosto de conhecer histórias de pessoas que valorizam a liberdade que uma vida financeira equilibrada pode oferecer. Essa liberdade se traduz em um maior leque de possibilidades, mas essa liberdade tem um preço.
Existe uma escolha que você precisa fazer quando tem dinheiro além do básico para manter sua vida. A escolha que você faz com esse excedente pode construir uma vida mais livre ou imobilizar sua vida.
Todas as coisas que você compra e acumula acreditando que são necessárias para a manutenção da sua vida podem ser chamadas de imobilizados ou ativos imobilizados. Nada mais são, do que objetos e coisas que imobilizam sua vida.
Na contabilidade o conjunto de bens necessários à manutenção das suas atividades de uma empresa é chamado de “ativo imobilizado”.
Os gestores das empresas pensam muito antes de comprar um ativo desse tipo, pois nada pior para elas do que deixar dinheiro parado. Antes de aumentar o número de bens imobilizados as empresas calculam se realmente o custo de aquisição, manutenção, depreciação e de oportunidade compensa a imobilização do dinheiro.
O mesmo não costuma acontecer na vida das pessoas. Muitas passam a vida inteira imobilizando dinheiro na forma de objetos que acreditam serem essenciais para a vida.
Para cada novo objeto essencial, que nem sempre é tão essencial assim, uma nova escolha é feita reafirmando a imobilização.
O casal que aparece no vídeo fez uma escolha entre liberdade e imobilização. Clique no centro da imagem logo abaixo para assistir ao vídeo do casal e depois continue a leitura.
Vou considerar agora que você assistiu ao vídeo.
Você deve ter observado que o casal trocou a casa onde morava por um barco, mas não é só isso, eles fizeram uma mudança no estilo de vida que adotavam. Existem infinitos estilos de vida que as pessoas podem adotar. Nenhum é melhor que o outro, mas todos são fruto de escolhas.
Alguns estilos são mais imobilizados e outros são mais livres. Viver dentro de um barco é apenas um entre milhares de estilos. Até a vida dentro do barco pode ser mais livre ou mais imobilizada.
Existem barcos luxuosos, caros, cheios de coisas que exigem cuidado, atenção, manutenção, segurança e que tornam usa vida mais imobilizada. Da mesma forma existem apartamentos pequenos onde é possível viver de maneira leve e livre como alguém que mora em um pequeno barco.
A escolha por uma vida mais livre tem total relação com a busca por mais equilíbrio financeiro e mais independência financeira.
Muitos buscam a independência financeira, mas são poucas as pessoas que conheço que sabem qual é o seu verdadeiro sentido.
Para tomar a decisão de trocar o seu estilo de vida citadino (habitante ou natural da cidade) não é necessário só a coragem para ouvir as críticas de quando você faz algo que foge do senso comum. É necessário ter atingido um estágio de equilíbrio financeiro que permita tomar essa decisão. O dinheiro pode ser usado para ampliar a liberdade ou a imobilidade da sua vida.
Tempo, trabalho e liberdade
É difícil falar de liberdade, dinheiro e consumo sem falar de trabalho e do tempo que gastamos no trabalho. Existe um momento no vídeo onde esse tema aparece.
Quem não gostaria de trabalhar com aquilo que ama fazer? Seria a situação ideal. Muitos querem, poucos lutam por isso.
Para mim essa foi a maior conquista que tive quando atingi um maior nível de liberdade financeira.
Imagine como seria a sua realidade se você conseguisse trabalhar todos os dias fazendo uma atividade que é a grande paixão da sua vida. Uma atividade que você faria até de graça se não precisasse do emprego que você tem hoje para pagar suas contas.
Somente aquele que conseguem atingir uma vida financeira equilibrada podem passar por essa experiência, pode fazer as escolhas que permitem trocar o emprego por sobrevivência pelo emprego que dá sentido para a sua existência. Mais uma vez estamos diante de escolhas.
Com base no que escrevi no artigo anterior, sobre a situação dos brasileiros e a educação financeira, serão raras as pessoas que terão essa oportunidade durante a vida. É uma grande pena.
Milhões de pessoas vão passar por essa existência trabalhando enlouquecidamente para poderem imobilizar suas vidas cada vez mais, de Black Friday em Black Friday, ano após ano.
São imobilizações que funcionam como prêmios de consolação por uma escolha que não permite muita liberdade. As bugigangas aliviam, torna o trabalho por obrigação mais suportável, mas o efeito é temporário.
Conseguir juntar trabalho e a sua paixão não é uma consequência da sorte, como um senhor disse durante o vídeo. Unir trabalho e a sua paixão é resultado de inúmeras decisões onde as questões relacionadas com o dinheiro, trabalho, consumismo e planejamento estão envolvidas e caminham para atingir um objetivo comum.
Para se tornar livre é necessário soltar as amarras, abrir mão de muita coisa, largar uma coisa para agarrar outra, corta as cordas que nos prendem em ancoras, fazer escolhas onde cada “Sim” exige dizer vários “Nãos”, onde liberdade significa zarpar do porto seguro onde nos atracamos. Barcos não foram feitos para ficarem imobilizados em algum porto. Vidas também não foram feitas para isso. Por isso, os prêmios de consolação são necessários para muitos, pois eles aliviam e anestesiam.
Essa vida que você leva hoje não é o único estilo de vida que existe. Talvez seja o único estilo de vida que você conhece.
O casal que aparece no vídeo escolheu um estilo entre 1001 formas de viver. Uma vida financeiramente equilibrada amplia o leque de possibilidades de estilos para você escolher.
Uma vida financeiramente desequilibrada, repleta de problemas financeiros, ativos imobilizados, custos fixos e depreciações, reduz muito as escolhas que você pode fazer, degrada muito a qualidade da vida que você leva, pois os problemas financeiros tiram a sua liberdade.
Tem uma parte no vídeo (minuto 17:15) onde perguntam para o casal: “Qual o barco ideal para você?”.
Como resposta: “…um barco que não seja um peso para manter. Adoraria ter um barco como aquele ali (barco grande e luxuoso), mas para manter aquele barco eu teria que fazer um monte de coisas que eu não gosto“.
Então, o senhor que fez a pergunta comenta dizendo: “Aí não valeria a pena…”
Agora responda essa pergunta para você mesmo. Troque a palavra “barco” pela palavra “vida”, pois na prática o nosso barco é a nossa vida: “Qual é o barco a vida ideal para você?”
Será que a vida ideal para você não seria aquela que não se torne um peso para manter?
Quem não adoraria ter um carro luxuoso, uma casa de cinema, lanchas, jet ski, itens elegantes e equipamentos de última geração? Todos gostariam. O problema é que nem todos estão dispostos a fazer o que não gostariam para manter esse estilo de vida tão custoso.
Não estou me referindo a fazer coisas ilegais ou imorais. Isso já seria outro nível, muito abaixo. Estou falando apenas em fazer coisas que você não gosta de fazer com seu tempo e esforço.
Balanço de Resultados da sua Vida
Pelo que pude entender, o casal do vídeo possui um negócio próprio, uma produtora de vídeos. Pelo que entendi a produtora continua existindo, mas de tal forma que é possível manter um estilo de vida longe da cidade grande. Aqui temos outros tipos de escolha.
Em outro momento do vídeo o senhor pergunta “Que conselho você daria para uma pessoa que está trabalhando, que está amarrada nesse jogo, que sonha sair… mas fica só na vontade e não toma atitude“.
A resposta do casal “Tome cuidado, esse é o sintoma clássico de quem nunca vai realizar um sonho próprio, mas só o de outras pessoas”.
O senhor que fez as perguntas diz: “… uma vez me chamaram de sonhador e eu interpretei isso como elogio. Quando deixamos de sonhar envelhecemos e morremos. De todos os sonhos que eu tenho, 80% eu não irei realizar, mas realizar sonhos não é importante”.
Depois o dono do barco completa: “…o esforço para realizar o sonho que é legal. Lutar para conseguir (o sonho) dói, é difícil, mas é musculação para a alma. Dinheiro é bom, mas o legal é poder fazer as coisas que você quer, que você sonha, pois para ganhar o dinheiro você gasta tanto dinheiro e tempo, que não volta… não sei se vale a pena. Você tem que fazer um balanço de resultados da sua vida.”
Você provavelmente já fez um balanço patrimonial da sua vida listando todo dinheiro que você tem e todos os bens que você acumulou. Já fazemos isso todos os anos quando declaramos imposto de renda. A declaração é um balanço do que acumulamos e imobilizamos.
Só que além desse balanço patrimonial é interessante fazer um balanço de resultados da sua vida. Quantas coisas dariam sentido para sua vida pessoal e dariam sentido para sua vida profissional, mas que não são possíveis já que vivemos uma vida financeiramente desequilibrada?
Quantas coisas você gostaria de ter sido ou feito que estão na lista de passivos do seu balanço de resultados de vida? Quando não estamos poupando como se fossemos viver para sempre, estamos gastando como se fossemos morrer amanhã. As duas situações são desequilibradas. As duas são extremos. Devemos buscar o equilíbrio.
Além do balanço patrimonial crescente é importante ter um balanço de resultados e realizações crescentes e uma relação equilibrada entre as duas coisas.
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