Imagine que acaba de acontecer um imprevisto. Você precisa de R$ 2.000,00 em dinheiro, ainda hoje, para resolver esse problema emergencial. Você tem esse dinheiro disponível sem recorrer a um empréstimo?
Se isso acontecesse com os amigos, parentes e vizinhos, quantos teriam uma reserva?
Em 2022 fizeram esse tipo de pesquisa nos EUA e 63% dos adultos disseram que conseguiriam cobrir uma despesa de emergência de US$ 400 usando dinheiro ou equivalente (sem recorrer a uma dívida). Os demais não teriam dinheiro para pagar essa despesa de emergência (fonte).
A situação do brasileiro, no final de 2023, era pior:
- 67% (dois terços) dos brasileiros não têm qualquer reserva financeira para contratempos.
- Apenas 10% têm dinheiro guardado para manter o padrão de vida por menos de três meses.
- Somente 6% conseguem se manter entre seis meses e um ano com suas reservas.
- Outros 6% afirmam ter reservas para mais de um ano.
- Somente 52% dos brasileiros contribuem para o INSS, na esperança de que receberão alguma esmola pública no futuro.
- Redução de 12% para 8% no total de brasileiros que se preparam para a aposentadoria nos últimos cinco anos.
- Somente 36% dos brasileiros guarda dinheiro, na poupança ou outros investimentos (fonte).
A situação da maioria dos leitores do Clube dos Poupadores é diferente. Já recebi muitos relatos de leitores que conseguiram conquistar a independência financeira ou que estão no caminho. Muitos fizeram isso acompanhando o conteúdo desse site e os ensinamentos dos livros.
Mesmo que você esteja se esforçando para trabalhar, poupar e investir para conquistar a sua própria independência financeira, tenha em mente que você sofrerá duras consequências pelo fato dos outros brasileiros não estarem seguindo o mesmo caminho.
A capacidade de poupança e preparação para a aposentadoria da população é preocupante no mundo inteiro, mas no Brasil parece pior.
Todos os seus amigos, parentes e vizinhos que estão negligenciando essas questões, estão ajudando a construir um futuro pior para todos nós. Geralmente são pessoas com pouca ou nenhuma educação financeira. Dificilmente vão perceber uma relação entre colheita e plantio, ou seja, não vão assumir que negligenciaram o futuro quando estavam no passado.
Às vezes as pessoas me perguntam sobre por qual motivo os governos não fazem alguma coisa para educar as pessoas financeiramente.
Quanto mais enfraquecidas estiverem as famílias, mais dependentes serão dos governos e mais terão justificativas para cobrar impostos, aumentar o controle e até mesmo confiscar os bens (de forma direta ou indireta) para manter a estrutura de assistencialismo.
É por isso que muitas vezes esses políticos parecem combater os pequenos que estão empreendendo, os pequenos que estão poupando e investindo pensando no futuro melhor.
Não é difícil prever algumas consequências para as famílias brasileiras nos próximos 30 anos, caso a situação atual persista:
Velhice arriscada
Com dois terços da população sem reservas financeiras e quase metade não contribuindo para a Previdência (para garantir alguma esmola governamental no futuro), uma grande parcela dos brasileiros enfrentará uma vida financeira dramática velhice. A falta de reservas financeiras significa que muitos não terão recursos suficientes para cobrir despesas básicas, saúde e emergências. Para os políticos isso é fantástico. Eleitores dependentes são melhores que eleitores independentes.
Para piorar a situação, muitos brasileiros não entenderam a importância da família como uma espécie de “rede de apoio e proteção. Muitos estão passando pela vida sem constituir a própria família. Nada pode ser mais trágico do que atingir a velhice sem recursos financeiros e sem uma família (filhos, netos e bisnetos) para dar suporte.
Para o governo isso será ótimo. Você já teve a curiosidade de pesquisar o que acontece com a herança de um idoso que não tem mais nenhum herdeiro? Tente adivinhar.
Viver perigosamente é não ter uma reserva para emergências no presente e não construir um patrimônio pensando no futuro.
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Sou pai de 2 filhos e pião de chão de fábrica, Não lembro exatamente como cheguei até aqui, mas já faz algum tempo, agradeço ao Leandro por todo conteúdo aqui produzido, graças a ele começei a investir em 2015 em lci , após iniciei em renda variável e hoje graças ao conhecimento adquirido por aqui consigo uma renda mensal passiva vinda dos meus investimentos maior que meu salário na empresa.. obrigado cara, vc mudou minha vida e da e da minha família.
Parabéns Elielson! Que seus filhos sigam o seu exemplo e repassem isso para os seus netos. Que isso altere o futuro de todos os seus descendentes.
Sua um trabalhador de meia idade que vivi na bolha social com pensamentos imediatistas graças a conteúdo iguais a esses mudei meus conceitos já avançando no que diz respeito a reserva de emergência o patrimônio de 1 ano já está superando os mais de 20 anos de trabalho, seus conteúdos são excelentes sua visão sobre economia e fantástica muito obrigado com compartilhar seus conhecimentos conosco.
Parabéns Wellington, e parabéns a todos que estão acordando.
Você poderia listar algumas instituições para formar educadores financeiros?
Com seu ótimos artigos, vejo que precisamos multiplicar os educadores financeiros no Brasil.
Sou leitor do seus artigos e livros e já fui muito beneficiado.
Obrigado!
Olá Ubirajara. Não existe um curso completo que vai fazer você se tornar um educador financeiro. É uma atividade multidiciplinar. Você precisa aprender sobre matemática financeira, funcionamento do sistema financeiro, funcionamento dos investimentos, economia, contabilidade, psicologia financeira e de consumo, um pouco de direito, tributos, política, funcionamento das empresas (administração e empreendedorismo) e assim por diante. Questões morais e até mesmo espirituais são importantes. Dessa forma, você não vai encontrar um curso que vai apresentar tudo que você precisa e você nunca saberá o suficiente, sempre será necessário manter os estudos.
Caro Leandro.
Seus textos me fazem perceber que, apesar de eu estar indo contra a manada e contra todas as pessoas ao meu redor, estou no caminho correto e não sou louco por pensar no futuro.
Mas tenho uma preocupação no sentido de como preservar patrimônio. Tenho visto, cada vez mais, a realidade de que praticamente não existe rendimento real nos ativos financeiros, o cenário é de juros negativos. Considerando que a impressão de fiat está ocorrendo de uma forma descontrolada, e que o IPCA não reflete a real inflação (expansão da base monetária), vejo que podemos estar perdendo patrimônio enquanto achamos que estamos acumulando.
Na sua opinião, as opções atuais de investimento são funcionais para aumento real de patrimônio, ou teriam como função apenas diminuir o estrago causado pelo cenário político/econômico? Ou seja, é possível lucrar, de maneira realista, ou apenas diminuir o prejuízo?
Olá Gustavo. Nós estamos perdendo patrimônio o tempo todo. Basta olhar no final do cupom fiscal quando você for no supermercado e perceber que mais de 30% do seu patrimônio foi pertido com impostos. O mesmo acontece ao olhar para a conta de luz e tudo que consumimos. O que tentamos fazer é minimizar as perdas e não evitar as perdas. Só o fato de você estar nesse momento recebendo juros e rendimentos o deixa em situação melhor do que a realidade dos que estão pagando juros e fazendo dívidas, fingindo que possuem riquezas, quando na verdade estão presos sem perceberem.
É isso aí, Leandro. Estou plantando as minhas árvores há anos com o objetivo de colher bons frutos no futuro.
Faço a minha diversificação para ter uma segurança maior (reserva de emergência com 100% do CDI, Tesouro IPCA para longo prazo, Bonds, etc.). Mas sempre vem uma pedrada do governo, independente da classe de ativos. Atualmente, o que está me incomodando mais é essa mudança nas normas de tributação de investimentos no exterior. Você acha que isso vai atrapalhar muito os investimentos em dólar, podendo chegar ao ponto de não valer mais a pena? Ou isso, apesar de ser ruim, não deve nos fazer desistir de investir no exterior?
Saudações
Olá Cicero. O ataque contra quem investe no exterior só reforça a ideia de que é importante ter uma parte do seu patrimônio no exterior.
Estou a considerar uma carteira de dividendos internacional..Farei receitas em moeda forte. Dólares e euros
Existe uma pesquisa que informa o percentual de brasileiros que termina o mês com mais de 1 centavo no bolso?