A maneira como jovens de diferentes realidades absorvem e aplicam princípios de educação financeira podem variar drasticamente, refletindo um abismo entre as mentalidades forjadas no campo e aquelas moldadas nas grandes cidades.

O vídeo que estou compartilhando serve como exemplo real dessa disparidade. Clique sobre a figura abaixo para assistir ao vídeo:

O vídeo conta a história de um menino chamado Álvaro, um jovem da roça igual a muitos jovens que estão dispersos pelo interior Brasil. É o que alguns chamam de “Brasil Profundo”, um Brasil afastado dos centros urbanos, composto por pessoas invisíveis nas discussões em redes sociais ou nas notícias dos jornais e da TV.

O vídeo mostra que, desde cedo, o menino lida com as responsabilidades de gerir uma pequena propriedade rural em uma cidade que fica na região da Serra da Canastra – MG. Além de estudar, Álvaro produz queijo. Através de suas falas, percebemos valores como: responsabilidade, trabalho duro, empreendedorismo, autonomia e uma visão de futuro que valoriza tanto o trabalho rural quanto a educação formal.

Álvaro representa um modelo de jovem que manifesta uma compreensão precoce sobre gestão financeira, gestão de tempo, investimento pessoal, valores familiares e um orgulho do sacrífico. Esse último ponto é muito importante.

Quando você está diante do sacrifício diário para conquistar aquilo que você deseja, você tem dois caminhos. Você pode ser aquela pessoa que vive reclamando do seu sacrifício diário ou você pode ser aquela pessoa que se orgulha do sacrifício.

Não existe vida e nem prosperidade sem estar disposto a assumir e a se orgulhar do seu sacrifício diário.

Álvaro parece se orgulhar de assumir a fazenda enquanto que o seu pai trabalha, ou seja, Álvaro abraça o sacrifício com orgulho.

Álvaro demonstra se orgulhar de seu empreendedorismo e sua autonomia, pois é produz riquezas com os recursos que possui (gado de seus pais), seu tempo livre e esforço para produzir e comercializar seus queijos.

Álvaro tem pais que sabiamente não ofereceram dinheiro para ele, mas ofereceram os meios necessários para que ele mesmo produza a própria riqueza (cuidando do gado e produzindo o queijo diariamente).

Álvaro se orgulha de acordar 4h da manhã e se orgulha das 2 conduções para chegar na escola. Ele tem orgulho do sacrifício, pois certamente entende que ele só está naquelas terras e com toda a estrutura que desfruta porque seus pais e seus avós um dia também abraçaram com orgulho um sacrifício semelhante. Álvaro certamente compreende que ele é uma página de uma história familiar de homens e mulheres que abraçaram o sacrifício para construir um futuro melhor.

Certamente nem todo jovem do interior pensa com Álvaro, pois nem todos possuem uma mãe, um pai e avós como os dele, mas parece muito evidente que a realidade da juventude urbana é bem diferente e frágil. Clique na figura abaixo para assistir ao vídeo:

Os mais jovens, nas grandes cidades, não parecem muito interessados no sacrifício diário ou na “lida diária”, como diz o Álvaro.  Eles não se sentem orgulhosos de qualquer sacrifício, ao contrário, parece que eles se sentem vitimizados diante de qualquer chamado ao sacrifício.

Frequentemente os jovens das grandes cidades estão mais afastados da realidade dos pais e dos avós, além de um afastamento da realidade sobre a geração da riqueza. Esse espaço vago logo é ocupado por ideologias que promovem algum tipo de conflito entre as pessoas, como é o caso de por filhos contra os pais, sempre promovendo algum tipo de vitimismo, pois qualquer forma de autoridade é criticada por essa ideologia. Ao invés do convite ao sacrifício diário, os jovens são convidados a se rebelarem por se sentirem “vítimas” de alguém. Ao invés do orgulho pelo sacrifício eles são convidados a se orgulharem por se vitimarem e se rebelarem contra as pessoas e os sistemas que os sustentam.

Parece ser mais fácil para o jovem do campo perceber que a riqueza é uma coisa que pode ser criada por qualquer um que esteja disposto a trabalhar. Álvaro parece compreender sua capacidade de gerar riquezas. O jovem da cidade parece envolvido com o mito de que a riqueza é fixa e mal distribuída e que alguém precisa fazer esse papel de justiça social. Ele mesmo se sente uma vítima que precisa de justiça. Para quem tem essa mentalidade, não existe educação financeira, pois ela sempre é ofuscada pela ideia de redistribuição de riquezas como solução para desigualdades, minimizando a importância da iniciativa individual, do mérito e da responsabilidade pessoal na construção de um futuro financeiramente independente.

Os pais deveriam perceber a importância de incutir valores sólidos de educação financeira em seus filhos, principalmente os que vivem nas cidades grandes, isolados da realidade.

A vida no campo, mais próxima da realidade, forja pessoas mais independentes. A vida na grande cidade é uma invenção perigosa que tende a formar pessoas fragilizadas e com uma visão de mundo romântica, totalmente desconectada da realidade.

Vamos considerar a hipótese de que a humanidade surgiu entre 200 mil e 300 mil anos atrás.

Nesses 300.000 anos da existência humana na Terra, foi somente nos últimos 300 anos (aproximadamente) que grandes populações conseguiram viver desconectadas do cultivo de alimentos, criação de animais e grande autonomia para viver em família. Podemos dizer que, por cerca de 299.700 anos, todos os seres humanos eram obrigatoriamente ligados ao ciclo natural – plantando, colhendo, caçando e pastoreando para sobreviver dentro de grandes famílias onde irmãos, tios e primos trabalhavam e cooperavam. Essa conexão direta com a realidade se dava com a “lida diária” com os processos da natureza, ou seja, com o sacrifício diário e existia orgulho e dignidade nesse processo.

Apenas nas últimas 3 centenas de anos, com a Revolução Industrial, o êxodo rural em massa e a ascensão das grandes metrópoles industrializadas e urbanizadas, é que enormes contingentes populacionais conseguiram efetivamente se isolar da realidade, em um mundo mágico que chamamos de “cidade grande”.

Durante 99,9% de nossa jornada, o ser humano estava intrinsecamente ligado ao campo e aos ciclos naturais de existência. As pessoas trabalhavam para produzir aquilo que consumiam e para fazer trocas entre seus vizinhos que, muitas vezes, eram seus tios e primos. Todos de certa forma tinham um espirito empreendedor e voltado para a independência e o progresso. E somente há uns 300 anos (0,1% da nossa existência) essa condição milenar começou a sofrer rupturas (ainda em andamento).

O avanço tecnológico e as comodidades das cidades grandes nos distanciaram da independência e do contato com o mundo real.

O exemplo do Álvaro ilustra como a exposição precoce a responsabilidades financeiras e ao trabalho pode fomentar uma mentalidade empreendedora e autônoma, preparando o jovem para enfrentar um mundo real com mais confiança e competência. Imagino que dificilmente o menino Álvaro terá dificuldades para empreender ou conseguir um emprego no futuro.

No vídeo sobre a Geração Z, você deve ter percebido que as pessoas não sabem mais contar uma história que tenha início, meio e fim. As pessoas não sabem conversar,  não sabem resolver seus problemas sozinhas (elas levam os pais), não conseguem cumprir horários e respeitar a rotina. A situação parece preocupante, pois são essas pessoas que um dia vão assumir as empresas e os governos do mundo.

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