Fundos imobiliários podem ter risco elevado, como qualquer ativo de renda variável, mas com ganhos que podem ser menores que o da renda fixa, tendo como base o CDI.
Isso pode acontecer quando não temos os meios para escolher bons fundos.
Na imagem acima temos a informação de que apenas 40,4% dos fundos imobiliários que fazem parte do IFIX (Índice composto por 144 fundos imobiliários) conseguiram superar o CDI entre a data de criação dos fundos e a data de 18/11/2024. Vale destacar que outubro e novembro de 2024 foram meses muito ruins para os fundos imobiliários.
Quando a janela vai até 30/09/2024, antes do início da forte queda que corre nos fundos, esse número fica em 50%. Significa dizer que se você escolhe fundos imobiliários jogando uma moeda para cima (cara ou coroa), você teria metade dos fundos escolhidos superando o CDI.
Quando você considera um maior número de fundos, incluindo aqueles que não fazem parte do IFIX, a situação fica ainda pior. Podemos dizer que se você não estiver preparado para escolher bons fundos, existe uma boa probabilidade de seus ganhos serem menores que um investimento que rende 100% do CDI.
Na figura acima temos o desempenho dos fundos que fazem parte do IFIX em janelas de 7 anos e 5 anos ao invés de considerar o desempenho desde a criação de cada fundo. Nestas janelas específicas temos uma situação ainda pior.
Veja que somente 31 fundos possuem histórico de pelo menos 7 anos e somente 60 fundos possuem histórico de pelo menos 5 anos. Isso significa que grande parte dos fundos imobiliários que existem ainda são muito jovens (poucos anos de existência). Veja que somente 20% dos fundos superaram o CDI nos últimos 5 anos.
Este problema também acontece quando investimos em ações de empresas listadas na bolsa brasileira.
Com base nas 70 principais empresas que fazem parte do Índice Bovespa ou do IDIV (índice composto por ações de empresas pagadoras de dividendos), podemos ver que somente 55,7% superou o CDI nos últimos 7 anos e 38,6% superou o CDI nos últimos 5 anos. Podemos dizer que se você não for capaz de escolher boas ações, terá a desagradável experiência de investir em um ativo de risco elevado com retorno pior que um investimento que rende 100% do CDI.
O Brasil oferece um ambiente inóspito para os negócios. Não é fácil investir em renda variável mesmo quando o seu objetivo é de longo prazo. O desempenho ruim de fundos imobiliários e ações no Brasil nos últimos anos provavelmente se devem a:
- Instabilidade política e econômica, com crises, recessões e escândalos que prejudicam a economia e as empresas.
- Juros altos como um reflexo do elevado risco político, fiscal e economico.
- Alta carga tributária, onerando as empresas e reduzindo a atratividade do mercado.
- Incertezas regulatórias, como interferências políticas e mudanças de regras, afugentando investidores.
- As leis e toda a estrutura funcionam para reduzir a produtividade e competitividade das empresas.
- Os gastos excessivos com o Estado ineficiente, privilégios, assistencialismo e obras faraônicas drenam recursos produtivos da economia.
A certeza que temos no longo prazo, aqui no Brasil, é a de que teremos muitas crises econômicas e escândalos envolvendo os mesmos políticos.
Existem momentos de crise onde fundos imobiliários e ações ficam atrativos, pois os preços ficam baixos ao ponto de compensar parte do risco.
É importante ter um cuidado maior ao escolher ações e fundos imobiliários no Brasil. Evite seguir recomendações de investimentos. A única recomendação válida é a de que você deve aprender a tomar decisões sem depender dos outros.
Um curso sobre fundos imobiliários que recomendo é este aqui. Existe um guia gratuito que pode ser útil para o iniciante, veja aqui. Eles também oferecem várias ferramentas e conteúdos por assinatura que ajudam a escolher fundos imobiliários por conta própria, veja aqui.
O conteúdo deste artigo não é uma recomendação de investimentos em fundos imobiliários e as imagens que fazem parte deste conteúdo: aqui.
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