As vendas de imóveis novos continuam caindo em São Paulo e em outras capitais do Brasil. Agora em julho a Secovi-SP divulgou números de maio. A queda registrada foi de 36,5% em maio ante mesmo mês de 2013. Em abril o resultado já tinha sido 3,1% menor. A Secovi tentou justificar a queda com base na influencia de grandes eventos como Carnaval em março, mudança no calendário das férias escolares e Copa do Mundo. Fonte

É provável que os resultados de junho e julho sejam bem piores caso a queda tenha sido gerada por estes motivos. Eles acreditam que no segundo semestre exista uma tendência de recuperação. Devem estar se esquecendo que no segundo semestre teremos eleições e todas as tensões, especulações e expectativa geradas pela possibilidade de continuidade ou mudança do governo.

A população e investidores ainda buscam melhores preços em imóveis vendidos na planta. Aproximadamente 76,3% das unidades vendidas no mês (em São Paulo) foram de lançamentos feitos nos últimos seis meses. Mesmo assim, nos primeiros cinco meses do ano, as vendas foram 41,4% inferiores às do mesmo período de 2013. Os lançamentos caíram 14%.

O fato é que, em praticamente todas as capitais, estão faltando compradores. Os estoques de imóveis novos vazios não param de aumentar. E isto já está atrapalhando a vida de quem possui imóvel usado para vender. Já é possível ver imóveis novos e usados concorrendo pelos mesmos compradores.

E isto é um problema sério. Conheço muitos leitores dos meus livros sobre imóveis que compraram apartamentos na planta e que agora estão próximos de receber a chave. Para quitar estes imóveis, muitos estavam planejando vender o imóvel usado onde moram atualmente. O problema é que o mercado de imóveis usados passa por dificuldade e forte concorrência.

Com tantos imóveis novos, modernos, oferecendo opções de lazer e facilidades de pagamento, fica difícil atrair compradores para os imóveis usados a não ser que o vendedor do imóvel esteja disposto a oferecer um bom desconto que salte aos olhos do comprador. Isto significa vender o imóvel por um preço menor do que se esperava.

Quando o comprador se depara com preços semelhantes, é evidente que ele tende a escolher o imóvel novo. Já podemos constatar que os preços do metro quadrado dos novos e usados estão desacelerando nas 16 cidades brasileiras e já existem cidades onde a alta dos preços perdem da inflação. Fonte. Inflação e juros elevados não geram um bom cenário para aquele investidor que ainda possui imóveis à venda.

A situação só não está pior porque muitas construtoras e incorporadoras frearam os lançamentos nos últimos trimestres para priorizar a venda dos imóveis novos que estão em estoque. As seis maiores construtoras juntas estavam com 23,7 bilhões de reais em imóveis esperando comprador até o final do primeiro trimestre de 2014. As capitais com maiores estoques são Curitiba, Salvador e Brasília.

Muitos imóveis em estoque são fruto de devoluções e por este motivo está mais difícil comprar imóvel na planta neste momento. As construtoras estão mais criteriosas e não aprovam a venda para qualquer família. O objetivo é evitar reprovação do financiamento feita pelos bancos quando o imóvel está pronto para ser entregue. Vender para qualquer pessoa de forma rápida e sem burocracia (como foi feito no passado) acaba gerando enorme quantidade de distratos.

Todo este cenário é favorável para quem pretende comprar imóvel e péssimo para quem precisa vender.

Para quem pretende comprar, a quantidade de imóveis disponíveis para visitar e escolher cresce a cada dia. O vendedor que não estiver disposto a negociar vai perder o comprador. Se antes o mercado tinha mais compradores do que imóveis prontos para morar, agora a situação esta se invertendo lentamente. O mercado está repleto de imóveis novos e usados à venda e poucas pessoas realmente capazes de comprar.

Com crédito mais difícil de conseguir, preços dos imóveis elevados, inflação deteriorando a renda das famílias e juros altos que encarecem o financiamento e favorecem a poupança (afastando investidores), o número de pessoas que podem realmente comprar um imóvel está caindo. Querer comprar um imóvel é bem diferente de poder comprar um imóvel. Déficit habitacional não significa nada se a população não tem poder compra. Já mostrei neste outro artigo que somente os mais ricos podem comprar imóveis financiados nas grandes capitais atualmente.

Quem possui dinheiro para comprar imóvel ou possui crédito para isto deve começar a monitorar a situação do seu mercado local. Cada cidade e até cada bairro da sua cidade possui uma realidade diferente. Escolha alguns imóveis para monitorar no bairro onde você pretende morar. Observe os anúncios, converse com os proprietários, sinta o mercado local e observe o comportamento do mesmo. Veja se o número de imóveis à venda na região está crescendo ou não. Verifique se as construtoras estão investindo em novos lançamentos ou se estão apenas vendendo imóveis encalhados. Monitore se os imóveis anunciados estão sendo vendidos, perceba quanto tempo demorou a vender, tente descobrir por quanto foi vendido (entrando em contato com o proprietário). Converse com os corretores da região e fique observando pacientemente. O importante no momento de comprar um imóvel é ter paciência, principalmente agora.

Antes de comprar imóveis na planta se prepare através do Livro Negro dos Imóveis. Antes de comprar imóveis para investir leia o livro Como Investir em Imóveis.

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