Os sinais estão aí, para quem quiser ver. O governo dos EUA está reposicionando suas políticas econômicas e industriais.
Aumentos nas tarifas de exportação, restrições à imigração e alianças com os gigantes da tecnologia não parecem ser coincidências ou eventos isolados.
Parece que tudo faz parte de uma estratégia maior: preparar o terreno para uma nova Revolução Industrial, impulsionada pela inteligência artificial e pela automação.
Protecionismo Inteligente ou Isolacionismo?
Recentemente o presidente dos EUA, Donald Trump, citou nominalmente o Brasil como possível alvo de novas tarifas de exportação ao dizer que o país “sempre usou tarifas contra os EUA” (fonte) . Os EUA impuseram tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e uma taxa de 10% extra sobre importações chinesas, elevando a taxa total para 20%.
O aumento de impostos sobre exportação pode parecer um erro estratégico à primeira vista. Mas observe o contexto. A história nos ensina que grandes transformações industriais exigem algum nível protecionismo. Foi assim com a Revolução Industrial inglesa no século XIX e com o crescimento industrial americano no pós-guerra.
Ao taxar exportações e reduzir a dependência de mercados externos, o governo americano está sinalizando um movimento de fortalecimento da produção interna. O objetivo? Criar um ambiente onde as empresas sejam incentivadas a produzir mais dentro do próprio território. Mas com um detalhe: sem precisar de mão de obra barata estrangeira, ao contrário da Europa, que enfrenta uma crise de identidade ao depender de imigrantes para manter sua economia funcionando. Países como Alemanha, França e Reino Unido flexibilizaram a imigração para suprir a escassez de trabalhadores, mas acabaram gerando conflitos nas grandes cidades, aumento da criminalidade e o avanço de políticas de gueto.
A redução da imigração reforça esse ponto. A mão de obra barata foi um motor do crescimento industrial nos EUA no século XX. Mas agora, a equação mudou. Os robôs estão substituindo operários. A inteligência artificial está ocupando funções antes exclusivas de humanos. Tudo sinaliza que os Estados Unidos querem garantir que essa nova era beneficie suas próprias empresas e cidadãos.
A Substituição da Mão de Obra: IA e Robôs
A escassez de mão de obra barata não será um problema se as máquinas assumirem o controle da produção. Os EUA estão se preparando para um futuro onde robôs e inteligência artificial não apenas complementam, mas substituem a força de trabalho humana em larga escala.
Isso já está acontecendo. Empresas como Tesla, Amazon e Google investem pesadamente em automação e IA. Fábricas estão se tornando cada vez mais autônomas. Call centers são substituídos por assistentes de IA. Carros e caminhões autônomos estão em testes avançados. Estudos recentes, como os da McKinsey Global Institute, estimam que até 2030 cerca de 20-30% das tarefas em muitos setores serão trocados por robôs e inteligência artificial. Já entre 2030 e 2060 a previsão é de que 50% de todos os trabalhos serão automatizados (fonte).
O governo americano percebeu algo que muitos ignoram: quem dominar essa tecnologia terá controle sobre a nova economia global. Se os EUA ficarem dependentes da China para hardware e da Índia para programação, correm o risco de perder a soberania sobre a revolução que está prestes a acontecer.
Por isso, vemos uma aproximação clara do governo com os gigantes da tecnologia. Incentivos fiscais e subsídios são direcionados para pesquisa e desenvolvimento. E, ao mesmo tempo, regulamentações rígidas estão sendo estudadas para dificultar a fuga de conhecimento para o exterior.
Impostos mais altos sobre exportação reduzem a saída de capital. Imigração controlada força o avanço da automação. Parcerias com a elite da tecnologia garantem que os EUA se mantenham na liderança da nova revolução industrial.
O Futuro: Alta Produtividade, Baixos Custos e Poder Global
O que os EUA estão construindo é um sistema econômico onde a produção interna será altamente eficiente, menos dependente de mão de obra humana e extremamente competitiva. Com fábricas operadas por robôs, inteligência artificial substituindo empregos burocráticos e logística automatizada, o custo da produção interna pode se tornar menor do que o da importação.
Esse modelo desafia a velha crença de que a globalização é indispensável. Se os EUA conseguirem produzir com custos mais baixos do que a China, o jogo muda. Em vez de depender de fábricas estrangeiras e mão de obra barata, o país passa a exportar produtos altamente tecnológicos a preços competitivos, sem a fragilidade das cadeias de suprimentos globais.
O grande vencedor será quem souber se adaptar. Empregos braçais e funções repetitivas estão condenados. A nova elite do trabalho será composta por engenheiros, programadores, especialistas em IA e operadores de sistemas automatizados. Quem não se preparar para isso será descartado.
O grande risco? A concentração de poder nas mãos das empresas de tecnologia e do governo.
Quem controla a automação, controla o mercado de trabalho. Quem domina a inteligência artificial, domina a informação. Esse movimento pode levar a uma nova forma de monopólio, onde poucos decidem o destino econômico de milhões.
Os EUA estão se preparando para uma nova era. Mas a pergunta que fica é: quem vai realmente se beneficiar?
O mundo está mudando, e os EUA estão se posicionando. Mas, como toda revolução, essa também terá seus vencedores e seus perdedores. Enquanto os EUA se preparam para liderar a nova revolução tecnológica, o Brasil segue refém de políticos medíocres e eleitores acomodados. Em vez de incentivar inovação e qualificação, governantes aumentam impostos, criam burocracia e alimentam o parasitismo estatal. O povo, em sua maioria, vota por assistencialismo e populismo barato, condenando o país à irrelevância.
Quando a IA e os robôs dominarem a produção mundial, o Brasil continuará exportando soja, carne bovina, café e minério de ferro, enquanto a população paga preços elevados por tecnologia de ponta, inflacionados por uma carga tributária sufocante imposta pelo próprio governo. Seremos meros consumidores da inovação alheia, sem controle sobre nosso destino, dependendo da extração do que sai do solo (alimentos e minérios) para sustentar uma economia frágil e governos que, historicamente, escolhem o populismo em vez do progresso real.
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