O euro passou a ser utilizado pelos países membros da União Europeia no dia 1 de janeiro de 1999. A nova moeda foi criada para promover o crescimento, a estabilidade e a integração econômica entre os países da Europa. Inicialmente os europeus podiam utilizar o euro e a moeda do seu país. Depois de alguns anos o euro já substituía a moeda de diversos países membros. O euro ainda não é universalmente adotado por todos os membros da UE como a principal moeda.

A principal vantagem com o uso do euro foi o aumento do comércio entre os países da União Europeia. Os riscos cambiais foram eliminados entre os países da região. Exemplo: uma empresa europeia pode precisar de produtos e materiais de diversos países próximos e quando cada país tem sua própria moeda isso dificulta o planejamento da empresa.

O euro também facilitou os investimentos entre países. Se torna mais fácil para o investidor da Zona do Euro comprar ações e títulos de dívida (títulos públicos e privados) de qualquer país vizinho sem o risco cambial. Com o euro, investidores de países com juros baixos, como Alemanha e Holanda, podem emprestar dinheiro para bancos e empresas (debêntures) de outros países da zona do euro sem risco cambial.

Em teoria, em momentos de crise os países que adotam o euro tendem a se ajudar. Foi possível ver isso novamente durante a crise do  coronavírus quando o Banco Central Europeu apoiou países como a Itália (comprando títulos públicos italianos) para manter as taxas de juros relativamente baixas, pois quanto maior a demanda por títulos públicos de um país, menores tendem a ser suas taxas. Fundos de recuperação da economia europeia podem ser criados.

Euro como investimento

Investir em euros é uma forma de investir nas economias dos países que integram a Zona do Euro. Mas logo veremos que o investimento em moeda não é considerado um bom investimento de longo prazo. Isso não significa que o investidor não possa aproveitar oportunidades que podem durar alguns meses ou alguns poucos anos.

A forma mais fácil, rápida e sem burocracias que investidores do mundo inteiro utilizam para investir no euro é através de ETFs. Os ETFs são fundos negociados em bolsa. O processo de compra e venda de ETFs é igual ao de compra e venda de ações. Tudo se resolve com alguns cliques.

Os ETFs de moedas costumam ser lastreados em depósitos de dinheiro físico em grandes bancos ou contratos futuros que acompanham as variações da moeda.

Para comprar ou vender ETFs que investem em euros basta ter uma conta aberta em alguma corretora nos EUA. Nos dias de hoje a abertura de uma conta em uma corretora no exterior é tão simples quanto abrir uma conta em corretor ano Brasil. Inclusive existem corretoras que oferecem serviços para brasileiros. Através do livro Como Investir no Exterior você terá um exemplo prático de abertura de conta.

ETF que investe no euro

O maior ETF que investe em euros tem o código “FXE” e se chama Invesco CurrencyShares Euro Trust. O gráfico abaixo nos mostra o preço de uma cota do FXE em dólares de 2006 até 2020. Clique no gráfico para ampliar.

Podemos perceber que existiram ciclos onde o euro entrou em tendência de alta em relação ao dólar por períodos de 1 a 2 anos. Entre 2006 e 2008 a alta foi de 35% e durou 931 dias. Após a crise de 2008 ocorreu um novo ciclo de alta de 19% que durou 238 dias. Entre 2010 e 2011 ocorreu outra alta de 24% em 335 dias e assim por diante. O último ciclo em 2020 já registrou alta de 11,19% até o final de outubro.

O gráfico acima nos permite perceber que se trata de um investimento de longo prazo, mas de prazos que podem durar 1 ou 2 anos.

O que faz o euro se valorizar?

Quando o investimento em dólares se torna menos atrativo geralmente isso eleva a demanda por euros. Vou apresentar aqui um exemplo didático que tem relação com o momento em que escrevo esse artigo (2020). Cabe a você fazer um estudo sobre a situação no futuro. Exemplo: um dos fatores que influenciaram a alta do euro em 2020 foi o comunicado do Banco Central dos EUA dizendo que seria mais tolerante com a inflação nos EUA, ou seja, sinalizou que pretende manter as taxas de juros baixas nos EUA mesmo que isso provoque alta dos preços (inflação). O investidor entende que se ele terá juros baixos nos EUA e inflação alta, o juro real (o que sobra quando você desconta a inflação do juro) torna o investimento na moeda americana menos atrativo em relação ao euro.

Como podemos ver no exemplo acima, em 31/10/2020 a taxa de juro nos EUA era de 0,25% ao ano mas a inflação estava em 1,40% sendo que o Banco Central americano declarou que não se importará se a inflação subir mais no processo de recuperação da economia. No caso da Zona do Euro o juro é de 0,00% mas existe uma deflação de -0,30%, ou seja, o poder de compra da moeda está crescendo. Você pode acessar o ranking de juros reais visitando aqui.

Observe que o investimento em moeda envolve a análise das economias dos países. Crises econômicas prejudicam o crescimento do país e o valor de suas moedas assim como o processo de recuperação das crises e o crescimento econômico beneficiam a valorização das moedas. Você encontrará dados econômicos da Zona do Euro visitando aqui.

Existem ETFs como o FXE e o UUP que possuem uma correlação negativa, ou seja, seus preços se movimentam em direções opostas. O FXE oferece ganhos quando o euro se valoriza em relação ao dólar e o UUP oferece ganhos quando o dólar se valoriza em relação a uma carteira de moedas tendo o euro como principal moeda. Isso permite aproveitar as tendências em qualquer situação.

Para saber mais sobre como investir em moedas através de ETFs e outros ativos como ações e fundos imobiliários no exterior leia o livro Como Investir no Exterior. Para fazer estudos gráficos do ETF FXE visite aqui. O livro também aborda técnicas para a análise e estudos de ETFs e estudos de seus gráficos.

É importante lembrar aos iniciantes que ETFs de moedas são investimentos de renda variável, ou seja, podem valorizar assim como podem se desvalorizar em determinado período de tempo. Também é necessário destacar que este artigo tem finalidade educativa e não é uma recomendação de investimento.

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