Uma grande fonte de ganhos do mercado financeiro depende de uma coisa chamada “assimetria de informação”.

Esse termo se refere a quando uma das partes envolvidas em uma decisão financeira possui mais informações ou melhores informações que a outra parte.

Quando as instituições financeiras gastam tempo e dinheiro ligando para você, enviando mensagens no Whatsapp, e-mail ou SMS para oferecer uma “oportunidade imperdível”, provavelmente elas identificaram uma oportunidade de ganho com base em algo que você não sabe ou não entende direito.

Veja um exemplo:

Essa mensagem foi enviada para uma pessoa muito próxima que tem perfil conservador. O banco fala sobre ganhos passados de mais de 340% do CDI. Um foguete no final do título da mensagem passa a ideia (falsa) de que isso vai continuar crescendo no futuro (coisa impossível de garantir).

Então, a pessoa desinformada decide investir em um fundo como este que não tem histórico (só 1 ano de existência) que investe em coisas que a maioria das pessoas não entende como funciona. Na carteira desse fundo existe de tudo um pouco como: ações de empresas brasileiras, BDRs, cotas de fundos estrangeiros e até ETF de criptomoedas. Os ganhos acima do CDI ocorreram no passado por se tratar de um fundo com exposição a ativos de risco elevado. Não existe qualquer garantia de ganho futuro. Os fundos que tiveram resultados ruins com essa estratégia certamente não serão oferecidos por esta instituição em suas campanhas de marketing.

Geralmente quem vende ou oferece algo para você tem mais conhecimento e informações sobre o que está oferecendo.

É seu dever buscar o conhecimento necessário para ser capaz de avaliar e eventualmente negar essas “oportunidades” que as instituições oferecem para você diariamente.  Só o conhecimento permite que você entenda o que a pessoa está oferecendo, quais são as motivações dela, quais são os ganhos, riscos ou perdas que você terá ao aceitar a oferta.

A assimetria de informações é um problema antigo. Desde o dia em que as pessoas começaram a falar com as outras a assimetria de informações começou a ser utilizada para benefício próprio.

Existe uma história sobre isso ocorrida em 1504, quando Cristóvão Colombo estava na atual Jamaica, com o seu exército revoltado por não ter recursos para a viagem de regresso para a Europa.

Cristóvão Colombo, que sabia da previsão de um eclipse lunar, fez uma ameaça aos nativos da região onde estava ancorado.

Colombo disse aos nativos que, se os suprimentos que ele precisava não fossem fornecidos, o seu “Deus” faria diminuir o brilho da Lua no céu e todos poderiam ver a sua ira. Se os locais não fornecessem as provisões que Colombo precisava para o seu retorno, a ira “divina” traria fome e peste aos nativos.

Ocorrido o eclipse no dia 1 de março de 1504, os nativos ficaram assustados com aquele evento inexplicável para o nível de conhecimento que tinham.

Os nativos aceitaram a narrativa de Colombo. Os índios forneceram os recursos que Colombo precisava para sua viagem de retorno. Colombo ainda aproveitou as medições feitas durante o eclipse para calcular sua longitude na superfície da Terra.

Até hoje pessoas que entendem sobre como as coisas funcionam tiram proveito das que não entendem. É assim com o dinheiro, investimentos, economia, política etc.

Você, assim como os nativos que encontraram Colombo, vai acreditar em tudo que os outros falam enquanto não adquirir os conhecimentos necessários para tirar as suas próprias conclusões.

Estude sobre o funcionamento do dinheiro, investimentos e sobre a economia para não se comportar como os nativos que nada sabiam sobre o funcionamento do eclipse lunar.

Sempre tem alguém inventando uma nova narrativa sobre determinados eventos financeiros, econômicos e políticos que possuem outras causas (geralmente mais complexas) para que você tome as decisões ou apoie decisões que favorecem aqueles que entendem sobre o funcionamento das coisas.

Só você pode defender os seus interesses financeiras e as armas de defesa estão baseada em conhecimento.