Um leitor aqui do Clube dos Poupadores, que terá seu nome preservado, me enviou esse comentário sobre o seu relacionamento abordando uma questão muito importante atualmente.

Minha esposa trabalha de maneira excessiva (workaholic), vive com péssima saúde, mal discute ideias comigo (apenas sobre pessoas e eventos da vida, jamais ideias abstratas, pois para ela filosofar/pensar é perda de tempo, o que interessa na vida é trabalhar o máximo possível e comprar os símbolos de sucesso da vida adulta), compramos um apartamento caro (a contragosto meu…) que levou boa parte dos meus/nossos investimentos (eu sei que o dinheiro não foi embora, mas está congelado e com rentabilidade limitada), e agora está imersa (não muda de assunto/leitura) no mundo de arquitetura de interiores (que provavelmente vai custar algumas centenas de milhares de reais de custo), dilapidando novamente minha/nossa construção de patrimônio com foco em liberdade financeira (ela antes aceitava tal conceito, depois deu o foda-se e diz que eu quem sou preguiçoso só de pensar em não trabalhar full time…) Se eu tentar conversar sobre ideias com ela, ela já apela e diz que eu estou apenas “reclamando sem razão”. Se eu mandar o link desse artigo, com certeza ela não lerá e apenas considerará que não passa de outra “reclamação”. Para mim o conteúdo desse artigo é cristalino, para ela é “coping” de filósofo preguiçoso. Acho que eu preciso cortar o mal pela raiz….já estou comprometido demais.

Eu acredito que todos os casamentos e longos relacionamentos estão seriamente ameaçados por um mecanismo que vou descrever agora.

Hoje, as pessoas estão constantemente expostas a valores dos mais diversos, incluindo valores que podem ser considerados prejudiciais para os relacionamentos, saúde e situação financeira das famílias. Por outro lado, esses valores favorecem os negócios dos outros.

Vamos imaginar um casal que resolveu se unir com base em determinados valores muito parecidos. Com o passar do tempo, por influência das redes sociais, influenciadores, filmes, propagandas e outras fontes de informação, uma dessas pessoas poderá se expor a valores diferentes dos que existiam quando o casal se formou e que atendem a determinados interesses ou “agendas”.

Já sabemos o que os algoritmos das redes sociais (Instagram, Youtube, Tiktok, Twitter etc.) fazem quando você se interessa por qualquer coisa diferente, mesmo que seja por alguns minutos. Você começa a ser bombardeado por outros conteúdos iguais ou complementares que podem contaminar a sua mente com valores totalmente diferentes dos que o casal cultivava.

Rapidamente a sua atenção diária e a sua mente serão “abduzidas” para dentro de uma bolha de informações do interesse de que as promove.

Eu suspeito de que os algoritmos das redes sociais privilegiam a divulgação de determinados valores que possam mudar o comportamento das pessoas para que elas assumam uma postura ideológica, imediatista, ansiosa e desmedidamente desejosa de prazeres superficiais e imediatos. Geralmente são essas pessoas que acabam se tornando aquelas que transferem para terceiros (Estado) a responsabilidade de cuidar a vida dos outros. Basta observar o alinhamento da classe média alta, que se acha intelectualizada, com determinadas ideologias.

Parecer ser acaba se tornando mais importante do que realmente ser.

Você literalmente será “reeducado”, pelas redes sociais, para buscar o prazer rápido, como se isso fosse sinônimo de felicidade, e a apoiar todos (empresas e governos) que tenham essa bandeira de prover felicidade “gratuita”.

Nas redes sociais, a insatisfação crônica será plantada diariamente na sua mente. Os que não se tornam workaholic para consumir mais, se tornam endividados ou se deprimem por acreditarem que não podem ter tudo que dizem ser sinônimo de felicidade.

Recentemente uma pessoa que gosto muito compartilhou isso comigo:

“Um dos maiores erros que você pode cometer é deixar que outras pessoas lhe digam como é o sucesso”

Você deve concordar que, se os algoritmos das redes sociais conseguirem doutrinar as pessoas, elas vão consumir produtos e serviços que seguem uma determinada linha e que atendem aos interesses de quem anuncia.

Faz sentido se tornar um workaholic, por algum tempo, para se tornar financeiramente livre. Não faz sentido ser workaholic para sempre com o objetivo de comprar símbolos de sucesso que nunca são suficientes já que isto tem relação com se deixar escravizar.

Assista ao vídeo para entender a diferença entre o prazer que torna a vida boa e o prazer que está embutido nos valores propagados pelo mercado e que muitas vezes acabam escravizando, adoecendo e destruindo casamentos ou longos relacionamentos.

O vídeo nos mostra que: a vida boa é um misto de prazer e reflexão (Platão).

O prazer somado ao exercício da prudência (sabedoria) nos permite ter uma vida boa e equilibrada (Epicuro).

Devemos buscar os prazeres contínuos e refletidos, que muitas vezes estão mais voltados para o intelecto e para coisas simples e boas da vida.

Considerando que gastamos nossa vida para ganhar dinheiro, os bons prazeres não estão relacionados com desperdício de vida.

O problema é que valores equilibrados como esses apresentados no vídeo acima, se forem propagados pelas redes sociais, não ajudarão no aumento do faturamento dos que vivem de anúncios e dos anunciantes.

O vídeo acima nos fala sobre a importância de educar os nossos desejos e moderar os nossos prazeres como base para a felicidade.

Qual rede social ou influenciador patrocinado por empresa está realmente interessado em propagar valores relacionados com a moderação, reflexão e educação dos nossos desejos?

É justamente o contrário que todos eles estão fazendo. Geralmente esses são os influenciadores que possuem milhões de seguidores.

As mentes mais brilhantes do mundo estão nesse exato momento em reuniões, trabalhando e discutindo sobre como fazer você buscar prazeres fúteis, símbolos de sucesso e consumo desregrado para aumentar as receitas dos seus empregadores.

Sempre será uma luta entre você e sua família contra os planos de pessoas muito inteligentes que possuem o domínio de muitas tecnologias e conhecimentos para atacar os seus valores, ideias e princípios.

Nessa guerra, muitos casamentos e relacionamentos perdem força ou até acabam.

A Educação Financeira verdadeira está diretamente relacionada com a busca de um estilo de vida prazeroso e ao mesmo tempo refletido e equilibrado (misto de prazer e reflexão).

Quanto maior a sua riqueza interior, mais fácil será descobrir a felicidade e o prazer nas coisas simples.

A mudança de determinados valores fundamentais acaba conduzindo para uma reflexão do casal sobre se vale a pena continuar caminhando junto.

Podemos entender a simbologia do vídeo acima da seguinte forma:

Relacionamentos são encontros entre pessoas que querem caminham no mesmo sentido enquanto estão imersas em um “mar” de ideias, objetivos e valores parecidos. No início do vídeo o casal está em lados opostos até que resolvem se aproximar. O personagem do vídeo se questiona sobre os rumos de sua vida ao perseguir o caminho da mulher. Ele logo entende que agora não está mais correndo dele mesmo e que junto com ela poderá conquistar tudo. Ela também corria dela mesma e agora percebe que está pronta para encarar todos os desafios junto com o companheiro. Isso é possível por existirem objetivos, ideias e valores parecidos.

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