Vou mostrar como você pode saber onde as pessoas mais ricas do Brasil estão investindo dinheiro nesse exato momento.
Isso pode servir como uma reflexão, inspiração ou até motivação para que você estude sobre o funcionamento dos ativos onde os ricos mais investem.
Assim como as pessoas desejam comer nos restaurantes onde os ricos comem, consumir as marcas que eles consomem, viajar para onde eles viajam, talvez também devessem desejar aprender a ganhar dinheiro como eles ganham. É uma questão de inverter a ordem das coisas.
Sabemos que os mais ricos também investem em negócios próprios, imóveis, terrenos, etc. Uma característica comum na carteira de investimentos dos mais ricos é a grande diversificação. Eles costumam colecionar muitas fontes de renda, mas neste artigo vamos considerar somente o investimento em dinheiro que eles fazem através de bancos e corretoras.
Todo trimestre a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro) divulga um relatório que mostra onde os clientes Private Banking estão investindo dinheiro. Existem pouco mais de 120 mil pessoas no Brasil que estão nesse segmento luxo.
Não confunda Private Banking com as contas que os bancos oferecem para a classe média através de agências separadas que adotam nomes gourmetizados como Estilo, Prime, Premier, Personnalité, Van Gogh, etc. Esse segmento é chamado de Varejo de Alta Renda. O restante da população recebe o título de Varejo Tradicional.
Para ter uma conta Private Banking você precisa ter investimentos milionários em algum grande banco que atenda esse perfil. Todos os clientes desse segmento possuem juntos mais de 1 trilhão investido. É como se cada cliente tivesse em média R$ 9,1 milhões investidos. Alguns bancos exigem no mínimo R$ 3 milhões, outros exibem R$ 5 milhões ou mais para que você possa ter esse tipo de conta.
Não existem salas de espera e nem agências para esses clientes do segmento Private Banking, pois cada um possui uma espécie de gerente particular que chamam de “banker”. Esse tipo de gerente se desloca até a casa ou o escritório do cliente. Nesse caso, é o gerente que espera para ser atendido.
Os bancos investem muito nos “mimos” e comodidades oferecidas para esse segmento, pois cada cliente representa milhões em investimentos. Para os bancos, você vale o que tem no bolso. Se tem muito, vale muito. Se tem pouco, vale pouco.
O leque de investimentos que os bancos oferecem para esse segmento sempre foi grande, mas atualmente qualquer pessoa pode acessar essa grande variedade através de qualquer corretora. Talvez o que falte mesmo é um pouco mais de educação que permita abrir os olhos para um leque maior de possibilidades.
Veja a carteira de investimento dos mais ricos:
- Fundos de Investimento: 49,7%
- Fundos de Renda Fixa: 10,16%
- Fundos Multimercados: 30,9% (19,6% está em fundos exclusivos)
- Fundos de Ações: 6,4%
- Fundo Cambial: 0,1%
- Fundo Imobiliário: 1,2%
- Renda Variável
- Ações/Renda Variável: 14,8%
- Renda Fixa: 24,4%
- Títulos Públicos: 2,4%
- Títulos Privados: 22,1%
- CDB: 3%
- Letras Financeiras: 1,1%
- Debêntures: 1,8%
- CRI/CRA: 3,2%
- LCI/LCA: 12%
- Poupança: 0,3%
- Previdência Privada: 10,5%
Eu só destaquei os investimentos mais conhecidos ou com mais de 1% do total. Você pode ver a planilha completa aqui. A grosso modo, quando separamos os investimentos por renda fixa, renda variável e multimercado temos uma carteira assim:
A diferença entre a carteira de investimentos dos mais ricos e a carteira do varejo é muito grande. Os números do varejo tradicional e do varejo de alta renda estão aqui. Vou comentar algumas dessas diferenças.
O varejo tradicional também tem quase R$ 1 trilhão investido (R$ 958 bilhões). O investimento preferido do varejo é a poupança onde 64,6% ou R$ 619 bilhões estão aplicados. Os mais ricos possuem apenas 0,3% do que possuem aplicados na poupança.
Em segundo lugar temos os investimentos em fundos (17,8%) que está todo concentrado nos fundos de renda fixa (16,1%). Os mais ricos investem 10% do que possuem em fundos de renda fixa.
Somente 0,92% dos investimentos do varejo estão em fundos multimercado. Os mais ricos possuem mais de 30%.
Somente 0,45% dos investimentos do varejo estão em fundo de ações e 0,15% em fundos imobiliários. O varejo investe somente 1,04% em ações. Os mais ricos investem 6,4% em fundos de ações e 14,8% diretamente em ações e outros ativos de renda variável.
Em terceiro lugar temos os investimentos de renda fixa que concentra 16,28% do patrimônio do varejo. Nessa categoria de renda fixa os títulos públicos do Tesouro Direto representam somente 0,87% dos investimentos. O CDB representa 9,10% e o LCI e LCA juntos representam 5,58%. Os mais ricos investem mais em títulos públicos (2,4%) e mais em LCI e LCA (12%). A previdência privada possui 10,5% dos investimentos e certamente o incentivo está na redução dos impostos.
As desculpas
Com a proliferação das corretoras e bancos digitais oferecendo uma enorme variedade de investimentos, com taxas cada vez menores (ou até zeradas), não existem muitas desculpas que justifiquem essa carteira do varejo concentrada na poupança.
Certamente as pessoas acreditam que o esforço não compensa. Para aprender a investir é necessário encarar uma curva de aprendizagem. Aumentar a rentabilidade de poucos reais investidos resultará em algumas migalhas de rendimento adicional.
Já para alguém que tem centenas de milhares ou milhões para investir, qualquer pequeno aumento na rentabilidade já representa uma renda passiva adicional considerável.
O grande problema desse acomodamento ocorre quando a baixa rentabilidade também desmotiva o hábito de poupar. Sem acumular recursos próprios (poupar), as pessoas logo começam a buscar recursos emprestados dos bancos e financeiras (empréstimos e financiamentos). Logo começam a trabalhar mais para pagar juros desses empréstimos e com isso sobra ainda menos dinheiro para poupar e investir.
Já quem foca na poupança e nos investimentos, trabalha mais para poupar mais, ganhar mais juros, acumulando mais ativos que produzem renda passiva até o ponto em que os investimentos produzem tanta renda quanto o trabalho.
Muitas vezes o desejo de manter uma “vida de rico” é o que dificulta o verdadeiro enriquecimento das pessoas. Todos querem consumir como os ricos, mas poucos estão dispostos a enfrentar a curva de aprendizagem que permite ganhar mais, poupar mais e investir como os ricos.
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