O gráfico mostra o comportamento da taxa de juros de títulos prefixados com vencimento de 10 anos. Exemplo: a taxa que podemos ver em 2010 era referente a títulos prefixados com vencimento para 2020. As taxas em 2020 eram referentes aos juros pagos por títulos com vencimento em 2030 e assim por diante.
Essa é uma forma comum de observar o comportamento dos juros longos de um país. Neste link aqui você pode ver a taxa de juros de títulos prefixados de 10 anos em um ranking com vários países.
O gráfico acima permite observar que frequentemente essa taxa longa atinge valores próximos de 13%. Várias vezes a taxa recuou após atingir os 13%. Em alguns eventos a taxa ultrapassou 13% e atingiu patamares próximos de 15% e 16,5%.
Podemos ver que foram poucas as vezes e por pouco tempo que a taxa se aproximou de 9% ou ficou abaixo disso.
Também é perceptível que os picos de alta ocorreram algum tempo depois de graves crises econômicas como:
- A crise de 2000 (Crise das pontocom, juros disparam para mais de 20%);
- Crise de 2008 (Crise global e depois uma alta expressiva);
- Crise de 2014 (A “Nova Matriz Econômica” da era PT implode, juros sobem para 16-17%);
- Crise de 2020 (Queda na Pandemia e uma nova alta).
Voltamos a ter problemas com um governo totalmente despreocupado (irresponsável) com o aumento dos gastos públicos e outros problemas, como mostrei aqui.
Podemos dizer que, depois das crises, é comum os juros futuros se movimentarem acima de 13% por algum tempo. O movimento de alta, depois das crises, não é imediato. É como se o mercado primeiro entrasse em choque (queda inicial) e depois começasse a precificar os estragos reais na economia.
É claro que o passado não oferece qualquer garantia sobre o futuro.
De qualquer forma, parece que, no Brasil, os juros raramente ficam abaixo dos dois dígitos. É como se fosse a nossa “taxa natural de desconfiança”. É o preço de sermos um país que trata a responsabilidade fiscal como uma tia chata que aparece em festas de família para dar bronca.
O que isso significa para pequenos investidores? Este é o momento de refletir sobre algumas perguntas:
- Seria este momentos de juros acima de 13% uma oportunidade para comprar títulos prefixadas? Nunca sabemos se a próxima crise que iremos enfrentar será a última antes da destruição da economia ou se os problemas vão se resolver de alguma forma nos próximos anos.
- Outra questão para refletir: o patamar próximo de 13% continua sendo o nosso “normal”? Existe espaço para piorar? Na Turquia a taxa de juros para 10 anos é de 27,9% ao ano. O atual presidente da Turquia costuma interferir nas decisões do Banco Central, toma decisões erradas com relação a economia e não se importa com as graves consequências como: desvalorização da moeda, inflação e juros futuros entre os mais elevados do mundo.
Aqui no Clube dos Poupadores temos vários gráficos para estudar títulos públicos prefixados e indexados ao IPCA.
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