Existe uma relação direta entre as políticas econômicas adotadas por um governo e os resultados dos mais variados tipos de investimentos.
Se você já leu qualquer um dos meus livros observou que sempre existem capítulos falando sobre como os investimentos são impactados por variáveis manipuladas pelo governo, como os juros e a inflação.
Dessa forma, se você é uma pessoa que poupa e investe, deveria estar muito preocupado com o tipo de política econômica que o novo governo está, declaradamente, se preparando para implementar.
Já ficou bem claro o alinhamento das pessoas que fazem parte da nova equipe econômica com o pensamento heterodoxo, mais especificamente a escola keynesiana e teorias utópicas que serviram de base para o segundo governo Lula e os dois governos Dilma. Assista ao vídeo do professor da FGV:
A crença utilizada como base para o pensamento econômico do novo governo é a de que o livre mercado é responsável pela formação das crises econômicas. Para eles, empresários e investidores estão sempre produzindo crises quando empreendem e investem. Segundo os políticos e economistas que seguem essa linha: a cura para essa “doença” estaria nos gastos públicos. É uma completa inversão das coisas.
Não existe nada mais conveniente para os políticos do que fazer a sociedade leiga (sem educação financeira) acreditar que gastar dinheiro público é a única ou a melhor forma de gerar empregos, enriquecimento e crescimento da economia.
Quando as pessoas acreditam nessas teorias, elas autorizam o governo a gastar mais do que arrecada, aumentar os tributos e aumentar o endividamento público. Quando a inflação explode, os próprios políticos tiram proveito da ignorância financeira das pessoas e passam a culpar a ganância dos empresários e os lucros das empresas. A população, por ignorância, passa a apoiar o controle de preços e congelamento. Já sabemos o que acontece. Temos mais inflação, fechamento de empresas, escassez de produtos e miséria generalizada. Já escrevi um artigo sobre um vídeo que ensina como a economia, infelizmente, funciona (visite aqui).
Vou me esforçar agora para ajudar você a entender o grande golpe dos políticos que está por trás de qualquer ideia que tente justificar o aumento do gasto público para promover o crescimento da economia. No final você entenderá que não importam os motivos nobres que os políticos inventam para gastar mais. A consequência da gastança sempre será a geração de lucros para um pequeno grupo de empresários (amigos dos políticos que adotam essas ideias) e prejuízo para você, seus filhos e netos.
Primeiro você deve entender uma coisa evidente. Governo não produz riqueza. Tudo que o governo gasta é tomado de trabalhadores, empresários e investidores por meio da força (impostos) de forma direta ou indireta. Quando ele não se apropria de parte da sua renda (salário, aluguel, juros de investimentos), parte do seu lucro (impostos sobre lucros, ganho de capital e dividendos) ele faz dívida (vendendo títulos públicos). Um dia essa dívida, feita em nome de todos nós, será paga por todos através dos impostos e da impressão de dinheiro que produzirá mais inflação. Essa inflação reduzirá o poder de compra de todo dinheiro que existe no país. Sobre impressão de dinheiro, leia esse artigo aqui, pois muita gente financeiramente ignorante está defendendo abertamente essa ideia atualmente.
Na prática, sempre que o governo aumenta os seus gastos está prejudicando os pagadores de impostos e todas as pessoas que possuem dinheiro, ou seja, trabalhadores, empresários e investidores. Ele está tirando de você o direito de gastar o seu dinheiro da forma que você acha melhor, além de fazer dívidas que você deverá pagar no futuro por meio de mais impostos, mais dívida ou inflação. Não preciso falar nada sobre a qualidade dos gastos. Você já sabe que eles gastam de forma ineficiente, promovem desperdício e muitas vezes o dinheiro é roubado através de esquemas de corrupção.
Quando você defende o aumento de gastos do governo, quando você é contra a redução dos gastos públicos, contra um teto de gastos, você está defendendo os privilégios de um pequeno grupo de políticos e de grandes empresários que são amigos desses políticos. Você certamente percebeu os vários empresários da construção civil, empresários do varejo, sócios de bancos e corretoras que apoiam políticos e partidos que prometem gastar mais, seguindo políticas heterodoxas que acreditam que é a função do Estado é gastar mais para fazer a economia crescer.
Vamos entender por qual motivo esses empresários fazem isso:
- Quando o governo diz que vai gastar tudo que pode, e mais um pouco, para fazer assistencialismo para o maior número de eleitores (até para quem não precisa), as instituições financeiras que lucram com juros elevados comemoram. Se você investe na bolsa, já sabe que juros em tendência de alta favorecem os lucros de várias empresas do setor financeiro que investem o dinheiro de seus clientes na renda fixa (títulos públicos). Juros altos facilitam a vida de seguradoras, fundos de investimentos e dos próprios bancos. Eles adoram uma fonte segura de rentabilidade. Isso eleva o endividamento público e os juros dessa dívida será pago através de mais impostos, mais dívida e/ou inflação. O discurso dos políticos sobre calote da dívida pública é uma grande hipocrisia (veja o artigo que escrevi sobre o calote).
- Quando o governo diz que vai aumentar os gastos com saúde, toda a indústria farmacêutica, fornecedores de equipamentos, farmácias, indústrias de suprimentos de saúde comemoram. Existem muitos exemplos, aqui estão dois: (exemplo 1) (exemplo 2). Políticos e servidores corruptos locais (prefeituras) comemoram qualquer aumento de gastos, já que isso pode resultar em mais espaço para esquemas envolvendo licitações e desperdícios de dinheiro (exemplo).
- Quando o governo diz que vai gastar mais com obras e programas de habitação, empreiteiras e empresários do setor de construção (amigos do governo) vão ao delírio (exemplo). Os bancos envolvidos com o financiamento de imóveis também comemoram qualquer gastança que possa motivar a população a fazer grandes e longas dívidas tendo imóveis como garantia.
- Qualquer tipo de subsídio é motivo de festa para muitos setores que investem fortunas apoiando, patrocinando e financiando políticos que defendem algum tipo de facilidade para setores específicos (exemplos). Bancos também adoram subsídios oferecidos para setores da indústria e do comércio, com regras específicas que favorecem empresários específicos (exemplos).
- Quando o governo diz que está muito preocupado com a cultura e que vai gastar muito dinheiro com isso, a comemoração será de todos os artistas que apoiam esse tipo de político pensando nos recursos públicos. O povo paga pela vida luxuosa de muitos artistas envolvidos com apoio de políticos (exemplo). O desperdício deve aumentar, veja um exemplo.
Existem muitas formas de fazer lobby e apoiar políticos que prometem gastar muito dinheiro favorecendo grupos específicos. Existem setores da economia que se especializaram em lutar por privilégios, benefícios, subsídios, empréstimos com condições especiais e uma série de outras facilidades que os políticos podem oferecer aos seus amigos. Existem determinados setores da economia que lucram quando o governo comete uma série de erros (veja aqui) e por esse motivo, para eles, quanto pior, melhor.
Navegue pela enorme lista de nomes de pessoas e de empresas que foram investigadas na operação Lava-jato (visitando aqui). Você verá empreiteiras, construtoras e empresas de investimento. Caso você queira saber quais foram os cinco grandes bancos citados nas delações do ex-ministro da Fazenda (visite aqui). Empresários do setor de saúde também são grandes amigos de políticos (veja aqui). Emissoras de TV também se beneficiam quando determinados tipos de político estão no poder (veja aqui) e dos gastos do governo e de suas estatais com propaganda. Veja o que foi aprovado na calada da noite do dia 13 sobre aumentar gastos com publicidade (visite aqui) favorecendo toda a imprensa que apoia esse tipo de político.
Também é do interesse de determinados empresários que os políticos criem tarifas, regulamentações, subsídios, incentivos e outras medidas que dificultem o surgimento de novos concorrentes ou facilitem a vida de um grupo específico de empresários.
Quanto mais dinheiro os políticos possuem para gastar, melhor para eles, já que usam o gasto desse dinheiro como propaganda política ou como fonte de renda para financiar campanhas futuras. Quando os políticos dizem que precisam de dinheiro para investir, eles estão pensando e na ampliação na manutenção do poder. São as empresas que mais se beneficiam dessa gastança que mais financiam e patrocinam os políticos que defendem a ideia de que o Estado deve ser o motor da economia.
No final dessa história algumas empresas e políticos ganham. Você que trabalha, empreende, poupa e investe sempre sai perdendo no longo prazo. No curto prazo, enquanto toneladas de dinheiro está sendo despejada na economia, você até poderá observar alguma melhora temporária nos lucros das empresas e nos indicadores. O problema é que quando esse dinheiro acaba, resta apenas inflação, juros elevados, recessão, quebradeira de empresas e mais endividamento público que será pago por você e seus filhos no futuro. Já vimos esse filme no final do último governo que sofreu impeachment em 2016.
A grande verdade é que gastos do governo geram lucros privados e por esse motivo, políticos comprometidos com o estouro de gastos recebem apoio de determinados setores da economia. Existem pessoas que literalmente enriquecem enquanto a sociedade se endivida quando o governo adota determinadas escolas econômicas. Essas pessoas que enriquecem no processo sabem proteger suas fortunas dos efeitos desastrosos da inflação, mas a maioria da população não tem qualquer educação financeira que permita essa proteção. É pensando nisso que já iniciei a escrita de um livro voltado para a proteção de patrimônio. Espero concluir isso nos próximos meses.
Assim como determinados políticos fazem questão de criar mais ministérios (exemplo) para que tenham cargos e empregos para distribuir entre os políticos aliados (para pagar favores), esses mesmos políticos precisam aumentar o gasto público para manter o apoio daqueles que se beneficiam da gastança, pouco se importando com a sustentabilidade disso no longo prazo. Quando a inflação aparece no final desse processo, eles vão culpar os lucros dos demais empresários, vão tentar controlar preços, tabelar preços até resultar em escassez de produtos e serviços.
O vídeo abaixo mostra o futuro presidente do BNDES do novo governo defendendo aquilo que ele acredita. Após toda a destruição da economia provocada pelos gastos públicos e subsídios promovidos pelo governo (inclusive fazendo uso do BNDES) temos inflação. O remédio para a inflação, segundo esse pensamento econômico, é mais intervenção do governo podendo até chegar ao ponto de promover congelamentos, como na década de 80 no Brasil e como acontece em países vizinhos (Argentina).
Já descrevi o mecanismo que favorece quem recebe esse dinheiro público que produzirá inflação, leia o artigo sobre esse efeito. De forma resumida: governo pode demandar bens e serviços diretamente ou pode injetar dinheiro nas estatais e nas empresas amigas do governo através de financiamentos com juros baixos (patrocinados com recursos públicos), que também vão produzir uma demanda excessiva de serviços e bens. Isso aumenta os lucros das empresas amigas do governo e dos seus fornecedores antes mesmo da população sentir o impacto inflacionário, como você viu no outro artigo que indiquei. Quando a inflação chega, empresários e investidores já protegeram seus lucros contra os efeitos da inflação. O pequeno investidor e o restante da população não sabe como fazer essa proteção. Acaba funcionando como um grande golpe contra as economias das pessoas.
Se o governo não emitir dinheiro sem lastro para patrocinar a gastança, ele venderá títulos públicos (com juros elevados) aumentando a dívida pública. Quem compra a maior parte dos títulos públicos são instituições financeiras, bancos, seguradoras, planos de previdência privada etc. São poucas as instituições financeiras que podem comprar títulos públicos diretamente do governo com vantagens que o investidor do Tesouro Direto não tem acesso. Essas instituições que possuem esse privilégio são chamadas de “dealers primários”. Veja a lista dessas instituições que mais se beneficiam visitando aqui. Você já deve saber que existe uma diferença entre os juros que os bancos recebem quando emprestam dinheiro e os juros que os bancos pagam para você que faz algum investimento no mesmo. Os bancos e outras instituições lucram muito quando existe uma grande diferença e isso ocorre quando os juros estão elevados.
Quando o governo promete fazer a economia crescer gastando mais ele está apenas prometendo aumentar os lucros de determinadas empresas e setores (amigos do governo) enquanto aumenta o endividamento público, faz juros e inflação dispararem resultando em aumento do custo de vida de todas as pessoas, principalmente daquelas que não sabem proteger o próprio patrimônio dos efeitos da inflação e alta dos juros.
No fim desse processo, sempre o que existe é uma transferência direta ou indireta de recursos públicos para grupos específicos que apoiam políticos. Como você está vendo, essa transferência ocorre de forma oculta, sem clareza. O que as pessoas leigas fazem é aplaudir os novos programas sociais, o novo dinheiro injetado milagrosamente na economia, como se existisse um bem maior sendo promovido para ajudar os menos favorecidos. Essas pessoas que estão aplaudindo sofrem de tanta ignorância financeira que não percebem que elas mesmas estão sendo espoliadas (roubadas), junto com todo o resto da população, incluindo gerações futuras.
Sempre que ouvir qualquer político falando sobre gastar mais, entenda isso como o ato de tomar dinheiro da população (impostos e inflação) para entregar esse dinheiro para o controle de políticos e amigos dos políticos. Nunca tem qualquer relação com ajudar os mais pobres, pois essa é apenas a desculpa que eles usam para receber o aplauso das pessoas que não possuem boa educação financeira (que é a maioria da população). Se a pobreza acabasse um dia eles não teriam mais a desculpa para executar esse grande esquema. Manter a população ignorante e pobre faz parte da estratégia.
Políticos não são “defensores do povo” e muito menos “justiceiros sociais”. Atualmente os políticos são os principais parceiros de negócios de setores específicos, grupos pequenos de empresários que controlam monopólios ou oligopólios que se beneficiam das consequências do aumento dos gastos do governo e do endividamento público. O que temos retornando para o Brasil é um regime chamado Cleptocracia, que descrevi nesse artigo aqui. Quando eles falam sobre a defesa da democracia, leia como a defesa do retorno de uma Cleptocracia.
Para finalizar, é importante falar sobre os militares e o envolvimento deles na política. Se você se interessou pela história do Brasil, já deve ter observado que nos últimos 100 anos os militares brasileiros já se envolverem em diversos conflitos contra políticos de determinadas ideologias. Militares são servidores públicos que possuem uma carreira de muitas décadas. Para eles é fundamental que a economia do país funcione, que a sociedade não seja saqueada até a quebra do sistema para a implantação de uma utopia (socialismo ou comunismo). Não é do interesse deles que o país se envolva em conflitos e nem se torne inimigo de grandes potências (EUA). Historicamente, sempre os militares acabaram se envolvendo com a política quando uma Cleptocracia se desenvolveu com o objetivo de mudar o sistema político e econômico do país (já escrevi sobre isso aqui).
Não devemos descartar a possibilidade de um novo conflito. O vídeo abaixo é de um militar que recentemente descreveu o histórico de 100 anos de conflitos entre militares e políticos corruptos revolucionários:
Já sabemos qual será o final dessa história. A única coisa que o pequeno investidor pode fazer é defender o seu patrimônio considerando um cenário de juros elevados e inflação alta nos próximos anos. Felizmente o desastre pode levar muitos meses ou até alguns anos para ocorrer. Geralmente a gastança desenfreada do governo pode melhorar alguns indicadores da economia temporariamente até o dinheiro acabar.
Dentro de alguns meses devo concluir o livro que estou escrevendo sobre proteção de patrimônio através dos investimentos em uma sociedade dominada por esse tipo de política econômica descrita nesse artigo. O novo livro vai considerar que você já sabe montar uma carteira de investimentos, já sabe investir em renda fixa e renda variável como ensinei em outros livros. Mantenha seus estudos atualizados.
Não espere encontrar esse tipo de informação na imprensa tradicional ou entre os influenciadores patrocinados por bancos e corretoras. Faça o exercício de verificar quem são os donos ou sócios das emissoras de TV, jornais e sites de notícias sobre investimentos e influenciadores. Você encontrará donos de bancos, corretoras, construtoras e outras empresas envolvidas direta ou indiretamente com os políticos e seus programas de gastança. Não seja tolo defendendo político. Defenda o seu patrimônio e a sua família.
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